.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Top 10 Melhores Brasileiros na História da NCAA


Fazer listas de melhores atletas comparando épocas distintas é sempre algo complexo e complicado, pois cada época é uma época, e a dinâmica de jogo em qualquer esporte sofre grandes mudanças ao longo do tempo. Mais difícil ainda é comparar estatísticas de basquete em épocas diferentes dentro da NCAA, campeonato universitário de basquete dos EUA, composto por conferências bastante distintas e com níveis de dificuldade e exigência muito variantes, algumas com nível de dificuldade maior que outras.

Assim, certamente não há como não entrar em alguma polêmica e alguma discussão na hora de formar uma lista como esta. Mas não se eximindo deste risco, eis a seguir a lista dos 10 brasileiros de maior destaque na história do basquete universitário dos EUA, e com direito a uma 11ª citação merecedora de menção honrosa.


Ranking de Melhores Brasileiros da História da NCAA:

1. Marcos Leite - Marquinhos Abdalla
Pivô
Pepperdine Waves (Pepperdine University)
West Coast Athletic Conference
1973-74: 15 jogos, 17,3 pontos e 11,1 rebotes por jogo
1974-75: 19 jogos, 19,7 pontos e 11,1 rebotes por jogo
1975-76: 26 jogos, 18,7 pontos e 10,0 rebotes por jogo
Total: 60 jogos, 18,7 pontos e 10,6 rebotes por jogo

O pivô carioca começou a escrever seu nome no basquete com a camisa do Fluminense, onde fez parte do maior time de basquete da história do tradicional clube de futebol. Daí seguiu aos Estados Unidos para construir a maior carreira já construída por um brasileiro no basquete universitário norte-americano, sendo o primeiro jogador de basquete brasileiro a ser eleito MVP nos EUA. De volta ao Brasil, viveu seus melhores momentos com a camisa do Sirio, em São Paulo. Foi um dos principais nomes da Seleção Brasileira de Basquete Masculino nos Anos 1970 e início dos Anos 1980.



2. Rafael Araújo (Baby)
Pivô
BYU Cougars (Brigham Young University - Provo, Utah)
Mountain West Conference
2002-03: 32 jogos, 12,0 pontos e 8,9 rebotes por jogo
2003-04: 30 jogos, 18,4 pontos e 10,1 rebotes por jogo
Total: 62 jogos, 15,1 pontos e 9,5 rebotes por jogo

O pivô paranaense viveu uma carreira meteórica no basquete universitário dos EUA, tendo a oportunidade de ser escolhido no Draft da NBA e de ter jogado três temporadas no basquete profissional norte-americano. Teve algumas participações com a camisa da Seleção Brasileira. Após a carreira de sucesso na América do Norte, voltou ao Brasil e sa sagrou campeão nacional e sul-americano com o Flamengo, em seu melhor momento jogando basquete em terras brasileiras.



3. João Paulo Batista (JP Batista)
Pivô
Gonzaga Bulldogs (Gonzaga University)
West Coast Conference
2004-05: 29 jogos, 12,4 pontos e 6,2 rebotes por jogo
2005-06: 33 jogos, 19,3 pontos e 9,4 rebotes por jogo
Total: 62 jogos, 16,1 pontos e 7,9 rebotes por jogo

O pivô pernambucano conquistou seu espaço na história do basquete de sua universidade. Seu sucesso no basquete universitário, levou-o a atuar no basquete europeu, tendo estado duas temporadas na Lituânia, jogando pelo Lietuvos Rytas, uma temporada na Letônia, onde defendeu ao Barons Riga, e sete temporadas na França, seis no Le Mans e uma no Limoges. A concistência na Europa o alçou à Seleção Brasileira. Após a carreira de sucesso nos EUA e na Europa, voltou ao Brasil e sa sagrou campeão nacional com o Flamengo, em seu melhor momento jogando basquete em terras brasileiras. Teve passagem de destaque também com a camisa do Mogi das Cruzes.



4. Marcel de Souza
Ala
Bradley Braves (Bradley University)
Missouri Valley Conference
1975-76: 26 jogos, 14,2 pontos e 4,6 rebotes por jogo

O ala paulista foi um dos maiores ícones da história do basquete brasileiro teve uma rápida passagem no basquete universitário dos EUA, onde este em uma única temporada, destacand-se pelo arremesso certeiro que o acompanhou ao logo de toda sua carreira. O auge de sua carreira foi com as camisetas do Sirio e do Monte Libano. Passagem destacada também pela Itália, onde esteve por quatro temporadas, defendendo o Juve Caserta em uma delas, e o Fabriano nas outras três.



5. Rolando Ferreira
Pivô
Houston Cougars (Houston University)
Southwest Conference
1986-87: 30 jogos, 9,8 pontos e 5,6 rebotes por jogo
1987-88: 31 jogos, 15,1 pontos e 6,8 rebotes por jogo
Total: 61 jogos, 12,5 pontos e 6,2 rebotes por jogo

O pivô paulista foi um pioneiro entre os brasileiros na NBA, onde viveu uma curta e breve experiência após se destacar na NCAA. Sua passagem com a camisa da Seleção Brasileira não teve tanto brilho, sendo um tanto discreta. No Brasil, defendeu Sirio, Monte Libano e Corinthians de Santa Cruz, com um jogo sempre eficiente mas sem ser o de maior protagonismo da equipe.

