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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Seleção Brasileira de 1981 a 1990

História da Seleção Brasileira de Basquete Masculino
Brazilian Male Basketball Team's History
Historia de la Seleción Brasileña de Baloncesto

O otimismo voltou a rondar o país e a crise no basquete passou. O sentimento em torno à situação do basquete brasileiro parecia já ser outro nos anos 80. Kanela, em entrevista à revista Placar (ed. 827, de 31/mar/86) dizia "nunca vi tanto craque". Alongava-se: "depois dos bicampeões apareceram alguns bons jogadores, mas nenhum da capacidade de Amaury, Wlamir, Ubiratan, Menon e Waldemar. Hoje em dia, porém, vejo que estão surgindo jogadores com potencial que me fazem lembrar aquele time. (...) Gérson e Pipoka são geniais (...) temos Marcel que é um gênio como foram Wlamir e Amaury, e Oscar, que aprendeu a encestar quando estava ainda na barriga da mãe (...) Maury, irmão do Marcel, é também um monstro".

Depois de ter conseguido voltar às Olimpíadas, em 1980, o ciclo seguinte no comando da Seleção Brasileira foi conduzido por uma comissão de treinadores, liderados por Edvar Simões e José Medalha, co-treinadores da Seleção. Mas no Mundial de 1982, na Colômbia, o resultado voltou a ficar muito aquém dos obtidos nos tempos áureos de Amaury e Wlamir, um 8º lugar. A seleção jogou com Nilo Guimarães, Marcel, Oscar, Adilson e Marquinhos como quinteto titular; Maury, Marcelo Vido, Carioquinha, Cadum, Gilson Trindade e Israel estavam no banco de reservas. Logo na estréia, derrota para a Austrália por 73 x 75. Depois o time perdeu para a União Soviética (92 x 99), venceu China, Uruguai e Tchecoslováquia, mas antes de voltar para casa ainda conseguiu a façanha de perder para o Panamá (85 x 86). Nos Jogos Pan-Americanos de 1983, em Caracas, na Venezuela, o time ficou a Medalha de Prata, tendo os EUA conquistado o Ouro.

O pivô Istael em ação pelo Brasil

Ao mesmo tempo vinha chegando uma geração que dava esperanças de um futuro melhor. Em 1983, o Brasil foi 3º lugar no Mundial Sub-19, ficando atrás somente de Estados Unidos e União Soviética, e tendo vencido a dona da casa, Espanha, na decisão de 3º lugar. O time brasileiro jogava com Chuí, Zanon, Paulinho Villas-Bôas, Joel Vicardi e Rolando Ferreira. O sexto jogador era Pipoka. O técnico deste time era Cláudio Mortari.

Para as Olimpíadas de 1984, o treinador escolhido foi Renato Brito Cunha. O time brasileiro, jogando com Nilo Guimarães, Carioquinha, Oscar, Israel e Marquinhos foi Campeão do Pré-Olímpico, disputado em São Paulo. No banco, estavam Marcelo Vido, Cadum, Gérson Victalino e Adilson. O Brasil venceu por 93 a 76 ao Uruguai, por 95 a 92 ao Panamá, por 107 a 95 à Argentina, por 90 a 80 ao México, por 92 a 89 a Cuba, por 93 a 78 à República Dominicana, por 99 a 93 ao Canadá e por 109 a 107 a Porto Rico. Foi para as Olimpíadas de Los Angeles e voltou com um 9º lugar. Novamente perdeu a estréia para a Austrália (72 x 76), e depois perdeu para Itália (78 x 89), Iugoslávia (85 x 98) e Alemanha (75 x 78).

Novamente o Brasil se deparava com uma enorme insatisfação com os resultados obtidos pela Seleção Brasileira. Era hora de nova mudança: Ary Vidal voltava ao comando do time para tentar reeditar o bom desempenho que a seleção teve sob seu comando em 1978. O time venceu o Sul-Americano de 85, na Colômbia, e foi para o Mundial de 1986, na Espanha, jogando com Maury, Marcel, Oscar, Gérson e Israel; Guerrinha, Nilo Guimarães, Paulinho Villas-Bôas, Pipoka e Rolando formavam a reserva. Na mão de Ary Vidal o Brasil voltou a jogar uma semi-final, tendo terminado o Mundial na 4ª colocação, o melhor desempenho desde a seleção que Ary Vidal levara ao 3º lugar no Mundial de 78. O time brasileiro venceu Coréia do Sul, Panamá, Grécia, Espanha, Cuba e Israel, sofreu derrotas para França (85 x 93) e União Soviética (101 x 110). Perdeu a semi-final para os EUA (80 x 96) e a decisão de 3º lugar para a Iugoslávia (91 x 117).



