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segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Quem é a Argentina que chega à Copa América de 2022 em Recife?


A Copa América de Basquete Masculino volta a ser disputada no Brasil após 38 anos, tendo desta vez a Recife como sua sede. A competição estava sem ser disputada desde 2017, e mudou de tamanho, dado que antes, quando chamada Tournament of the Americas (Torneio das Américas) foi uma competição classificatória ora para o Campeonato Mundial ora para os Jogos Olímpicos. E neste formato ela foi disputada de 1980 a 2017, com 18 edições, das quais os Estados Unidos se sagrou campeão por 7 vezes, seguidos por 4 títulos da Seleção Brasileia (1984 (única vez que foi anfitriã), 1988, 2005 e 2009), 3 de Porto Rico, 2 da Argentina, 1 da Venezuela e 1 do México. Nas duas vezes que o título foi da Argentina, a vitória na Final foi justamente sobre o Brasil, em 1995 em Neuquén, na Argentina, e em 2011 em Mar del Plata, também em solo argentino.

Agora rebatizada como AmeriCup, a competição passou a ser classificatória para os Jogos Pan-Americanos, e não mais para Mundial ou Olimpíadas, o que naturalmente a reduziu em dimensão. Ainda assim, Brasil e Argentina chegaram a Recife com elencos bastante fortes, dispostos a valorizar o título.

A Argentina, vice-campeã da última edição do Campeonato Mundial, quando perdeu a decisão para a Espanha, chega a solo brasileiro com status de grande favorita ao título. A sua seleção acabou de trocar de treinador, tendo saído Néstor "Che" Garcia, e entrado o ex-armador Pablo Prigioni, que faz em solo brasileiro a sua estreia a frente da equipe argentina. Seus assistentes são Léo Gutiérrez, maior campeão como jogador da história da Liga Argentina, na qual atua como treinador, e Gonzalo Garcia, treinador com passagem no basquete brasileiro, tendo disputado duas temporadas, sem muito sucesso, em ambas terminando com um 4º lugar, com o Flamengo.


Quem é esta Seleção Argentina que chegou ao Recife para a Copa América 2022?

Facundo Campazzo, Gabriel Deck, e Nico Laprovittola

O time argentino Vice-campeão Mundial de 2019, jogou a final com um quinteto titular formado por Facundo Campazzo, Nico Laprovittola, Nicolás Brussino, Gabriel Deck e Luis Scola. O técnico era Sergio "Oveja" Hernández (também com passagem sem título pelo basquete brasileiro, onde defendeu ao UniCeub Brasília). Para mostrar a força do quinteto titular que chega ao Brasil, cinco destes quatro titulares chegaram a Recife, sendo a única ausência o veteraníssimo e já aposentado pivô Luis Scola. Então, é uma Argentina com um quinteto titular muito forte!

Para entender a força deste elenco: Facundo Campazzo fez história no Real Madrid e joga na NBA, onde defendeu nas duas últimas temporadas ao Denver Nuggets. Nico Laprovittola, que também brilhou por duas temporadas no basquete brasileiro com a camisa do Flamengo, acumula passagens por San Antonio Spurs, Real Madrid e Barcelona. Brussino também teve breve passagem pela NBA, e Gabriel Deck, jogador do Real Madrid, na última final da Euroliga foi o único jogador a ter ficado em quadra por todos os 40 minutos disputados. Baita curriculum!

Quem sabe não é um quinteto titular ainda mais forte do que aquele de 2019, pois no lugar do veterano Scola, o quinteto titular desta vez tem Leandro Bolmaro, jogador jovem e de grande força física, e jogador "padrão NBA", uma vez que defende ao Utah Jazz atualmente.

Dentre os reservas naquele Mundial, os armadores era Luca Vildoza e Lucio Redivo, os alas Patricio Garino e Máximo Fjellerup, o ala-pivô Marcos Delía, e os pivôs Tayavek Gallizzi e Agustín Cáffaro. Destes reservas, três também estão na lista da Copa América 2022: Fjellerup, Delía e Gallizzi. 

Entre os outros quatro jogadores do elenco argentino na Copa América 2022, há o veteraníssimo ala Carlos Delfino, ex-jogador da NBA e remanescente da Geração Dourada de 2002-2004, que já está com 40 anos. Além dele, estão os jovens Jose Vildoza (armador recém-contratado pelo Flamengo), o pivô Juan Pablo Vaulet, draftado pela NBA, mas que nunca entrou em quadra no basquete profissional dos EUA, mas atua há muitas temporadas na Espanha, e o caçula de todos Tomás Chapero, de 21 anos.

É uma Argentina desfalcada de nomes importantes como: Luca Vildoza (Milwaukee Bucks, NBA) e Patricio Garino (Girona, Espanha). Mas ainda assim muito forte.

Comparativamente, o 5 titular da Argentina é mais forte do que o 5 titular do Brasil. Mas na hora de rodar elenco, os 7 do banco brasileiro vencem os 7 do banco argentino. Este é um palpite que precisava esperar um confronto direto para ser validado.

E este confronto aconteceu na final. E o palpite se mostrou acertado. A Argentina venceu o 1º quarto por 12 pontos de vantagem. O Brasil venceu todos os demais quartos, tirou a diferença a ponto de uma bola de três a 6 segundos do fim poder ter dado a vitória à Seleção Brasileira se tivesse sido convertida. O quarteto argentino que jogou a final do Mundial 2019 combinou para 55 dos 75 pontos argentinos neste jogo, Bolmaro entrando do banco, ainda somou outros 9, de forma que todos os demais do elenco somaram apenas 11 pontos. Enquanto no Brasil, só 2 jogadores não pontuaram, com os 7 jogadores que ficaram menos tempo em quadra somando 21 pontos.


ARGENTINA
Armadores: Facundo Campazzo (Denver Nuggets, NBA); Nicolás Laprovittola (Barcelona, Espanha); e José Vildoza (Flamengo, Brasil)
Alas: Leandro Bolmaro (Utah Jazz, NBA); Gabriel Deck (Real Madrid, Espanha); Carlos Delfino (Pesaro, Itália); Nicolás Brussino (Gran Canária, Espanha); e Máximo Fjellerup (Girona, Espanha)
Pivôs: Marcos Delía (Trieste, Itália); Tayavek Gallizzi (Instituto de Córdoba, Argentina); Juan Pablo Vaulet (Manresa, Espanha); e Tomás Chapero (Bosco, Espanha)

É um elenco que claramente tem mais rodagem internacional quando comparado à Seleção do Brasil.

SELEÇÃO BRASILEIRA
Armadores: Marcelinho Huertas (Tenerife, Espanha); Rafael Luz (Andorra, Espanha); Yago Mateus (Ratio Ulm, Alemanha); e Georginho de Paula (Franca, Brasil)
Alas: Vítor Benite (Gran Canária, Espanha); Didi Louzada (Portland Trail Blazers, NBA); Léo Meindl (Cluj, Romênia); e Lucas Dias (Franca, Brasil)
Pivôs: Augusto Lima (Unicaja Málaga, Espanha); Lucas Mariano (Franca, Brasil); Rafael Mineiro (Flamengo, Brasil); e Cristiano Felício (Ratio Ulm, Alemanha)


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