Rolando, camisa 33 do Cougars


6. Scott Machado
Armador
Iona Gaels (Iona College of New York)
Metro Atlantic Athletic Conference
2008-09: 31 jogos, 9,3 pontos, 3,4 rebotes e 4,8 assistências por jogo
2009-10: 31 jogos, 12,5 pontos, 3,2 rebotes e 3,9 assistências por jogo
2010-11: 37 jogos, 13,2 pontos, 3,9 rebotes e 7,6 assistências por jogo
2011-12: 33 jogos, 13,6 pontos, 4,9 rebotes e 9,9 assistências por jogo
Total: 132 jogos, 12,2 pontos, 3,9 rebotes e 6,7 assistências por jogo

Filho de pai e mãe brasileiros, ele nasceu no Queens, em Nova Iorque, nos EUA, tendo dupla nacionalidade. Destacou-se na NCAA e tentou diversas ingressar na NBA, onde atuou poucas vezes. Acabou seguindo ao basquete europeu, passando por equipes de França, Estônia, Alemanha e Espanha. Teve passagens pela Seleção Brasileira, mas sem muito sucesso.



7. Jonathan Tavernari
Ala
BYU Cougars (Brigham Young University - Provo, Utah)
Mountain West Conference
2006-07: 28 jogos, 6,5 pontos, 2,9 rebotes e 0,6 assistências por jogo
2007-08: 35 jogos, 13,1 pontos, 5,3 rebotes e 1,5 assistências por jogo
2008-09: 33 jogos, 15,7 pontos, 7,2 rebotes e 1,8 assistências por jogo
2009-10: 36 jogos, 10,1 pontos, 4,4 rebotes e 1,5 assistências por jogo
Total: 132 jogos, 11,5 pontos, 5,0 rebotes e 1,4 assistências por jogo

O versátil ala paulista conseguiu construir uma carreira bastante consistente em uma universidade tradicional do basquete norte-americano. Passou três temporadas evoluindo seus indicadores, mas na sua quarta e última temporada suas estatísticas pioraram. O sucesso na NCAA o levou a ser chamado para defender a Seleção Brasileira. Sem mais espaço nos EUA, voltou ao Brasil e defendeu o Pinheiros. Sem conseguir ser protagonista, acabou rumando para o basquete da Itália, onde atuou por muitas temporadas, na maior parte de sua carreira, tendo defendido a Biella, Pistoia, Scafati, Derthona, Agropoli, Mens Sana Siena, Dinamo Sassari e Cantu.



8. Hátila Passos
Pivô
New Mexico State Aggies (New Mexico State University)
Western Athletic Conference
2006-07: 31 jogos, 8,7 pontos e 6,1 rebotes por jogo
2007-08: 29 jogos, 10,8 pontos e 7,3 rebotes por jogo
Total: 60 jogos, 9,7 pontos e 6,7 rebotes por jogo

Escolha difícil, pois o pivô fluminense (de Volta Redonda) não atuou por uma das mais tradicionais e fortes equipes e conferências do basquete universitário dos EUA, mas teve números e uma evolução a cada temporada muito consistentes. Não se destacou quando chamado para defender a Seleção Brasileira. No basquete brasileiro, defendeu sem grande destaque ao Uberlândia por uma temporada. Seguiu carreira na América do Sul, tendo passado pela Venezuela, onde defendeu a Marinos de Anzoátegui e Trotamundos de Carabobo, e pelo Uruguai, onde defendeu a Hebraica Macabi e Malvin. Aos 32 anos, naturalizou-se e passou a defender a Seleção do Uruguai.



9. Fabrício Melo (Fab Melo)
Pivô
Syracuse Orange (Syracuse University)
Big East Conference
2010-11: 33 jogos, 2,3 pontos e 1,9 rebotes por jogo
2011-12: 30 jogos, 7,8 pontos e 5,8 rebotes por jogo
Total: 63 jogos, 4,9 pontos e 3,8 rebotes por jogo

Colocar o pivô mineiro, que chegou ao Draft da NBA e veio a defender ao Boston Celtics, apenas na 9ª colocação foi uma escolha difícil, porque sua passagem pela NCAA foi com a camisa de uma das mais tradicionais escolas do basquete universitário norte-americano. Porém, suas estatísticas individuais não representaram números tão expressivos quanto os de outros nomes desta lista. Sem conseguir dar continuidade a sua carreira em alto nível, o pivô acabou morrendo prematuramente em 2017, aos 26 anos, de causas naturais, durante o sono, em sua cidade-natal, Juiz de Fora.



