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domingo, 1 de setembro de 2019

Brasil no Mundial de Basquete Masculino 2019

Brazil - 2019 FIBA World Cup


Seleção Brasileira
Armadores: Marcelinho Huertas (Tenerife, Espanha), Yago Mateus (Paulistano) e Rafael Luz (Murcia, Espanha)
Alas: Vítor Benite (Burgos, Espanha), Leandrinho Barbosa (Minas), Alex Garcia (Minas), Marquinhos (Flamengo), Bruno Caboclo (Memphis Grizzlies, NBA) e Marcos Didi Louzada (Sydney Kings, Austrália)
Pivôs: Cristiano Felício (Chicago Bulls, NBA), Augusto Lima (Burgos, Espanha) e Anderson Varejão (Flamengo)


A Nova Geração Brasileira na NBA


Antes do Mundial, em entrevista para Fábio Balassiano do blog Bala na Cesta do Portal UOL, esta foi a avaliação de Aleksandar Petrovic sobre o caminho brasileiro no Mundial 2019: "Temos uma decisão desde a primeira partida contra a Nova Zelândia e é assim que encararemos o Mundial – com todos os jogos, desde o primeiro, valendo demais. Não há margem pra erro. Eu não tenho muita reclamação do sorteio. Poderíamos enfrentar Lituânia, Sérvia ou Grécia. Dá na mesma, são grandes times. Temos que nos preparar e jogar muito bem, apenas isso. Uma das coisas que aprendi em minha vida é que você não pode conquistar algo grande enfrentando apenas times médios ou de baixo valor. Se queremos ir longe no Mundial teremos que medir forças com as potências mesmo. O Brasil é muito melhor que Nova Zelândia e Montenegro. Vamos ganhar essas duas partidas e depois brigar com a Grécia pela primeira posição do grupo. Confiem, ganharemos de Nova Zelândia e Montenegro. O único ponto de lamentação, e sabendo que não há muito o que se fazer porque se trata de um sorteio, é que cruzaremos com o grupo dos Estados Unidos na segunda fase. Já sabemos que eles serão os primeiros do outro grupo, então significa que temos que jogar os três primeiros duelos da primeira fase como uma final. O único que lhe digo é: temos uma decisão desde a primeira partida contra a Nova Zelândia e é assim que encararemos o Mundial – com todos os jogos, desde o primeiro, valendo demais. Giannis Antetokounmpo é um excepcional jogador na NBA, mas o mundo FIBA é diferente. Já o enfrentei em um Pré-Olímpico na Itália (como técnico da Croácia) e saímos vencedores. Na FIBA você pode marcar 30, 35 minutos de defesa por zona e obrigá-lo a arremessar, por exemplo. É outro jogo, outra coisa".


Primeira Fase

01/09/2019 – BRASIL 102 x 94 NOVA ZELÂNDIA – Nanjing, China
Parciais: 21 x 20 / 29 x 30 (50 x 50) / 28 x 12 (78 x 62) / 24 x 32 (102 x 94)
Brasil: Rafael Luz (15), Leandrinho Barbosa (22), Marcus “Didi” Louzada (9), Bruno Caboclo (9) e Cristiano Felício (7). Banco: Marcelinho Huertas (2), Yago Mateus (3), Alex Garcia (14), Vítor Benite (6), Marquinhos Sousa (12), Augusto Lima (0) e Anderson Varejão (3). Téc: Aleksandar Petrovic.
Nova Zelândia: Tai Webster (12), Corey Webster (19), Tom Abercrombie (5), Isaac Fotu (17) e Rob Loe (11). Banco: Shea Ili (16), Jarrod Kenny (--), Ethan Rusbatch (6), Jordan Ngatai (0), Finn Delany (0), Tohi Smith-Milner (4) e Alex Pledger (4). Téc: Paul Henare


O veterano Alex Garcia, aos 39 anos, mudou o jogo no 3º quarto,
quendo entrou para neutralizar os ataques de Corey Webster


