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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Os vários casos de jogadores dos dois lados da rivalidade merengue-culé


A rivalidade entre Real Madrid e Barcelona se tornou mundialmente notória pelo futebol. No basquete ela se estendeu. Nos gramados a quantidade de casos de jogadores que defenderam as duas camisas é muito mais extensa do que nas quadras, afinal é uma história que se alastra por muitos mais anos.

No futebol o primeiro foi o catalão Josep Samitier, que após defender ao Barça de 1919 a 1932, neste ano trocou a equipe culé pela merengue, que defendeu até 1934. O ícone do futebol espanhol, o goleiro Ricardo Zamora jogou pelo Barcelona de 1919 a 1922, e pelo Real Madrid de 1930 a 1936.

Na primeira metade do Século XX, entre outros casos de nomes menos badalados a terem vestido as duas camisas estiveram Juan Hilario, Josep Canal, Joaquín Navarro, Alfonso Navarro, Justo Tejada e Jesus María Pereda. O outro célebre jogador a ter feito tal migração foi o brasileiro Evaristo de Macedo, do Barcelona de 1957 a 1962, e do Real Madrid de 1962 a 1965.

Seguiram-se outros nomes menos relevantes a passar dos dois lados no futebol, como o belga Fernand Goyvaerts, o francês Lucien Muller, e o espanhol Luis Milla. Encurtando a história, outros nomes relevantes no futebol foram o alemão Bernd Schuster, culé de 1980 a 1988, e merengue de 1988 a 1990, o dinamarquês Michael Laudrup, culé de 1989 a 1994 e merengue de 1994 a 1996, o romeno Gheorghe Hagi, merengue de 1990 a 1992, e culé de 1994 a 1996, o croata Robert Prosinecki, merengue de 1991 a 1994, e culé de 1995 a 1997, o espanhol Luis Enrique, merengue de 1991 a 1996, e culé de 1996 a 2004, o português Luis Figo, culé de 1995 a 2000, e merengue de 2000 a 2005, o brasileiro Ronaldo, culé na temporada 1996/97, e merengue de 2002 a 2007, o camaronês Samuel Eto'o, merengue de 1998 a 2000, e culé de 2004 a 2009, e o argentino Javier Saviola, culé de 2001 a 2004, e merengue de 2007 a 2009.


No basquete, o primeiro jogador a jogar em ambas as equipes foi o pivô porto-riquenho José Rafael "Piculín" Ortiz. Após defender ao Utah Jazz na NBA, em 1990 chegou ao Real Madrid como grande contratação. Mas após vestir a camisa merengue por menos de uma temporada, marchou para o Barcelona, onde jogou duas temporadas, de 1990 a 1992.

Entre casos de jogadores que marcharam do Barça para Madrid estão o ala croata Mario Hezonja, culé de 2013 a 2015 e merengue a partir de 2022. Antes dele, o ala húngaro Adam Hanga foi culé de 2017 a 2021 e merengue de 2021 a 2023, o armador francês Thomas Heurtel foi culé de 2017 a 2021 e merengue na temporada 2021/22, o pivô grego Ioannis Bourousis teve uma passagem muito rápida pelo Barcelona em 2006 (só 3 jogos e 8 minutos em quadra), e foi jogador do Real Madrid de 2013 a 2015.

Regressando mais no tempo, o armador argentino Pepe Sánchez teve passagens discretas pelos dois lados, no Barça na temporada 2007/08 e no Madrid na temporada 2008/09. Passagens discretas também do basco José Luis Galilea, formado nas categorias inferiores do Barcelona e merengue na temporada 1999/00, do norte-americano Michael Hawkins, culé em 2001 e merengue em 2002, o também norte-americano Derrick Alston foi culé de 1998 a 2000 e jogou no Real na temporada 2002/03, tendo jogado dos dois lados com o ala francês Alain Digbeu, culé de 1999 a 2002 e merengue na temporada 2002/03.

Entre dois nomes mais destacados a fazerem tal trajeto, e que tiveram grande destaque com as duas camisas, estão o armador sérvio Sasha Djordjevic, que se destacou por três temporadas pelo Barça entre 1996 e 1999 e outras três com a camisa merengue, de 1999 a 2002, e o pivô sérvio Zoran Savic, culé de 1991 a 1993 e merengue na temporada 1995/96, e novamente culé na temporada 2000/01.

Entre os jogadores que marcharam de Madrid para o Barça, talvez o mais notório seja o de Nikola Mirotic, ala-pivô nascido em Montenegro mas que, naturalizado, defende à Seleção da Espanha. Ele foi formado nas categorias de base do Real Madrid, onde chegou em 2008, e defendeu à equipe adulta de 2010 a 2014. Após passar pela NBA, por Chicago Bulls, New Orleans Pelicans e Milwaukee Bucks, regressou à Espanha para defender a camisa do Barcelona de 2019 a 2023.

Caso de migração direta foi a do armador argentino Nicolás Laprovittola, merengue de 2019 a 2021, e culé a partir de 2021. Movimentação que gerou muita polêmica, tanto quando a do pivô croata Ante Tomic, merengue de 2010 a 2012, e culé de 2012 a 2020. Um caso menos badalado, pelo espaçamento de tempo grande, foi o do pivô polonês Maciej Lampe, merengue na temporada 2001/02 e culé de 2013 a 2015. Por fim, o caso do ala sérvio Dejan Bodiroga, merengue entre 1996 e 1998, e culé entre 2002 e 2005, figura de destaque na conquista da Euroliga na Final de 2003.

Para fechar a história contada neste texto, chega-se ao caso do pivô Willy Hernangómez. Formado nas categorias de base de Madrid, tendo defendido à camisa merengue de 2011 a 2016, após sua passagem pela NBA, onde defendeu a New York Knicks, Charlotte Hornets e New Orleans Pelicans, ele causou polêmica ao anunciar seu regresso ao basquete espanhol na temporada 2023/24 para defender ao Barcelona.