10. Guilherme da Luz
Armador
Furman Paladins (Furman University)
Southern Conference
1999-00: 32 jogos, 8,8 pontos e 5,0 assistências
2000-01: 26 jogos, 11,2 pontos e 5,9 assistências
2001-02: 31 jogos, 11,7 pontos e 6,6 assistências
2002-03: 28 jogos, 11,4 pontos e 5,3 assistências
Total: 117 jogos, 10,7 pontos e 5,7 assistências

Outra escolha difícil, porque o armador paulista não atuou por uma das mais tradicionais e fortes equipes e conferências do basquete universitário dos EUA, mas seus números e a evolução em cada uma das quatro temporadas disputadas foram muito consistentes. Porém, não conseguiu construir uma carreira sólida no basquete após a universidade, terminando por abandonar ao esporte prematuramente.




Menção Honrosa:
Ed Galvão - Eduardo Agra
Armador
Kansas State Wildcats (Kansas State University)
Big Eight Conference
1979-80: 3 jogos, 0 pontos
1980-81: 29 jogos, 4,3 pontos e 1,8 assistências por jogo
1981-82: 27 jogos, 3,9 pontos e 2,0 assistências por jogo
1982-83: 23 jogos, 5,6 pontos e 3,3 assistências por jogo
Total: 82 jogos, 4,4 pontos e 2,2 assistências por jogo

O armador pernambucano conhecido nos EUA como Ed Galvão, mas no Brasil chamado Eduardo Agra, tem um histórico estatísticos com indicadores inferiores aos listados no Top 10 de Brasileiros apresentados acima, mas entre com menção honrosa por ter sido um dos pioneiros entre os brasileiros que obtiveram algum destaque na NCAA (Marquinhos Adballa, que para os norte-americanos foi Marcos Leite, havia sido o único a conseguir brilhar por lá antes dele). Por isto, entra aqui fora do Top 10, mas merece a citação honrosa.




Uma lista difícil de ser fechada, e com algumas escolhas que certamente dão margem a algum debate. Foram muitos os brasileiros que atuaram na NCAA, mas a lista dos que tiveram indicadores estatísticos expressivos é um tanto restrita. Entre os muitos brasileiros que passaram pelo basquete universitário dos EUA, outros nomes cujas estatísticas os deixam um tanto próximos ao Top 10 listado acima:

- o ala gaúcho Arthur Bernardi jogou 53 jogos em 2 temporadas (2011-12 e 2012-13) pelo time da Houston Baptist University na Great West Conference com média de 13,6 pontos e 6,0 rebotes por jogo.
- o ala carioca Fábio Ribeiro jogou 55 jogos em 2 temporadas (1991-92 e 1992-93) pelo time da Hawaii University na Western Athletic Conference com média de 13,5 pontos e 4,8 rebotes por jogo.
- o ala paulista Luiz Toledo jogou 59 jogos em 2 temporadas (2009-10 e 2010-11) pelo time da Idaho University na Western Athletic Conference com média de 8,3 pontos e 4,2 rebotes por jogo.
- o pivô paulista Rafael Maia jogou 113 jogos em 4 temporadas (2012-13 a 2015-16), as três primeiras pelo time da Brown University na Ivy Group, e a última pelo timeda University of Pittsburgh na Atlantic Coast Conference, com médias totais de 7,7 pontos e 6,8 rebotes por jogo.
- o ala paulista Luciano de Souza jogou 63 jogos em 2 temporadas (2008-09 e 2009-10) pelo time da Idaho University na Western Athletic Conference com média de 7,7 pontos e 2,5 rebotes por jogo.
- o pivô paulista Cassiano "Cass" Matheus jogou 64 jogos em 2 temporadas (2004-05 e 2005-06) pelo time da Utah State University na Western Athletic Conference com média de 7,6 pontos e 4,4 rebotes por jogo.
- o pivô paulista Diego Aguiar jogou 81 jogos em 3 temporadas (2003-04 a 2005-06) pelo time da Campbell University na Atlantic Sun Conference com média de 7,1 pontos e 3,8 rebotes por jogo.
- o ala mineiro Rodrigo Viegas jogou 68 jogos em 4 temporadas (1998-99 a 2002-03), as duas primeiras por Virginia Tech na Atlantic 10 Conference e as outras duas no time da Florida International University na Sun Belt Conference, tendo no total a média de 7,1 pontos e 3,5 rebotes por jogo.
- o ala-pivô carioca André Luiz Coimbra jogou 63 jogos em 2 temporadas (2010-11 e 2011-12) pelo time da Central Michigan University na Mid-American Conference com média de 6,5 pontos e 5,0 rebotes por jogo.
- o ala-pivô gaúcho Guilherme Teichmann jogou 58 jogos em 2 temporadas (2003-04 e 2004-05) pelo time da Tulsa University na Western Athletic Conference com média de 6,3 pontos e 6,1 rebotes por jogo.
- o ala mineiro Túlio da Silva jogou 107 jogos em 4 temporadas (2016-17 a 2019-20) por duas equipes, da South Florida University na American Athletic Conference (49 jogos), e da Missouri State University na Missouri Valley Conference (58 jogos), com média total de 10,6 pontos e 6,8 rebotes por jogo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário