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domingo, 15 de julho de 2018

Os 9 brasileiros da temporada 2015-16 da NBA

Marcelo Huertas - Raul Neto - Leandro Barbosa - Bruno Caboclo - Nenê Hilário - Anderson Varejão - Tiago Splitter - Lucas Nogueira - Cristiano Felício

Houve um elenco inteiro de brasileiros na temporada 2015-16 da NBA. A prova de todo o potencial físico e técnico do Brasil no basquetebol. Uma amostra também bastante vívida da diversidade étnica do país. Brasileiros para todos os gostos e para todas as posições, para a armação, a lateral e o garrafão. O basquete brasileiro, se bem trabalhado, teria tudo para ter resultados expressivos.


A presença recorde de 9 brasileiros na temporada 2015-16 da NBA, a liga norte-americana de basquete, chamou a atenção, principalmente às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A expectativa de uma preparação intensa para aumentar o nível da Seleção Brasileira foi criada e, em alguns pontos, acabou sendo positiva para o trabalho a ser realizado pelo técnico Rubén Magnano em busca da medalha tão sonhada por uma geração de jogadores.

No entanto, esse grupo de brasileiro viveu altos e baixos. Desde a reserva que parecia interminável de Marcelinho Huertas no Los Angeles Lakers, passando pelos poucos minutos de Anderson Varejão, tanto no Cleveland Cavaliers quanto no Golden State Warriors, até uma surpreendente explosão de Cristiano Felício com a camisa do Chicago Bulls.

Nos playoffs foram quatro representantes do país na competição: Leandrinho e Anderson Varejão, no Golden State Warriors; e Lucas Nogueira e Bruno Caboclo, no Toronto Raptors. Tiago Splitter, que se recupera de uma cirurgia no quadril, não pode atuar pelo Atlanta Hawks, além de estar fora dos Jogos Olímpicos do Rio.

CRISTIANO FELÍCIO

Surpresa desde a sua participação na Liga de Verão da NBA, Cristiano Felício ganhou a confiança da comissão técnica do Chicago Bulls por sua dedicação nos treinamentos. Aos 23 anos, assinou contrato por duas temporadas, começou apenas como espectador de luxo, passou pela Liga de Desenvolvimento (D-League) e chamou a atenção.

Com a série de lesões de pivôs, o brasileiro apareceu como opção e não desperdiçou a oportunidade. Mostrou força física, encarou nomes de peso de igual para igual no garrafão, como Dwight Howard, e fez jogadas espetaculares. No total, disputou 31 jogos, mas nos últimos 10, teve médias de sete pontos, 5,7 rebotes e 16,7 minutos de quadra.

- Fiquei muito chateado pela eliminação, queríamos chegar aos playoffs, mas tivemos problemas de lesões, desfalques que atrapalharam bastante. Mas, ao mesmo tempo em que estou triste pelo fim da temporada, estou feliz por ter podido mostrar o meu jogo, tentado ajudar a equipe nesses últimos jogos. Me senti confiante, à vontade em quadra, todos me deram apoio e me ajudaram - disse Cristiano.

NENÊ

Ainda considerado um pivô de respeito na NBA, mas em condições físicas bem diferentes de seu início de carreira, Nenê passou a ser uma opção no banco de reservas do Washington Wizards. Com menos minutos de quadra (média de 19,2, seis minutos a menos do que na temporada), foi mais eficiente. Em seu último ano de contrato, mostrou ainda ser capaz de causar impacto e com o time fora dos playoffs teve um tempo maior de descanso para os Jogos Olímpicos.

Na reta final, cresceu e foi ainda mais importante na última esperança dos Wizards em chegar aos playoffs. Nos seus 10 jogos finais, atuou por mais de 30 minutos e em três deles teve média de 12,7 pontos, contra 9,2 em toda a temporada. No geral, teve um aproveitamento de 54,4% nos arremessos, o melhor desde 2010/11, quando chegou a 61,5%.

LEANDRINHO

Ter continuado no Golden State Warriors ajudou Leandrinho a manter seu nível de jogo. Se não teve evolução nos números, colaborou para uma campanha histórica do time. Na temporada, ganhou minutos em relação à última (15,9 contra 14,9 de média) e reduziu a pontuação (caindo de 7,1 para 6,4). No entanto, o fato de estar acostumado a vencer e a confiança em alta só podem ser algo positivo para um jogador.

- A temporada foi sem dúvida de afirmação, pode se assim dizer, pelo fato do crescimento do time e do meu em particular. A equipe se solidificou com a conquista do ano anterior, ganhou maior entrosamento e confiança e isso refletiu em cada jogador. Comigo, não foi diferente, pois com a confiança de toda a comissão técnica, pude ter mais tempo de quadra, desenvolver meu jogo e desta forma estar melhor preparado para brigar nos playoffs e, também, chegar para a disputa das Olimpíadas de uma maneira com melhor condicionamento e confiante na conquista de uma medalha histórica para o nosso basquete - afirmou Leandrinho.