03/09/2019 – BRASIL 79 x 78 GRÉCIA – Nanjing, China
Parciais: 15 x 19 / 15 x 21 (30 x 40) / 26 x 13 (56 x 53) / 23 x 25 (79 x 78)
Brasil: Rafael Luz (4), Alex Garcia (13), Leandrinho Barbosa (13), Bruno Caboclo (8) e Anderson Varejão (22). Banco: Marcelinho Huertas (2), Yago Mateus (--), Vítor Benite (0), Marcus “Didi” Louzada (0), Marquinhos Sousa (15), Augusto Lima (0) e Cristiano Felício (2). Téc: Aleksandar Petrovic.
Grécia: Nick Calathes (16), Kostas Sloukas (9), Giannis Antetokounmpo (13), Kostas Papanikolaou (5) e Georgios Printezis (20). Banco: Evangelos Mantzaris (--), Giannoulis Larentzakis (--), Ioannis Papapetrou (7), Panagiotis Vasilopoulos (--), Thanasis Antetokounmpo (0), Georgios Papagiannis (4) e Ioannis Bourousis (4). Téc: Thanasis Skourtopoulos.


Vitória maiúscula e monstruosa da Seleção Brasileira sobre a Grécia! Do outro lado de quadra, Giannis Antetokounmpo, o MVP da Temporada 2018-19 da NBA. Ainda mais com a força mental que foi necessária para reverter um quadro extremamente adverso. Na 2ª metade do 2º quarto, a Seleção Grega encaixou uma corrida de 12-0 para abrir uma vantagem de 17 pontos no placar. Quando o relógio apontava 2:05 para o fim da 1ª metade de jogo, o placar apontava 40 x 23 a favor dos gregos. O Brasil então encaixou uma sequência de 7-0 nos dois minutos finais para encurtar a diferença para 40 x 30 na ida para o intervalo. No retorno para o 3º quarto, nos 2 primeiros minutos a Seleção Brasileira encaixou uma sequência de 9-2, e quando o relógio sinalizava exatos 8 minutos para o fim do 3º quarto, o marcador indicava: Grécia 42 x 39 Brasil. Recuperação fantástica! Atuação gigantesca de Anderson Varejão, e o Alex Garcia, mesmo com 39 anos, mesmo com uma diferença de estatura grande para a maioria dos gregos, era mais uma vez preponderante defensivamente. O Brasil estava de novo no jogo. E dali em diante ninguém se descolou muito no placar até os segundos finais da partida.

Giannis Antetokounmpo, o homem a ser marcado


Marcação dupla ou tripla, tudo para parar Giannis

Último quarto de partida. Faltavam 1:26 no relógio quando Nick Calathes errou uma tentativa de 2 pontos para encurtar a vantagem brasileira, já que naquele momento o placar marcava 75 x 71 para o Brasil. Bruno Caboclo pegou o rebote e a seleção partiu para o ataque, que 11 segundos depois foi parado por falta sobre Leandrinho Barbosa. O ala brasileiro perde o 1º lance-livre e acerta o 2º, com o placar passando a 76 x 71 com 1:15 por jogar no relógio. Os gregos pedem tempo. Na volta, mais 7 segundos se passam e Rafa Luz recupera a posse de bola. O relógio anda mais 19 segundos, mas o Brasil desperdiça seu ataque, Giannis Antetokounmpo recupera a bola, e quando partia para o ataque é seguro agressivamente por Rafael Luz. Faltavam 48 segundos, e o árbitro, muito acertadamente, marca falta antidesportiva, dando além de dois lances-livres a posse de bola para a Grécia. Rafa Luz se desespera vendo o tamanho da besteira que fez. Kostas Papanikolaou acerta os dois lances-livres: 76 x 73 a favor do Brasil. A posse de bola é da Grécia, que num ataque de 13 segundos constrói a jogada que termina numa cesta de três de Georgios Printezis, jogo empatado a 35 segundos do fim: 76 x 76. O técnico Petrovic pede tempo para combinar a jogada de ataque brasileira. O ataque brasileiro leva 21 segundos, Leandrinho penetra e dá uma assistência para encontrar Anderson Varejão na cabeça do garrafão, arremesso certeiro: 78 x 76 a favor do Brasil. É a vez do técnico grego pedir tempo. O relógio aponta 14 segundos para o fim. A defesa brasileira funciona, e faltando 6 segundos, Bruno Caboclo recupera a posse de bola, passando para Leandrinho, que a 4 segundos do fim sofre falta de Antetokounmpo. O MVP da NBA atinge o limite de faltas e é excluído da partida. Leandrinho vai para os lances-livres. Se acertar os dois, a vitória é brasileira! Mas ele erra o primeiro e acerta o segundo: 79 x 76 para o Brasil. Os gregos tem a última posse de bola a 4 segundos do fim do jogo, só uma cesta de três leva o jogo para a prorrogação! A bola é reposta, e Kostas Sloukas tenta o arremesso de antes da linha do meio da quadra, mas é imprudentemente parado com falta por Didi Louzada. Sloukas tem 3 lances-livres a seu favor para tentar empatar o jogo. Que fim de jogo infartante!! O relógio apontava 2 segundos para o fim. Kostas Sloukas acerta o 1º e o 2º arremesso: 79 x 78. No último arremesso, a bola bate no aro e sobe, antes que comece a cair, Bruno Caboclo dá um tapa que tira uma bola que tinha destino certo, teria sido o empate; após o tapa salvador de Caboclo, Cristiano Felício pega o rebote. Fim de jogo! Acabou!! A vitória é brasileira!!!


