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sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Brasil x Argentina nos Mundiais Sub-19: 6 encontros entre 1979 e 2023, e hegemonia argentina


A participação do Brasil no Mundial Sub-19 de Basquete Masculino se iniciou muito bem, em 1979, num torneio realizado no Brasil, no qual a Seleção Brasileira terminou com o vice-campeonato, perdendo o título para os Estados Unidos. Nas 16 edições disputadas desde então até 2023, o Brasil participou 8 vezes. Em nada menos do que 6 delas seu caminho se cruzou com o de seu tradicional rival, a Argentina. E é a história destes confrontos que será contada aqui, com o Brasil se sobressaindo nos primeiros duelos do Século XX, ao vencer os dois primeiros confrontos, e a Argentina se sobressaindo no Século XXI, com vitórias subsequentes nos quatro duelos seguintes.

A Seleção Brasileira participou das 4 primeiras edições do Mundial Sub-19: em 1979 quando foi sede, em 1983 na Espanha, em 1987 na Itália, e em 1991 no Canadá. Ficou de fora da edição de 1995, jogada na Grécia, e voltou à edição de 1999, em Portugal. Disputou, assim, 5 das 6 edições realizadas no Século XX, e em nada menos do que quatro destas cinco enfrentou à Argentina.

No Século XXI, o Brasil não conseguiu se classificar na maioria das vezes. Em 2003, novamente na Grécia, voltou a ficar de fora. Conseguiu se classificar para a edição de 2007 na Sérvia. Depois disto, a disputou mudou, deixando de ser a cada quatro anos, e passando a ser de dois em dois anos.

A Seleção Brasileira disputou em 2011 na Letônia e em 2013 na República Tcheca, e ficou então 4 edições consecutivas sem conseguir a sua classificação, ficando de fora em 2015 na Grécia, em 2017 no Egito, em 2019 novamente na Grécia e em 2021 na Letônia. Curiosamente o Mundial Sub-19 de basquete havia sido disputado 4 vezes na Grécia e o Brasil ficou de fora de todas estas quatro edições.

Já a Argentina tem um histórico muito diferente do brasileiro, mostrando a força das categorias inferiores de seu basquete, e mostrando porque conseguiu um protagonismo a nível mundial no Século XXI que não tinha no Século XX, com muitos jogadores na elite do basquete europeu e construindo histórias expressivas na NBA. Das 16 edições disputadas entre 1979 e 2023, a Argentina só ficou 1 única vez de fora, no torneio disputado em 1987 na Itália. De 1991 a 2023, participou de 13 edições consecutivas, na maioria das vezes terminando no Top 6.

Na edição de 1979, na 1ª Fase o Brasil venceu a Filipinas (123 x 80), Itália (85 x 79) e Uruguai (96 x 74), e perdeu para Austrália (71 x 73) e Iugoslávia (65 x 72). No Hexagonal Final, venceu à Argentina (74 x 73) e à União Soviética (76 x 75), e perdeu para os Estados Unidos (55 x 75). Com os EUA campeões, o Brasil foi 2º lugar, com Argentina em 3º, Iugoslávia em 4º, União Soviética em 5º e Itália em 6º lugar.

22/08/1979 - Brasil 74 x 73 Argentina
Local: Presidente Prudente, São Paulo
Parciais: 36 x 33 / 38 x 40 (74 x 73)
Brasil: Fábio Bergman (6), Figueiredo (14), Wágner Machado da Silva (19), André Stoffel (4) e Silvio Malvesi (13). Banco: Téc: Cláudio Mortari. Guy Peixoto (2), Ivan Sakr (5), José dos Santos (8), Kléber Vitoria (3) e Israel Andrade (0).
Argentina: Julio Politi (17), Daniel Arejula (21), Javier Maretto (9), Marcelo Duffy (11) e Gabriel Milovich (7). Téc: Alberto Trama. Banco: Jorge Faggiano (2), Esteban Camisassa (0) e Sergio Córdoba (6).

Argentina no Mundial Sub-19 de 1979


Na edição de 1983, na 1ª Fase o Brasil venceu à Alemanha (63 x 55) e à Austrália (82 x 62), e perdeu para a China (82 x 86); na 2ª Fase, venceu à Argentina (114 x 94), à Iugoslávia (80 x 67) e à Itália (79 x 68), e perdeu para Estados Unidos (84 x 100), Espanha (92 x 98) e União Soviética (79 x 100), terminando em 4º lugar e avançando para a disputa da Medalha de Bronze, na qual venceu à Espanha por 71 x 66, terminando em 3º lugar. Duas edições e dois pódios. Nunca mais a partir de então, o Brasil chegaria o pódio.