MARCELINHO HUERTAS

A perseverança foi a principal arma de Marcelinho Huertas para se manter firme à espera de oportunidades no Los Angeles Lakers. Depois de meses amargando uma reserva interminável, jogando apenas em confrontos já decididos, com o nível técnico baixo de companheiros e adversários, o brasileiro despertou em março e melhorou suas médias, chegando a 7,1 pontos e 4,9 assistências no mês contra 4,5 e 3,4 no geral, respectivamente. Com belas assistências e mais minutos, conseguiu mostrar um pouco do seu talento. Havia uma expectativa do que poderia fazer na NBA depois de anos atuando com qualidade pelo Barcelona.

- Tive essa oportunidade de estar mais tempo em quadra nesta reta final, foi muito bom, finalmente pude mostrar minha capacidade de jogar na NBA, que merecia meu espaço. Espero que possa continuar desta maneira. Trabalhei muito duro nos momentos difíceis sem jogar ou entrando muito pouco, nos finais de jogos praticamente perdidos, e nunca deixei cair a peteca. Isso foi o mais importante. A preparação e a pré-temporada foram boas, mas fiquei fora da rotação em grande parte da liga. Isso não impediu que eu continuasse trabalhando, fazendo hora extra. Sabia que mais cedo ou mais tarde a oportunidade viria. Não era o esperado, nem o ideal, mas às vezes foge do controle. Fico feliz em poder ter jogando, ajudado e mostrado meu potencial - disse Huertas.

RAULZINHO

O início surpreendente de Raulzinho como titular do Utah Jazz, depois da lesão grave do australiano Dante Exum, foi um desafio para o brasileiro. Em sua estreia na NBA, conseguiu se estabelecer, deu conta do recado, mas teve os altos e baixos naturais de um calouro que levaram o time a contratar outro armador: Shelvin Mack, longe de ser do primeiro escalão da liga.

Raulzinho perdeu espaço no time e viu jogadores fora da sua posição ganharem tempo de quadra como armadores. Ao contrário de Felício e Huertas, teve uma queda de rendimento, e suas média de pontos nos últimos 10 jogos caiu para 3,1 contra 5,9 no geral. Seus minutos também despencaram. Em abril, foram apenas 11,8 de média contra um total de 18,5 por jogo. Ainda assim, acabou criando um lastro e terminando com imagem positiva diante da comissão técnica.

TIAGO SPLITTER

Foram 36 jogos até chegar ao ponto de Tiago Splitter precisar parar e ser submetido a uma cirurgia no quadril em fevereiro que o tirou do restante da temporada e dos Jogos Olímpicos do Rio. Contratado pelo Atlanta Hawks depois de anos de sucesso no San Antonio Spurs, o brasileiro já vinha sofrendo com lesões, mas ainda assim conseguiu ter um média de 16,1 minutos de quadra e 5,6 pontos. No momento, a preocupação maior é com a sua volta ao basquete na temporada 2016-17 da NBA.

ANDERSON VAREJÃO

Quando a temporada da NBA começou, a volta de Anderson Varejão depois de se recuperar de uma lesão no tendão de Aquiles do pé direito foi tratada como um ganho para o Cleveland Cavaliers, então vice-campeão. No entanto, pouco utilizado, acabou envolvido em uma negociação com o Portland Trail Blazers, que não ficou com o brasileiro.

Agente livre, acertou com o Golden State Warriors na esperança de ter mais tempo de quadra e com a chance de lutar pelo título. Mas ele perdeu minutos em relação aos Cavaliers nesta temporada, não conseguiu recuperar o ritmo como esperava e chegava para os Jogos Olímpicos como uma incógnita a ser desvendada no período de preparação.

LUCAS NOGUEIRA

Mais uma temporada apenas de aprendizado no Toronto Raptors. Bebê até protagonizou bonitas enterradas e fez um grande jogo contra o então campeão Golden State Warriors, marcando 14 pontos, seu recorde. No entanto, não conseguiu conquistar seu espaço na rotação, disputando apenas 29 jogos, com 7,7 minutos de média. Disputou alguns jogos na D-League. Felício, por exemplo, conseguiu aparecer mais, com a mesma idade, logo em sua primeira temporada.

BRUNO CABOCLO

A situação de Caboclo foi ainda mais difícil no Toronto Raptors. Na temporada 2015-16 entrou em apenas seis jogos, com 7,1 minutos de média e um total de três pontos. Na anterior, jogou oito vezes, com 1,3 ponto por jogo. Passou um tempo na D-League, com os Raptors 905, onde atuou em 37 jogos, teve uma atuação de destaque, com um recorde pessoal de 31 pontos e média de 14,7.

Fonte: SporTV

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