.

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Melhores jogadores por posição na história da Liga Argentina de 1984 a 2020


O site argentino Basquet Plus fez as escolhas e as publicou entre maio e junho de 2020. Eis os 5 escolhidos para cada uma das 5 posições:

1. ¿Quiénes son los mejores cinco bases de la historia de la Liga?

Resposta: Cortijo, Richotti, Milanesio, Sucatzky e Campazzo

Os Melhores Armadores (bases) a terem marcado história na Liga Nacional de Basquete a partir de seus desempenhos individuais. Para escolher os melhores armadores houve a vontade de incluir a vários nomes, mas se tinha que selecionar apenas cinco. Dos eleitos, três foram parte do início da liga, em meados dos Anos 1980, o que certamente custará muito que estes nomes sejam aceitos entre os presentes nesta lista para os mais jovens que não os viram jogar.

A lista é aberta com aquele que talvez seja a escolha mais polêmica: Marcelo Richotti. O bahiense foi, com 20 anos, o principal protagonista da Liga de transição em 1984, colocando no mapa nacional do basquete argentino a um clube de bairro como o Pacífico. Richotti foi durante estes anos absolutamente dominante na liga. Não havia um armador rival que pudesse pará-lo. Quem teve uma dominância mais próxima nessa posição foi Campazzo, mas em outra época. Não pode levar o Pacífico a um título, mas foi campeão com o Peñarol de Mar Del Plata na temporada 1993/94, deixando também a sua marca na equipe marplatense.

O outro nome que muitos jovens seguramente viram muito pouco foi Miguel Cortijo, o "Mago de Caballito". Ele conquistou três das cinco primeiras ligas nacionais com o Ferro Carril (1985, 1986 e 1989) e foi o dono do basquete argentino nos Anos 1980. O primeiro jogador argentino a liderar as estatísticas em um Mundial, no quesito assistências (1986) e um armador com um talento inigualável. Ademais, um líder silencioso. Jamais se escutava um grito seu a um companheiro. O "garoto mimado" de León Najnudel.

O terceiro desta época é Marcelo Milanesio, o jogador que se converteu na imagem de um competidor. Se alguém tivesse que criar a um logo da Liga Argentina com o contorno de um jogador, como a NBA fez com Jerry West, o escolhido teria que ser Milanesio. Por seu grande talento como jogador e por sua competitividade única, com um espírito vencedor como talvez não tenha havido outro no basquete da Argentina: sete títulos da Liga com o Atenas de Córdoba, nunca jogou com outra camiseta, ídolo máximo de sua província.

O quarto é outro que para alguns será uma escolha discutível, mas para o Basquet Plus não! Facundo Sucatzky. Com 1,74m, o santafesino de Ceres, além de ser o jogador com o recorde de assistências em um único jogo (19 em 2002), foi o líder de todos os times que defendeu, destacando-se especialmente pelo Independiente de General Pico, com quem foi campeão na temporada 1993/94. Rompeu todos os recordes, sendo primeiro colocado em assistências na Liga por 10 anos consecutivos, desde 1994/95 até 2003/04, e por três clubes diferentes.

O quinto da lista não poderia ser outro: Facundo Campazzo. De todos os mencionados, talvez foi aquele que mais controlou e dominou em uma temporada. Em seus últimos três anos com o Peñarol de Mar Del Plata, ele fez o que quis, foi quatro vezes campeão em cinco temporadas. Ganhador, desequilibrador, líder, não sentiu o peso de ter a seu lado a Leo Gutiérrez nem a Andrés "Chapu" Nocioni, sendo sempre protagonista. O maior craque em sua posição, talvez em toda a história do basquete argentino.

Separadamente, uma menção especial merece ser dada a Gustavo Ismael Fernández, o armador que construía grupos e esteve em três clubes campeões diferentes, somando cinco títulos: GEPU (1990/91 e 1992/93), Boca Juniors (1996/97) e Estudiantes de Olavarría (1999/00 e 2000/01). Também poderiam ter feito parte desta lista nomes como Alejandro Montecchia, Daniel Farabello ou Nicolás "Penka" Aguirre.



2. ¿Quiénes son los mejores cinco escoltas de la historia de la Liga?

