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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Ary Vidal: um histórico e genial estrategista

O carioca Ary Ventura Vidal foi o segundo treinador com melhor desempenho e conquistas internacionais com a Seleção Brasileira de basquete, atrás apenas de Togo Renan Soares, o Kanela, de quem herdou grande parte de seus conceitos.


A carreira como técnico de basquete começou em 1959, a frente da equipe do Tijuca Tênis Clube. Durante a década de 1960 trabalhou no Flamengo, tanto sendo técnico das divisões de base do clube quanto sendo assistente-técnico de Kanela no time profissional.

Em 1965 assumiu a Seleção Brasileira Feminina, que dirigiu até 1967, tendo conquistado um título de Campeão Sul-Americano em 1965. Aquele era tão só o 4º título brasileiro em 10 edições. Dali para frente o Brasil só perderia o torneio duas vezes, uma delas para Ary Vidal, que estava sentado num banco de reservas adversário.

Em 1966, também dirugiu a Seleção Brasileira Masculina, comandando uma "Seleção B", recheada de jovens, no Campeonato Sul-Americano. Os convocados de Ary foram Edvar Simões, Mosquito, Cézar Sebba, Otto Nóbrega e Josildo (quinteto titular), além de Pereira, Zé Olaio, Rivaldo, Eduardo Lawson, Emil Rached, Peixotinho e Aurélio. O time foi vice-campeão.

Depois deste período na Seleção, foi treinador das equipes profissionais do Vasco da Gama, do Fluminense, do Minas Tênis Clube e do Remo, do Pará.

Sua maior projeção para o basquete nacional e internacional começou a surgir quando aceitou, em 1977, o convite para assumir a Seleção Peruana Feminina. Levou a Seleção do Peru ao título de Campeã Sul-Americana de 77, batendo à Argentina na semi-final e ao Brasil na final, levando os peruanos ao único título de sua história no basquete.

O bom trabalho no Peru levou a Confederação Brasileira de Basquete a convidá-lo para assumir, em 1977, a Seleção Brasileira Masculina. Foi o técnico do Brasil de 1977 a 1979. Sem resultados expressivos no basquete brasileiro, sua escolha foi motivo de muitos protestos e questionamentos. O basquete brasileiro passava por uma grave crise, uma vez que fora eliminado no Pré-Olímpico de 1976, ficando pela primeira vez em sua história fora das Olimpíadas no basquete masculino. Foi Campeão Sul-Americano Masculino em 1977 (mesmo ano que ganhou o Sul-Americano Feminino com o Peru). No Mundial de 1978 levou o Brasil à terceira colocação, tendo sido o último treinador na história a ter conseguido colocar o Brasil entre os 3 melhores do mundo. Em 1979 conquistou a Medalha de Bronze nos Jogos Pan-Americanos.

Nas temporadas 1984 e 1985 foi o técnico do Verolme no Campeonato Carioca, time do Estaleiro Verolme, de Angra dos Reis. Depois, na temporada 1985-86 foi atraído pelo mundo árabe por um pomposo contrato para os padrões do basquete brasileiro da época, tendo treinado o time do Al Ahli, da Arábia Saudita.

Entre 1985 e 1988 voltou à Seleção Brasileira Masculina. Em 1985 foi novamente Campeão Sul-Americano. No Mundial de 1986, colocou o Brasil novamente entre os 4 melhores do mundo, perdendo apenas para Iugoslávia, União Soviética e Estados Unidos. Em 1987, mais uma glória para o basquete brasileiro, venceu os EUA em Indianápolis e conquistou a Medalha de Ouro dos Jogos Pan-Americanos. Nas Olimpíadas de 1988, levou o Brasil a um 5º lugar.

O sucesso com a Seleção o levou à Primeira Divisão da Liga Espanhola, na temporada 1988-89 foi o treinador do Juver/Murcia.

Voltou ao Brasil e treinou: de 1990 a 1992 o Sirio, de São Paulo; de 1992 a 1995 o Corinthians de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, conseguindo a façanha de ser Campeão Brasileiro em 1994.

Voltou à Seleção Brasileira Masculina em 1995, tendo sido Medalha de Bronze nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata, em 1995, e 6º lugar nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. Depois de classificar a seleção para esta Olimpíada, o Brasil levaria 16 anos para voltar aos Jogos, só retornando em 2012, pelas mãos do treinador argentino Ruben Magnano.

A seguir, foi técnico do Flamengo (1997), Unitri/Uberlândia (1998-99), tendo sido o 1º treinador da recém criada equipe mineira, e em 2000-2001 do Sport Recife, seu último trabalho como treinador.

Como dirigente, em 2003-04 foi Diretor de Basquete do Uberlândia, e em 2009 foi Diretor de Basquete do Flamengo. Uma longa e genial vida de serviços prestados ao basquetebol brasileiro.


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