19/08/1983 - Brasil 114 x 94 Argentina
Local: Palma de Mallorca, Espanha
Parciais: 66 x 37 / 48 x 57 (114 x 94)
Brasil: Domingos Leal (14), Paulinho Villas-Boas (39), Joel Vicari (18), Pipoka (2) e Rolando Ferreira (14). Téc: Cláudio Mortari. Banco: Chuí (3), Luiz Cláudio Zanon (5), Wilson Garcia (10), Luís Felipe Azevedo (5), Álvaro Chaub (2) e Paulão Berger (2).
Argentina: Héctor Haile (8), Héctor Campana (18), Hugo Belli (24), Claudio Severini (12) e Sebastian Uranga (18). Téc: Alberto Trama. Banco: Ariel Medina (1), Edgardo Parizzia (4), Gerardo Secrestat (4) e Hernán Montenegro (5).


Na edição de 1987, o Brasil foi eliminado logo na 1ª Fase, após ter sofrido derrotas para União Soviética (64 x 89), Itália (97 x 102) e Canadá (74 x 89), vencendo apenas a Taiwan (94 x 78) e Alemanha (97 x 77).

Na edição de 1991, o Brasil começou muito bem, liderando seu grupo na 1ª Fase com excelentes vitórias sobre Síria (113 x 80) e Iugoslávia (87 x 78), e perdendo somente para a União Soviética (95 x 96). Na 2ª Fase, após vencer ao Canadá (86 x 69), perdeu para Argentina (74 x 87) e Estados Unidos (78 x 94), sendo eliminada, ficando de fora da semi-final, na qual os argentinos perderam para a Itália. Mas na decisão da Medalha de Bronze, a Argentina venceu à Iugoslávia. Na decisão de 5º a 8º lugares, o Brasil perdeu para a Romênia e venceu ao Canadá, terminando a competição em 7º lugar.

31/07/1991 - Argentina 87 x 74 Brasil
Local: Edmonton, Canadá
Parciais: 42 x 42 / 45 x 32 (87 x 74)
Brasil: Ricardinho Cavaliere (12), Luís Henrique Cambraia (10), Vanderlei Mazzuchini (15), Rogério Klafke (5) e Gema (15). Banco Everaldo Noveli (12), Carlos "Olivia" do Nascimento (0) e Janjão (5).
Argentina: Facundo Sucatzky (2), Jorge Racca (13), Alejandro Montecchia (24), Claudio Farabello (18) e Gabriel Díaz (14). Téc: Guillermo Vecchio. Banco: Gabriel Cocha (12), Carlos Simoni (2) e Ruben Wolkowisky (2).


Após ficar de fora em 1995, na edição de 1999 o Brasil voltou, e na 1ª Fase começou perdendo para a Espanha (83 x 91), mas se recuperou com vitórias sobre Nigéria (72 x 67) e Letônia (85 x 73), classificando-se. Na 2ª Fase, venceu à Rússia (91 x 89), mas perdeu para Estados Unidos (71 x 89) e Argentina (60 x 84), ficando de fora da semi-final, na qual a Argentina perdeu para a Espanha (80 x 81), ainda perdendo para a Croácia e terminando em 4º lugar. Na decisão de 5º a 8º lugares, o Brasil perdeu para Austrália e Grécia, terminando com a 8ª colocação.

21/07/1999 - Argentina 84 x 60 Brasil
Local: Almada, Portugal
Parciais: 37 x 33 / 47 x 27 (84 x 60)
Brasil: Manteiguinha (5), Lucas Moura Costa (7), Guilherme Giovannoni (6), Tiago Valentim (10) e Adriano Galvão (10). Banco: Jéfferson Sobral (6), Luiz Felipe Lemes (2), Diego Pinheiro (8) e Thomas Gehrke (6).
Argentina: Diego Ciorciari (12), Fernando Malara (9), Manuel Carrizo (17), Gabriel Mikulas (15) e Martin Leiva (15). Banco: Diego Alba (3), Leandro Lauro (9), Matías Chahab (3), Mariano Franco (1), Federico Kammerichs (0) e Pedro Calderón (0).