Resposta: Campana, Espil, Quinteros, Raffaelli e Romano

Os cinco ala-armadores eleitos pelo Basquet Plus como aqueles que mais se destacaram na história da Liga Nacional, na posição que os mesmos especialistas consideram que é aquela na qual houveram mais craques. Sempre se disse que a Argentina era uma grande geradora de jogadores de meio de quadra, assim foi muito difícil a escolha dos cinco melhores "escoltas".

Apresentando dos mais antigos aos mais recentes, das primeiras temporadas Carlos Raffaelli não pode estar de fora, porque foi o melhor ala-armador do país na história até a aparição da "Geração Dourada" e de um tal Manu Ginóbili. Raffaelli espalhou muito talento por Estudiantes de Concórdia, San Andrés e Boca Juniors. Um baita jogador!

Carlos Romano, posteriormente treinador, foi por muitos anos companheiro do "Chocolate" (Carlos Raffaelli) no Obras Sanitarias, mas teve uma carreira mais extensa do que ele na Liga Argentina, fez um total de 7 temporadas, nas quais deixou uma marca que parece impossível de ser repetida: 20,2 pontos de média por jogo no total de todos estes anos, o que o permite estar ainda entre os cinco argentinos com melhor média histórica de pontos, superado apenas por Jorge Racca, Pichi Campana e Juan Espil. Um arremessador letal e grande armador do jogo.

Os já citados Héctor "Pichi" Campana e Juan Espil obviamente também são parte deste quinteto, são insubstituíveis nesta lista. Pichi e Juan que também armaram uma grande rivalidade nos Anos 1990, quando o cordobês se destacava por GEPU e Atenas, e Espil pelo Estudiantes de Bahía Blanca. As coisas se deram de tal maneira, que Espil terminou sendo campeão com o GEPU na temporada 1992/93, dois anos depois de Campana ter sido campeão com esta mesma camiseta.

Pichi ainda é o máximo pontuador histórico da Liga Nacional, com inalcançáveis 17.359 pontos em 785 partidas, enquanto que Espil, com 6 temporadas menos que Campana, está em quarto lugar, com 12.472 pontos em 589 partidas. Pontuadores ferozes, ainda que com características muito diferentes.

O quinto escolhido como ala-armador foi de tempos mais recentes, Paolo Quinteros, que aos 41 anos seguia demonstrando seu talento pelo Regatas Corrientes na temporada 2019-20, ainda mostrando-se um pontuador certeiro, mas tendo agregado a seu jogo coisas que se foram somando com a idade e a experiência. Quinteros conquistou um lugar neste quinteto pela solidez de sua carreira e pelos títulos conquistados.

Alguns dos grandes jogadores que ficaram de fora desta lista nesta posição foram: Luciano "Chuzo" González, Ariel Bernardini, Julio Mázzaro, Chuni Merlo, Eduardo Dominé, Selem Safar e Diego García.



3. ¿Quiénes son los mejores cinco aleros de la historia de la Liga?

Resposta: Filloy, Rodríguez, De la Fuente, Racca e Mata

Muitas vezes os argentinos já disseram não ser um país de alas, mas fazendo uma revisão em 35 anos de história de sua Liga, foi complicado fechar a lista de cinco nomes. Eis os escolhidos, sem ordenar por qualidade, apenas cronologicamente.

Germán Filloy foi o primeiro grande ala da Liga Nacional em termos de rendimento. Moderno, alto para os padrões argentinos (2,03m) e uma enorme qualidade, foi campeão 4 vezes da Liga Nacional pelo Atenas: 1987, 1988, 1990 e 1991/92, sendo decisivo em várias destas conquistas, sobretudo em 1990. A Liga talvez lhe tenha chegado um pouco tarde, mas ainda assim ele foi um dos jogadores mais destacados em sua posição.

Julio Ariel Rodríguez não podia faltar nesta lista. Ainda que nunca tenha se consagrado campeão, esteve em várias equipes que tiveram protagonismo em semi-finais e foi, sobretudo, um extraordinário pontuador, o segundo maior da história da Liga Argentina, só atrás de Pichi Campana.

Esteban De la Fuente dominou a Liga sobretudo nas temporadas 1993/94 e 1994/95, nas quais se sagrou campeão com o Peñarol e o Independiente de General Pico, sendo em ambas as oportunidades o MVP das Finais. Poucas vezes foi tão claro e cristalino, na Argentina, o domínio de um torneio por parte de um único jogador.