Vitória sensacional! Espetacular!


05/09/2019 – BRASIL 84 x 73 MONTENEGRO – Nanjing, China
Parciais: 19 x 20 / 24 x 18 (43 x 38) / 23 x 16 (66 x 54) / 18 x 19 (84 x 73)
Brasil: Rafael Luz (2), Vítor Benite (9), Marcus “Didi” Louzada (2), Bruno Caboclo (0) e Cristiano Felício (14). Banco: Marcelinho Huertas (16), Yago Mateus (--), Alex Garcia (11), Leandrinho Barbosa (8), Marquinhos Sousa (13), Augusto Lima (--) e Anderson Varejão (9). Téc: Aleksandar Petrovic.
Montenegro: Derek Needham (16), Petar Popovic (10), Milko Bjelica (9), Bojan Dubljevic (10) e Marko Todorovic (1). Banco: Nikola Ivanovic (--), Aleksa Popovic (5), Sead Sehovic (3), Dino Radoncic (6), Suad Sehovic (3), Nemanja Radovic (2) e Nikola Vucevic (8). Téc: Zvezdan Mitrovic.






CLASSIFICAÇÃO FINAL DA PRIMEIRA FASE

Grupo A: 1º - Polônia, 2º - Venezuela, 3º - China, 4º - Costa do Marfim
Grupo B: 1º - Argentina, 2º - Rússia, 3º - Nigéria, 4º - Coréia do Sul
Grupo C: 1º - Espanha, 2º - Porto Rico, 3º - Tunísia, 4º - Irã
Grupo D: 1º - Sérvia, 2º - Itália, 3º - Angola, 4º - Filipinas
Grupo E: 1º - Estados Unidos, 2º - República Tcheca, 3º - Turquia, 4º - Japão
Grupo F: 1º - Brasil, 2º - Grécia, 3º - Nova Zelândia, 4º - Montenegro
Grupo G: 1º - França, 2º - República Dominicana, 3º - Alemanha, 4º - Jordânia
Grupo H: 1º - Austrália, 2º - Lituânia, 3º - Canadá, 4º - Senegal


Segunda Fase

Classificaram-se os 2 primeiros colocados, com o cruzamento entre os Grupos A e B, C e D, E e F, G e H. Todos os resultados da 1ª Fase são levados para a pontuação da 2ª Fase. Os 2 primeiros colocados de cada grupo na 2ª Fase avançam para as Quartas de Final.

Uma vitória sobre a República Tcheca garantia a Seleção Brasileira nas Quartas de Final, e uma derrota obrigava pela classificação que o time vencesse aos EUA.

