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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A História do Basquete Cearense, o Nordeste na elite

O primeiro projeto de basquete masculino do Nordeste do Brasil a conseguir projeção nacional se deu com a formação da Associação de Basquete Cearense, uma aliança entre a Prefeitura de Fortaleza e com patrocínio da SKY, operadora de TV a cabo. O time foi batizado de Basquete Cearense, e participou da divisão principal do basquete brasileiro como SKY/Basquete Cearense nas suas duas primeiras temporadas. Na terceira temporada, saiu o patrocínio da SKY. Com sede em Fortaleza, no estado do Ceará, o projeto foi oficialmente fundado em 23 de junho de 2012, após ter a aprovação da Liga Nacional de Basquete para jogar a temporada 2012-2013. A partir de 2015, refundou-se, passando a ter o suporte financeiro da SOLAR.


Quem capitaneou o projeto foi o treinador Alberto Bial, ex-jogador e ex-treinador de Fluminense e Vasco, e que antes de chegar para comandar o projeto em Fortaleza, comandou durante 6 anos, de 2005 a 2011, o projeto Joinville Basquete, em Santa Catarina.

A montagem da primeira equipe, para a temporada 2012-13, mesclou juventude e experiência. Entre os mais experientes chegaram Rogério Klafke - já com 41 anos, ex-Seleção Brasileira, Franca e Uberlândia, e que estava defendendo o Winner Limeira, e chegou ao Ceará para fazer sua última temporada profissional - além de Willian Drudi, do Franca, e Felipe Ribeiro, do Paulistano. Entre os jovens, chegaram a Fortaleza os armadores Davi Rossetto, do Pinheiros, Matheus, do São José, e André Góes, do Joinville. Para fechar uma dupla de estrangeiros, Rodovan Dragovic, da Sérvia, e Bernard Robinson, dos EUA.

Matheuszinho e Willian Drudi

O time do Sky/Basquete Cearense na temporada 2012-13 tinha como titulares a André Góes, Matheus, Rogério Klafke, Felipe Ribeiro e Willian Drudi. No banco, Alberto Bial tinha Davi Rossetto, Jimmy Dreher, Rodovan Dragovic e Bernard Robinson.


O projeto se iniciou com uma excursão à China, fazendo amistosos contra equipes chinesas e combinados de Universidades dos EUA que também estavam excursionando pela China.

Na 5ª edição do Novo Basquete Brasil (NBB5) os jogos foram mandados no Ginásio Paulo Sarasate, com capacidade para 10 mil lugares, e no Ginásio da Unifor, com capacidade de 2 mil lugares.

Ginásio Paulo Sarasate

Foram 34 jogos durante a fase regular do NBB 2012/2013, com 18 vitórias e 16 derrotas. O recorde de público foi no jogo contra o Flamengo, no qual o Ginásio Paulo Sarasate recebeu 9 mil torcedores. Em sua primeira temporada, o Sky/Basquete Cearense teve uma boa média de 3.373 espectadores por jogo, tendo sido a maior do campeonato. A bela campanha lhe deu o 8º lugar na 1ª fase, avançando aos play-offs de oitavas de final, no qual se enfrentavam as equipes de 5º ao 12º lugar. O adversário era o Paulistano, de São Paulo, a quem o time cearense havia vencido duas vezes na fase regular. Mas a série acabou 3 x 2 para o Paulistano, tendo o jogo decisivo terminado com um emocionante 69 x 68 diante de um ginásio lotado em Fortaleza. Resultados da série: 74 x 95 (f) / 79 x 66 (c) / 87 x 71 (c) / 85 x 89 (f) / 68 x 69 (c). Com isto, a equipe acabou a temporada com a 9ª colocação.

O grande destaque da equipe na primeira temporada foi o ala-pivô Felipe Ribeiro, que ficou com a segunda colocação nas estatísticas em rebotes (8,38/jogo). O bom desempenho lhe garantiu a escolha para o Quinteto Ideal do time NBB Brasil no Jogo das Estrelas 2013.

Felipe Ribeiro

Para a temporada 2013-2014, saíram os dois estrangeiros e Rogério se aposentou. Mas a base foi mantida por Alberto Bial. Chegaram os reforços de três norte-americanos: Brandon Brown, Nick Williams e Devon Hardin. O último, um pivô atlético, foi o que mais se destacou, tendo sido o campeão do torneio de enterradas do Jogo das Estrelas 2014, que foi disputado em Fortaleza.

Devon Hardin

O time titular da temporada jogou com Brandon Brown, André Góes, Jimmy Dreher, Felipe Ribeiro e Devon Hardin. O banco de reservas de Alberto Bial tinha Davi Rossetto, Matheus, Nick Williams, Willian Drudi e Erick Camilo. Com 15 vitórias e 17 derrotas na temporada regular, o Basquete Cearense terminou em 9º lugar e avançou para enfrentar Bauru nos play-offs. A série terminou 3 x 0 em favor de Bauru (56 x 79 (f) / 78 x 97 (f) / 78 x 79 (c)). Com os outros resultados, o Basquete Cearense acabou com a 11ª colocação do NBB 2013-14.

Devon Hardin e Nick Williams

A temporada 2014-2015 era a terceira da equipe e fundamental, pois era a última do primeiro contrato assinado com a Prefeitura e a Sky.