Jorge Racca é talvez um dos jogadores mais subestimados quando se fala dos maiores que passaram pela Liga Nacional Argentina em sua história. E não só pelas estatísticas, pois segue sendo o jogador argentino com melhor média histórica de pontos no total da carreira (23,2), um espetáculo para suas 311 partidas. Racca levou o Olimpia de Venado Tuerto ao título na temporada 1995/96, e foi um ala de nível internacional.

Da era moderna, inquestionavelmente Marcos Mata é presença certa para uma eleição como esta. Multi-campeão com o Peñarol e com o San Lorenzo, sempre disposto a fazer o melhor pelo time, grande defensor, grande jogador de equipe, muita visão de jogo, físico, talento, arremesso. Completo, por onde se analise. Talvez o mais completo de todos os nomes desta lista.

Para se ter em conta alguns craques que ficaram de fora, estão: Emanuel "Manu" Ginóbili, Esteban Pérez, Leandro Palladino, Esteban Camisassa, Juan Locatelli, Andrés Nocioni e Roberto Gabini.



4. ¿Quiénes son los mejores cinco ala pivotes de la historia de la Liga?

Resposta: Deck, Montenegro, Gutiérrez, Herrmann e Osella

A quantidade de grandes ala-pivôs na história da Liga Argentina não tem a mesma intensidade como nas posições de perímetro, mas igualmente a medida que se buscou um recorrido pelos 35 anos de La Liga acumulavam-se nomes. E assim chegou-se a uma nova dificuldade para se definir quem seriam os cinco.

Hernán Montenegro é indubitavelmente um dos melhores jogadores de garrafão da história argentina, não podendo ficar de fora. É como Charles Barkley ou Karl Malone, um "campeão sem anel". Esteve um par de vezes perto da glória (com o Estudiantes de Bahía Blanco e o Independiente de General Pico), mas não conseguiu. Sua inconstância o levou a que, das 16 temporadas em que jogou ao menos 1 partida, somente em 4 jogou a temporada completa.

Os outros quatro são nomes mais recentes na história. O mais veterano deles é Diego Osella, que ainda que em muitos momentos tenha jogado como pivô, foi historicamente um "quatro", basicamente no Atenas de Córdoba, com quem ganhou 6 títulos de La Liga. É segundo jogador com mais presença na história (1.096 partidas), uma marca que dificilmente alguém poderá lhe tomar por mais de uma década no mínimo.

Seguindo pela ordem cronológica, há que adicionar àquele que é não só o melhor "quatro" da história senão também o melhor jogador de todos os tempos da Liga Argentina: Leonardo Martín Gutiérrez. O cordobês, além de ser o recordista com 10 títulos da Liga (sobre 23 temporadas jogadas, uma enormidade), ganhou Ligas Sul-Americanas, Liga das Américas e durante um bom tempo Leo Gutiérrez foi o jogador com mais presença na Seleção Argentina, inclusive mais do que Luis Scola.

Outro que brilhou em Olimpia de Venado Tuerto e em Atenas, mas também pelo San Lorenzo, foi Walter Herrmann, que iniciou sua carreira como ala mas que com os anos passou a jogar como ala-pivô. Campeão com o Atenas (MVP das Finais) e com San Lorenzo (idem), Herrmann não esteve tanto tempo na Argentina pelas suas passagens pela Europa e pela NBA, mas deixou sua marca.

O último da lista é, obviamente, Gabriel "Tortu" Deck, dono e senhor das últimas temporadas da Liga Nacional, sendo campeão com San Lorenzo. Deck é o "quatro" moderno que, sem ter muita altura, joga um pouco por todos os lados da quadra, pontua de distintas maneiras e ataca o aro com potência. O último fenômeno neste posto e que ainda tem muito tempo para se tornar o melhor de todos.



5. ¿Quiénes son los mejores cinco pivotes de la historia de la Liga?

Resposta: Maggi, Oberto, Wolkowiski, Leiva e Gutiérrez

A Argentina não é a "terra de gigantes", mas em 35 anos de história da Liga igual se pôde reunir um excelente grupo de 5 pivôs dominantes que, em muitos casos, foram decisivos para ganhar campeonatos. E ainda ficaram de fora desta lista dois nomes que nos geraram um sentimento de culpa, mas tinham que ser eleitos só cinco.

