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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Mapa de Desenvolvimento do Basquete Masculino Brasileiro

Depois de esboçar o Mapa do Basquete Masculino em 2013 e de mostrar os Participantes nas Divisões de Acesso desde 2011, é hora de aprofundar a análise. Para isto foi feito o Mapa de Desenvolvimento do Basquete Masculino Brasileiro, que será uma ferramenta para medir a temperatura do esporte da bola laranja no cenário nacional. A métrica quantitativa, e não qualitativa, não garante que a competitividade do esporte nacional no cenário global está se desenvolvendo, não é este o objetivo. Mas zelar pela penetração do esporte por todo o país é peça fundamental de desenvolvimento, e a NBA, com sua preocupação de distribuir forças entre as Conferências Leste e Oeste, é o grande exemplo do quão importante é esta estratégia.

Em entrevista em 2009, o espanhol Moncho Monsalve, então técnico da Seleção Brasileira, definiu com maestria a importância de explorar a densidade demográfica brasileira em favor do basquete: "Se colocamos o foco nos jogadores de garrafão por exemplo, eu penso que só os Estados Unidos é maior que o Brasil. Na Espanha não temos tantos bons jogadores de garrafão, na Argentina também não, assim como em nenhum país do leste europeu, só nos Estados Unidos. Este país é tão grande que encontramos problemas logísticos, quantos valores não perdemos por ano na imensidão do país? Então penso que temos que difundir e melhorar a estrutura do basquete em todo Brasil, criarmos pelo menos um centro de excelência de formação em cada Estado, criarmos um corpo de técnicos voltados para o trabalho com jovens". (integra da entrevista aqui)

Visão complementada pela ótica de seu substituto, o argentino Ruben Magnano, que em entrevista em 2011 afirmou: "matemática: um maior número de atletas é uma maior possibilidade de haver talento dentro deste grupo (...) se conseguíssemos incluir diferentes regiões do país seria um passo muito importante para o basquete, ou melhor, não apenas para o basquete, mas para todo o esporte do Brasil". (integra da entrevista aqui)

Os mapas abaixo mostram a evolução geográfica do basquete masculino brasileiro nas últimas temporadas. A divisão principal é a distribuição geográfica de forças (por quantidade de participantes) no Novo Basquete Brasil. Já o mapa das divisões de acesso soma os participantes da Liga Ouro (2ª divisão criada na temporada 2013-14) e a Supercopa Brasil, que nas suas três primeiras edições, em 2011, 2012 e 2013, fez o papel de 2ª divisão, e a partir de 2014 assumiu papel de 3ª divisão.

Os mapas de desenvolvimentos são compostos por 6 Macro-grupos: Estado de São Paulo, Sudeste sem SP, Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

Na temporada 2010-2011, o NBB chegava à sua 3ª edição, com 15 equipes na divisão principal. Já a divisão de acesso reuniu 29 times. Eis abaixo o mapa de distribuição:



Na temporada 2011-12, a distribuição na divisão principal foi exatamente a mesma da temporada anterior; só houve uma mudança dentro do macro-grupo Sudeste, com o Espírito Santo perdendo um participante, e ficando só com um, e o Rio de Janeiro ganhando um e passando a dois (mudança não visível no mapa).

Já a Supercopa teve um aumento de um participante, tendo tido 30 equipes, mas com mudanças claras na distribuição geográfica, o Norte encolheu e o Centro-Oeste expandiu. Eis o mapa desta temporada:


A temporada 2012-13 teve um boom de quantidades de equipe. A divisão principal aumentou de 15 para 18 participantes, e a divisão de acesso aumentou de 30 para 37 equipes. Na divisão principal surgiu o primeiro ponto no Nordeste, com a criação do Basquete Cearense.


Na temporada 2013-14, mudanças muito importantes. Na divisão principal some o macro-grupo Sul, com o fim da equipe de Joinville, e aumenta o Centro-Oeste, com a criação do Universo/Goiânia. É criada a Liga Ouro, com o Brasil passando a ter uma Liga de 2ª Divisão, um passo muito importante de fortalecimento da divisão principal. Mas diminuem as equipes jogando as divisões de acesso, o número cai para 25 equipes, sendo 4 na Liga Ouro e 21 na Supercopa.


Reflexões para o desenvolvimento do basquete brasileiro, destaques da entrevista com o armador argentino Maxi Stanic, jogador do Palmeiras: "devido ao trabalho de base, o argentino tem um pouco mais de leitura de jogo desde a infância (do que o brasileiro) (...) É assustadora a quantidade e a qualidade de material humano que há por aqui (no Brasil). O potencial que há por aqui. Estou realmente surpreso quanto a isso" (integra da entrevista aqui).

Na temporada 2014-15, mudanças muito importantes. A expansão do macro-grupo Centro-Oeste foi bem breve. Na divisão principal, o que se viu foi um crescimento da concentração em São Paulo. Nas divisões de acesso, o número de equipes envolvidas subiu para 32 equipes, sendo 4 na Liga Ouro (2ª Divisão) e 28 na Supercopa (3ª Divisão), com destaque para o crescimento de equipes do macro-grupo Sul, que se preparava para voltar à elite do basquete brasileiro.


Na temporada 2015-16, importantes expansões geográficas, com a Região Sul voltando a ter um representante na elite, e a Região Nordeste aumentando de um para dois participantes na elite do basquete brasileiro. Já nas divisões de acesso, reunindo os participantes da Liga Ouro e da Supercopa Brasil, houve redução para 27 equipes envolvidas. A grande novidade foi que uma equipe do Amapá se sagrou campeã da Supercopa, colocando a Região Norte mais uma vez no mapa.


Na temporada 2016-17 diminuiu um pouco a centralização na elite, diminuindo a concentração de equipes de São Paulo. Na Liga Ouro, o ponto positivo foi que pela primeira vez o número de participantes foi superior a quatro, com a esperança pela entrada de um representante da Região Norte. O ponto negativo, porém, é que esta equipe, do estado do Amapá, teve dificuldades financeiras e não conseguiu disputar o torneio até o final. De resto, diminuiu o interesse por participar da Supercopa na Região Norte, e aumentou na Região Centro-Oeste.




Veja aqui:

1. Mapa de Desenvolvimento do Basquete Masculino Brasileiro.

2. Mapa das Divisões de Acesso do basquete masculino.

3. Mapa de Desenvolvimento Estadual do basquete masculino brasileiro.

4. Participantes da Liga de Desenvolvimento (LDB).

5. Copa Brasil Interclubes de Basquete Masculino: 2017 e 2018.


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