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terça-feira, 1 de março de 2016

Flamengo: Campeão Intercontinental de Clubes em 2014

O Flamengo foi o campeão da Liga das Américas 2014, e por esta conquista enfrentou o Maccabi Tel Aviv, campeão da Euroliga, pela Copa Intercontinental, torneio que depois de muitos anos sem ter sido disputado, voltou a existir em 2013. Entre 1966 e 1987, houve 20 edições do torneio, e em apenas duas delas o títulos ficou com o campeão sul-americano, o Sirio em 1979 venceu o KK Bosnia, em São Paulo, e o Obras Sanitárias, da Argentina, venceu o Cantu, da Itália, em Buenos Aires. No novo formato, os campeões da América Latina e da Europa se enfrentavam em dois jogos.

Se superar o campeão da Euroliga podia parecer uma missão quase impossível, no 1º jogo o Flamengo impôs uma defesa forte e conseguiu se manter a frente do placar até os três minutos finais. No 1º quarto as equipes fizeram uma parcial muito equilibrada, revezando-se na liderança. O Maccabi impunha um forte jogo coletivo, com grande quantidade de rotações. Nos segundos finais, uma infiltração do armador argentino Nicolás Laprovittola deixou o Flamengo a frente: 15 x 14. No 2º quarto, o jogo interno do Flamengo passou a funcionar com Olivinha e Derrick Caracter, Vítor Benite também entrou muito bem e foi determinante para que a liderança chegasse a 10 pontos a pouco mais de 3 minutos para o intervalo. Mas do outro lado estava o campeão europeu, que não a toa superou a Real Madrid, Barcelona e CSKA Moscou. Com protagonismo de Brian Randle, o Maccabi cresceu no jogo, fez uma sequencia de 7-0 e diminuiu o prejuízo para três. Mas Benite, com a mão quente, em outro arremesso da cabeça do garrafão, voltou a pôr a diferença em cinco. Fim de 1º tempo: 35 a 30 para o Flamengo.


O Flamengo começou o 3º quarto com uma bola de três de Marquinhos, ampliando a diferença para 8 pontos. Na sequência, porém, foram quatro ataques errados. O ala Landesberg então brilhou, fez 6 pontos consecutivos e o Maccabi Tel Aviv ultrapassou o Flamengo. Nos minutos finais, porém, com boa performance de Olivinha, o time rubro-negro conseguiu terminar o quarto com vantagem de 5 pontos: 51 x 46. No último quarto, os israelenses foram para cima do Flamengo, com seus principais jogadores assumindo papel de protagonismo com belas jogadas individuais. Jeremy Pargo foi o protagonista no momento em que a partida precisava de uma referência e um jogador de personalidade para decidir o jogo. Ex-jogador de Memphis Grizzlies, Cleveland Cavaliers e Philadelphia 76ers, Pargo havia anotado apenas 7 pontos no primeiro tempo, acordou no segundo, com duas bolas de três e 14 pontos - o dobro dos vinte minutos iniciais - o camisa 4 mudou o jogo. O Maccabi pôs 67 x 64 no placar. Jerome Meyinsse ainda enterrou com raiva a 4 segundos do fim. O Maccabi pediu tempo, a 4 segundos do fim o placar apontava 67 x 66. Na reposição de bola, o inspirado Jeremy Pargo anotou mais dois no estouro do cronômetro para dar números finais: Maccabi 69 x 66 Flamengo. O Flamengo precisava vencer o 2º jogo por quatro pontos para conquistar a Copa Intercontinental (vitória por três pontos levaria o jogo para a prorrogação).

A segunda partida começou com o time israelense abrindo 7 x 0. O Flamengo reagiu e fez uma importante corrida de 11-0. Com 10 pontos no quarto, Laprovittola comandava as ações. Mas o campeão europeu mostrou sua força e foram tirando a diferença para passar a frente no minuto final. No fim do 1º quarto, o argentino Wálter Herrmann acertou belo tiro de três, deixando o Flamengo em vantagem no fim da parcial, 27 x 25. Se no 1º quarto, a necessidade de vencer por quatro pontos fez o Flamengo impor um ritmo forte e ofensivo, no 2º quarto o time priorizou a defesa. O jogo ficou apertado, com a liderança mudando de lado a cada instante. A defesa rubro-negra funcionou e o Maccabi fez apenas 11 pontos no 2º quarto, com grande atuação ofensiva de Jeroma Meyinsse, com Laprovittola pontuando a armando com muita eficiência, e Vítor Benite marcando muito. No placar final do 1º tempo, 46 x 36 para o campeão da Liga das Américas.


No 3º quarto, Jeremy Pargo voltou inspiradíssimo. O armador norte-americano recolocou o Maccabi Tel Aviv na disputa com consecutivos arremessos de três pontos, jogando pressão sobre o Flamengo. Pargo estava decidido a estragar a festa rubro-negra, acertando três cestas de três seguidas. Pnini também deixou a sua. A artilharia pesada de Maccabi não tinha fim, e Pargo fez mais uma, a quarta. Se Pargo desequilibrava de um lado, Meyinsse também tinha uma atuação exuberante pelo Flamengo, com seguidas enterradas em jogadas bem trabalhadas por toda a equipe rubro-negra. Mas a performance espetacular do camisa 4 do Maccabi Tel Aviv foi o fator determinante, ele fez 16 pontos só no 3º quarto, recolando o time israelense no jogo. O quarto terminou com o Flamengo vencendo por 64 x 61.

Mas o começo do 4º quarto apresentou um Flamengo fulminante, a sete minutos para o fim do jogo a vantagem chegou aos 11 pontos. As bolas do Flamengo caiam de todos os lados e por todas as mãos, principalmente através de Nico Laprovittola e Meyinsse, mas também com Herrmann, Olivinha e Benite, este último que seguia impondo uma marcação forte. Se Vítor Benite não apareceu tanto nas estatísticas individuais, foi um monstro no jogo coletivo. O Maccabi começou a tentar forçar jogadas, dando sinais de algum desespero. Com Laprovittola inspirado, o Flamengo utilizou o momento favorável e conseguiu abrir boa vantagem. O Maccabi diminuiu a diferença para 9 pontos numa bola de três de Hayes a 1m37s para o fim do jogo. O Flamengo conteve seus nervos, tinha 8 pontos de frente a 53 segundos do fim, só uma tragédia tiraria o maior titulo da história do basquete da Gávea. Quando os israelenses buscaram se recuperar, não havia mais tempo. De um lado, Pargo foi obrigado a precipitar arremessos de três pontos para tentar diminuir a diferença. Do outro, o Flamengo valorizou bem as posses de bola e segurou sua vantagem até o cronômetro zerar. Final: 90 x 77. Desde 1983 uma equipe da FIBA Américas não superava uma equipe da FIBA Europa. Flamengo: Campeão Intercontinental.

Wálter Herrmann nos braços da torcida


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