O primeiro grande pivô da história da Liga foi Diego Maggi, não só o primeiro "cinco" titular do primeiro campeão da Liga (Ferro Carril), tanto em 1985 como em 1986, como o jogador referência na área pintada para uma equipe que quisesse ser campeã. Maggi foi, depois de ganhar 3 títulos com os "Caballito", foi finalista em 1990 com o Sport, campeão com o GEPU na temporada 1990/91, finalista com o GEPU em 1991/92 e campeão com o Peñarol de Mar Del Plata na temporada 1993/94.

Em ordem cronológica, o segundo pivô eleito foi Fabricio Oberto, ainda que ele não tenha tido uma carreira longa na Liga, tendo ido jovem para a Europa, onde foi completamente dominante, sobretudo na temporada 1997/98, sendo parte do melhor Atenas da história, que fez 4-0 no Boca Juniors e se coroou no ginásio Luna Park.

Em terceiro chega o Ruben "El Colorado" Wolkowyski, maior do que Oberto, mas que se destacou mais tarde do que o cordobês na Liga Argentina. Foi campeão e MVP das Finais na temporada 1999/00 com o Estudiantes de Olavarría, antes de partir para sua aventura na NBA e na Europa. Voltou quase 10 anos depois para encerrar sua carreira pelo Quilmes aos 41 anos.

Martín Leiva não podia ficar de fora desta lista. Vinte temporadas na Liga (não contamos a que só jogou 1 partida e se lesionou), 6 títulos da Liga Nacional (4 com o Peñarol de Mar Del Plata e 2 com o Boca Juniors), durante muitos anos foi o melhor pivô defensivo da competição, fechando todos os caminhos até a cesta. Além do mais, fez uma dupla demolidora com Leo Gutiérrez, tanto no Boca como no Peñarol. Vencedor, áspero e muito profissional.

O quinto da lista é Juan "Pipa" Gutiérrez, de alguma forma na mesma linha utilizada para eleger a Fabricio Oberto. Não esteve tanto tempo na Liga Argentina, mas de todos os mencionados, é o único que foi duas vezes MVP da Liga Nacional, e de forma seguida. Neste período com o Obras, após voltar da Espanha, dominou a competição. Por isso o incluímos, ainda que não tenha conquistado títulos.

Para esta posição, é necessária a menção especial para dois que ficaram fora da lista e que poderiam fazer parte dela tranquilamente. Um é Luis Villar, campeão com o Atenas e com o Boca, finalista com River Plate. Vencedor, pontuador e líder. O outro, Román González, também foi determinante em sua época, e também foi eleito o melhor jogador nacional da Liga, em 2008/09, jogando pelo Peñarol.




6. Quinteto Ideal Histórico de la Liga

O site BasquetPlus decidiu abrir ao público a votação de Quinteto Ideal da história da Liga Nacional Argentina de basquete, realizando a escolha através do Twitter. Assim ficaram os resultados:


Armadores
1º - Facundo Campazzo com 4.381 (43,8%) votos
2º - Marcelo Milanesio com 4.251 (42,5%) votos
3º - Miguel Cortijo com 980 (9,8%) votos
4º - outros tiveram 390 (3,9%) votos

Ala-armadores
1º - Héctor "Pichi" Campana com 60,6% dos votos
2º - Juan Espil com 21,7% dos votos
3º - Paolo Quinteros com 15,7% dos votos
4º - outros tiveram 1,9% dos votos

Alas
1º - Esteban De La Fuente com 1.689 (41,0%) votos
2º - Marcos Mata com 1.607 (39,0%) votos
3º - Germán Filloy com 548 (13,3%) votos
4º - outros tiveram 276 (6,7%) votos

Ala-pivôs
1º - Léo Gutiérrez com 53,5% dos votos
2º - Gabriel Deck com 19,4% dos votos
3º - Wálter Herrmann com 18,4% dos votos
4º - outros tiveram 8,7% dos votos

Pivôs
1º - Fabricio Oberto com 74,4% dos votos
2º - Rubén Wolkowyski com 18,1% dos votos
3º - Diego Maggi com 5,1% dos votos
4º - outros tiveram 2,4% dos votos




Veja também aqui: História da Liga Argentina






Nenhum comentário:

Postar um comentário