07/09/2019 – BRASIL 71 x 93 REP. TCHECA – Shenzhen, China
Parciais: 16 x 20 / 16 x 25 (32 x 45) / 14 x 20 (46 x 65) / 25 x 28 (71 x 93)
Brasil: Marcelinho Huertas (11), Alex Garcia (7), Leandrinho Barbosa (11), Bruno Caboclo (5) e Anderson Varejão (2). Banco: Rafael Luz (6), Yago Mateus (2), Vítor Benite (12), Marcus “Didi” Louzada (0), Marquinhos Sousa (7), Augusto Lima (--) e Cristiano Felício (8). Téc: Aleksandar Petrovic.
Rep. Tcheca: Tomas Satoransky (20), Vojtech Hruban (8), Jaromir Bohacik (12), Martin Kriz (6), Ondrej Balvin (15). Banco: Tomas Vyoral (0), Jakub Sirina (2), Lukas Palyza (0), Pavel Pumpria (5), Blake Schilb (6), Martin Peterka (5) e Patrick Auda (14). Téc: Ronen Ginzburg




09/09/2019 – BRASIL 73 x 89 ESTADOS UNIDOS – Shenzhen, China
Parciais: 18 x 21 / 21 x 22 (39 x 43) / 17 x 24 (56 x 67) / 17 x 22 (73 x 89)
Brasil: Marcelinho Huertas (7), Alex Garcia (5), Leandrinho Barbosa (14), Bruno Caboclo (6) e Anderson Varejão (14). Banco: Rafael Luz (2), Yago Mateus (--), Vítor Benite (21), Marcus “Didi” Louzada (0), Marquinhos Sousa (4), Augusto Lima (--) e Cristiano Felício (0). Téc: Aleksandar Petrovic.
EUA: Donovan Mitchell (6), Kemba Walker (16), Joe Harris (8), Harrison Barnes (10) e Myles Turner (16). Banco: Derrick White (4), Jayson Tatum (--), Marcus Smart (9), Khris Middleton (9), Jaylen Brown (11), Brook López (0) e Mason Plumlee (--). Téc: Gregg Popovich.

O Brasil manteve-se no jogo até quando falatavam 2:46 para o fim do 2º Quarto e o placar apontava EUA 34 x 33 Brasil. Daí em diante a vantagem só cresceu. Com a derrota para os EUA, o Brasil acabou eliminado e fora das Quartas de Final. Ao mesmo tempo, não conseguiu a classificação antecipada para as Olimpíadas de 2020, com as duas vagas das Américas ficando com EUA e Argentina, que se classificaram para as Quartas de Final. O desafio passava a ser ir buscar a vaga no Pré-Olímpico Mundial.




CLASSIFICAÇÃO FINAL DA SEGUNDA FASE

Grupo I: 1º - Argentina, 2º - Polônia, 3º - Rússia, 4º - Venezuela
Grupo J: 1º - Espanha, 2º - Sérvia, 3º - Itália, 4º - Porto Rico
Grupo K: 1º - EUA, 2º - República Tcheca, 3º - Grécia, 4º - Brasil
Grupo L: 1º - Austrália, 2º - França, 3º - Lituânia, 4º - República Dominicana



Colocação Final: Brasil 13º lugar



Nas Quartas de Final, França, Argentina, Espanha e Austrália venceram respectivamente a Estados Unidos, Sérvia, Polônia e República Tcheca. Na semi-final, a Argentina venceu à França e a Espanha venceu à Auatrália após duas prorrogações. A final do Mundial 2019 foi hispânica. Uma 2ª Geração de Ouro dos argentinos, com um quinteto titular jogando com Facundo Campazzo, Nicolás Laprovittola, Patricio Garino, Gabriel Deck e Luis Scola, com o armador Luca Vildoza como sexto jogador, comandados no bando de reservas pelo magistral Sergio Hernández, "El Oveja". Do outro lado, um quinteto espanhol com Ricky Rubio, Sérgio Llull, Rudy Fernández, Victor Claver e Marc Gasol, tendo como sexto jogador ao ala Juancho Hernangomez, irmão do também reserva deste time, o pivô Willy Hernangomez, comandados pelo técnico Sérgio Scariolo. Uma final épica!



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