Após ficar de fora em 2003, na edição de 2007 o Brasil voltou, e na 1ª Fase venceu ao Líbano (83 x 67) e à Lituânia (81 x 75), perdendo para a França (73 x 98), mas se classificando. Na 2ª Fase ainda perdeu para Sérvia (75 x 87) e Estados Unidos (65 x 104), mas venceu à China (89 x 77), o que foi suficiente para obter a classificação às quartas de final, fase na qual superou à Austrália por 73 x 72. Na semi-final, voltou a perder para a Sérvia (74 x 89), seguindo para a Decisão da Medalha de Bronze, na qual foi derrotado por 64 x 75 para a França, terminando em 4º lugar, seu terceiro melhor desempenho na história da competição.

Na edição de 2011 o Brasil na 1ª Fase venceu a Polônia (79 x 70) e Tunísia (97 x 56) e perdeu para a Rússia (78 x 81), classificando-se novamente à 2ª Fase, quando venceu a Letônia (88 x 73), e perdeu para Austrália (57 x 63) e na prorrogação para a Argentina (69 x 71), derrota que o tirou das quartas de final. Na decisão de 9º a 12º lugar, venceu a Egito e Letônia, terminando com a 9ª colocação.

06/07/2011 - Argentina 71 x 69 Brasil
Local: Arena Riga, Riga, Letônia
Parciais: 8 x 19 / 16 x 11 (24 x 30) / 18 x 13 (42 x 43) / 20 x 19 (62 x 62) / 9 x 7 (71 x 69)
Brasil: Raulzinho Neto (11), Felipe Taddei (15), Bruno Irigoyen (10), Cristiano Felício (11) e Lucas "Bebê" Nogueira (13). Téc: José Neto. Banco: Davi Rossetto (0), Felipe Vezaro (9), Durval Cunha (0), Léo Meindl (0), Gabriel Aguirre (0), Erick Camilo (0) e Arthur Casimiro (0).
Argentina: Juan Giaveno (8), Carlos Paredes (5), Patricio Garino (7), Franco Giorgetti (13) e Marcos Delia (8). Téc: Enrique Tolcachier. Banco: Luciano Massarelli (15), Nicolás Copello (4), Emiliano Basabe (2), Lucas Díaz (0), Fernando Podesta (2), Pablo Pérez (5) e Tayavek Gallizzi (2).



Na edição de 2013 o Brasil sofreu duas derrotas logo na 1ª Fase, para Sérvia (50 x 65) e Austrália (45 x 73), venceu apenas a Senegal (72 x 56), mas avançou. Na 2ª Fase perdeu para Estados Unidos (66 x 91) e Rússia (78 x 81), e venceu à China (87 x 77). Eliminado, voltou a disputar a decisão de 9º a 12º lugar, tendo vencido ao Irã e perdido para a Rússia, terminando com a 10ª colocação.

A Seleção Brasileira ficou fora da disputa nas edições de 2015, 2017, 2019 e 2021, regressando à disputa no torneio disputado em 2023 na Hungria, exatos 10 anos após a sua última participação. Nesta edição, o Brasil venceu ao Japão (94 x 73) e ao Egito (73 x 67), e perdeu para a Sérvia (72 x 74), mas avançou às oitavas de final, fase na qual voltou a enfrentar à Argentina. Perdeu por 85 x 87, e acabou mais uma vez eliminado por seu maior rival. Na decisão de 9º a 16º lugar, venceu ao Líbano, perdeu para a Eslovênia, e venceu à Coréia do Sul, ficando com uma 7ª posição.

28/06/2023 - Argentina 87 x 85 Brasil
Local: Arena Olah Gabor, Debrechen, Hungria
Parciais: 17 x 11 / 24 x 22 (41 x 33) / 25 x 20 (66 x 53) / 21 x 32 (87 x 85)
Brasil: Vítor Brandão (12), Eduardo Klafke (18), Reynan dos Santos (25), Gabriel Landeira (7) e Samis Calderón (8). Téc: Vítor Galvani. Banco: Lucas Atauri (5), Guilherme Tesch (1), Leandro Inácio (9) e Vitor Cardoso (0).
Argentina: Lucas Fresno (6), Dylan Bordon (19), Juan Bocca (6), Lucas Giovannetti (14) e Lee Aaliya (20). Téc: Mauro Polla. Banco: Diego Collomb (7), Benjamin Marchiaro (2), Juan Respaud (0), Bautista Rodríguez (7), Santiago Trouet (6) e Nicholas Petri (0).




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