Carreira dos principais jogadores brasileiros da década de 1980:
Oscar Schimdt: 1974-1979 Palmeiras, 1979-1982 Sírio (SP), 1982-1990 Juve Caserta (Itália), 1990-1993 Pavia (Itália), 1993-1995 Valladolid (Espanha), 1995-1997 Corinthians, 1997-98 Bandeirantes Barueri (SP), 1998-99 Mackenzie (SP), 1999-2003 Flamengo
Marcel Ponickwar de Souza: 1974 Sírio (SP), 1975-76 Bradley University (EUA), 1976-1983 Sírio (SP), 1983-84 Juve Caserta (Itália), 1984-85 Monte Líbano (SP), 1986 Jundiaí (SP), 1986 Corinthians (SP), 1987-1989 Alno Fabriano (Itália), 1989-90 Monte Líbano (SP), 1990-1992 Corinthians de Santa Cruz (RS), 1992-93 Sírio (SP) e 1993-94 Palmeiras (SP)
Israel Andrade: 1978-1980 Corinthians, 1980-1982 Sporting Lisboa (Portugal), 1982-1985 Monte Líbano (SP), 1985-86 Libertas Livorno (Itália), 1986-1991 Fabriano (Itália), 1991-1994 Rimini (Itália), 1994-95 Virtus Roma (Itália), 1996 Liga Angrense (RJ), 1997 Jacareí (SP), 1997-98 Bandeirantes Barueri (SP), 1998-99 Mackenzie (SP) e 2000-2002 Hebraica (SP)


Oscar Schmidt fez história na Europa, nas Ligas da Itália e da Espanha


No ano seguinte, 1987, o Brasil obteve o resultado que mais marcou esta geração, foi Medalha de Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, vencendo os Estados Unidos por 120 a 115 na final, aplicando a primeira derrota de um time norte-americano de basquetebol jogando em seu território. Os 12 jogadores escolhidos por Ary Vidal que conseguiram esta façanha foram: Oscar Schmidt (Caserta - Itália), Marcel de Souza (Fabriano - Itália), Israel Andrade (Fabriano - Itália), Maury de Souza (Monte Líbano - SP), Ricardo "Cadum" Guimarães (Monte Líbano - SP), Pipoka (Monte Líbano - SP), André Stoffel (Monte Líbano - SP), Guerrinha (Franca - SP), Paulinho Villas-Bôas (Sírio - SP), Gérson Victalino (Corinthians), Silvio Malvesi (Pirelli - SP) e Rolando Ferreira (Universidade de Houston - EUA). A campanha brasileira: 110 x 79 no Uruguai, 100 x 99 em Porto Rico, 103 x 98 nas Ilhas Virgens, 88 x 91 para o Canadá, 131 x 84 na Venezuela, 137 x 116 no México, e 120 x 115 nos Estados Unidos. A pontuação dos jogadores brasileiros na competição: Guerrinha (55 pts), Marcel (187), Oscar Schmidt (249), Israel (78) e Gérson Victalino (62). Maury (12), Cadum (47), Paulinho Villas-Boas (47), Pipoka (23) e Rolando (12). Suplentes: Silvio (6) e André Stoffel (11).


Oscar comemora mais um ponto. Após o jogo, Guerrinha é carregado por Gérson e Pipoka


A carreira dos nomes que fizeram história em Indianápolis em 1987:
Maury Ponikwar de Souza: 1981-84 Sirio (SP), 1984-88 Monte Líbano (SP), 1988-90 Flamengo, 1990 Varese (Itália), 1990-92 Clube Ipê, de Jales (SP), 1992-94 Franca (SP), 1994-99 Guaru (SP), 1999-00 Bauru (SP) e 2000-02 Universo Ajax (GO)
Jorge Guerra, "Guerrinha": 1978-87 Franca (SP), 1988 Monte Líbano (SP), 1989-92 Franca (SP), 1993-96 Dharma Yara, de Franca e 1997 COC/Ribeirão Preto
Ricardo Guimarães, "Cadum": 1978-87 Monte Líbano (SP), 1987-88 Tênis Clube de Campinas (SP), 1988-89 Flamengo, 1989-93 Sírio, 1993-96 Dharma Yara, de Franca, 1996-97 Pinheiros, 1997-98 Palmeiras, 1998-99 Uberlândia (MG) e 2000 Hebraica (SP)
Paulinho Villas-Bôas: 1981-87 Sírio (SP), 1987-88 Monte Líbano (SP), 1988-89 Flamengo, 1989-95 Rio Claro (SP), 1995-96 Mogi (SP), 1996-97 Corinthians, 1997-98 Bandeirantes Barueri (SP), 1998-99 Mackenzie (SP), 1999-00 Flamengo, 2001 Unisanta (SP)
Gérson Victalino: 1980-85 Monte Líbano (SP), 1985-87 Corinthians, 1987-88 Monte Líbano (SP), 1988-89 TDK Manresa (Espanha), 1989-90 Lwart Lwarcel (SP), 1990-96 Clube Ipê, de Jales, 1996-97 Corinthians e 1998 Sport Recife (PE)
João Viana, "Pipoka": 1985-87 Monte Líbano (SP),  1987-89 Tênis Clube de Campinas (SP), 1989-91 Maratonistas de Coamo (Porto Rico), 1991 Dallas Mavericks (NBA), 1992-93 Maratonistas de Coamo (Porto Rico), 1993-95 Palmeiras, 1995-96 Corinthians, 1996-98 Mogi (SP), 1998-01 Flamengo, 2001-04 Araraquara (SP) e 2004-07 Universo/Brasília (DF)
Rolando Ferreira: 1983 Sirio (SP), 1984-88 University of Houston (EUA), 1988-89 Portland Trail Blazers (NBA), 1990-91 Monte Líbano (SP), 1992-93 Corinthians de Santa Cruz (RS), 1993-95 Guaru (SP), 1995-97 Corinthians de Santa Cruz (RS), 1997-98 Bandeirantes Barueri (SP), 1998-99 Pinheiros (SP) e 2000 Unisanta (SP)


Da esquerda para a direita: em cima estão Guerrinha, Gérson, Sílvio, Rolando, André,
Israel e Maury, e abaixo estão Marcel, Pipoka, Cadum, Oscar e Paulinho

O Brasil seguiu o embalo de bons resultados em 1988. Foi campeão do Pré-Olímpico, jogado em Montevidéu, e nos Jogos Olímpicos de Seul, na Coréia do Sul, ficou com um 5º lugar. O quinteto titular de Ary Vidal jogou com Maury, Marcel, Oscar, Gérson e Israel. Venceu Canadá (125 x 109), China (130 x 108), Egito (138 x 85), perdeu para EUA (87 x 102), Espanha (110 x 118) e União Soviética (105 x 110), venceu Porto Rico (104 x 86) e Canadá (106 x 90).

A quinta colocação em Seul derrubou Ary Vidal. O treinador escolhido para o seu lugar foi o técnico de Franca, Hélio Rubens. Com ele, o time brasileiro, em 1990, foi 3º lugar no Pré-Mundial, no México, e 5º lugar no Mundial de 1990, na Argentina. O time titular era o mesmo da Olimpíada de 88: Maury, Marcel, Oscar, Gérson e Israel. No banco, alguma renovação, com a presença, além de Guerrinha, Cadum, Pipoka e Rolando, de Fernando Minucci, Luiz Felipe e Josuel. A campanha no Mundial teve vitórias sobre Itália (125 x 109), China (138 x 95), Austrália (100 x 93) e Grécia (97 x 94), e derrotas para Austrália (68 x 69), Iugoslávia (86 x 105), Grécia (88 x 103) e União Soviética (100 x 110).



4 comentários:

  1. Estou tentando lembrar de um jogo que lembro vagamente, Guerrinha faz uma cesta do meio da quadra, não sei ao certo se no final do primeiro tempo ou final do jogo. Poderiam me ajudar? Ótimas recordaçõesreunidas neste blog ;)

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  2. Eu nilva saldanha Vargas. Estive lá so pea ver OSCAR e gerson (O monstro de pequim )

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