“Eu acho muito legal tudo que alcançamos através do Basquete Cearense. Pudemos ver milhares de pessoas e crianças que foram atingidas pelo basquete. O resultado dentro de quadra não me deixou contente. Eu queria ter ido mais longe, até uma semifinal. Sei que não é só do resultado esportivo que o nosso time vive. Quebramos alguns paradigmas da região e ampliamos a geografia do basquete. Então isso é muito importante para o nosso projeto” - Alberto Bial

Alberto Bial

Em sua terceira temporada no NBB (2014-2015), o Basquete Cearense viveu sua primeira crise, com a perda do patrocínio da SKY. A Prefeitura de Fortaleza, no entanto, manteve seu aporte e garantiu a participação do time na elite pela terceira temporada consecutiva. O time de Alberto Bial passou por uma forte reformulação, passando a ser formado por Davi Rossetto, Jéfferson Socas, Fernando Fischer, Andrézão e Tiagão. O experiente Fischer e o jovem Andrézão, principal nome do título da Liga de Desenvolvimento 2012-13, jogaram a temporada anterior pelo Bauru. Jéfferson Socas, com passagem pelas divisões de base do Real Madrid, da Espanha, jogou a temporada anterior pelo Franca, e Tiagão estava no Palmeiras.

Andrézão, Jéfferson Socas, Fernando Fischer e Tiagão

Quem mais brilhou, no entanto, foi o trabalho do time sub-22. O grande destaque, a grande contribuição, do Basquete Cearense para o esporte nacional brasileiro se deu na Liga de Desenvolvimento do Basquete (LDB), campeonato brasileiro seb-22 de basquete masculino, na temporada 2014-15. O time do Ceará fez uma campanha fantástica na 1ª fase, terminando invicto, com 23 vitórias em 23 jogos.

No 1º Circuito foi até Curitiba, onde venceu a Grêmio Náutico União, do Rio Grande do Sul (77 x 51), ao Minas Tênis Clube (64 x 55), a duas equipes paranaenses, o Clube Tittãs (76 x 45) e o Basquete Curitiba (76 x 57), e a duas equipes de Santa Catarina, o Blumenau (77 x 50) e o Basquete Joinville (81 x 44). No 2º Circuito foi até o Recife, em Pernambuco, onde obteve uma grande vitória sobre o Bauru (62 x 60), depois, na sequência, não teve dificuldades para superar o Flamengo, então detentor do título (82 x 67), e ainda passou por outras três equipes do Rio de Janeiro: Macaé (79 x 57), Tijuca Tênis Clube (69 x 53) e Botafogo (61 x 45). Ainda obteve mais uma vitória grandiosa e imponente, sobre Franca, por 82 x 68, chegando à metade da competição na liderança e com uma impressionante campanha.

No 3º Circuito foi à sede do Praia Clube, em Uberlândia, Minas Gerais, onde venceu a UniCeub/Brasília (62 x 56), Sport Recife (71 x 68), Anápolis, de Goiás (82 x 57), Uberlândia (68 x 57) e Náutico, de Pernambuco (88 x 56). No 4º Circuito, o último, jogou em Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo, e fechou sua incrível campanha vencendo seis duelos seguidos contra equipes paulistas, superou a Paulistano (64 x 59), Taubaté (100 x 43), Campineiro de Regatas (98 x 43), Winner Limeira (81 x 72), o vice-líder Pinheiros (62 x 54), e ao Mogi (74 x 72). Uma campanha fantástica! Excepcional!

No Quadrangular Semi-Final, jogando no Ginásio do Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, mais três jogos e três vitórias, com a invencibilidade mantida: 68 x 43 no UniCeub/Brasília, 68 x 47 no Paulistano, e 59 x 54 no Flamengo. O Quadrangular Final, para definição do título, reuniu a Basquete Cearense, Pinheiros, Winner Limeira e Flamengo.

Premiado pela campanha invicta, com 26 vitórias em 26 jogos, o Basquete Cearense jogou a fase final no Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza. Na semi-final, duelo contra o Pinheiros, partida eletrizante, bonita festa na arquibancada, jogo empatado em 49 x 49 a pouco mais de dois minutos para o fim, muita emoção e no fim vitória cearense por 59 x 52. No dia seguinte, final frente ao Flamengo, a quem já havia superado suas vezes no torneio. Agora era valendo o título! E o time não decepcionou. Teria sido uma enorme injustiça se houvesse perdido. Final: Basquete Cearense 63 x 58 Flamengo. Título Inédito! Título histórico para o Nordeste e para o Ceará!

Quem comandou este trabalho foi o assistente-técnico da equipe profissional, o ex-jogador Flávio Soares, o Espiga, que já havia sido assistente de Alberto Bial em Joinville, onde também foi treinador do time sub-22 na primeira edição do LDB, em 2011. O elenco da equipe sub-22 cearense era formado por Davi Rossetto, Victor Gusmão, Felipe Taddei, Lucas Lima, Sualisson Tavares, Rômulo Vieira, Alexandre Paranhos e Erick Camilo. O quinteto titular era formado por Davi, Victor, Sualisson, Erick e Alexandre, com o pivô Rômulo como sexto jogador.

Veja aqui: Um título para a história do basquete brasileiro!



Quando o projeto em Fortaleza surgiu, obteve recursos para garanti-lo por três temporadas. Havia muitas dúvidas sobre a capacidade de sustentabilidade desta iniciativa para além destas primeiras temporadas. O terceiro ano do projeto foi sob grande dificuldade financeira, e o título nacional sub-22 foi uma benção para premiar a luta pela manutenção da iniciativa.

Para a sua 4ª temporada, o Basquete Cearense se reinventou. Conseguiu o patrocínio da Solar, redistribuidora da Coca-Cola no Nordeste, aumentou seu investimento frente às temporadas anteriores, e conseguiu melhorar seu desempenho dentro de quadra. A profunda mudança envolveu inclusive uma nova logomarca.


Para a temporada 2015-16 do NBB as três principais contratações da equipe comandada por Alberto Bial foram: (1) o ala Marcus Toledo, que havia passado por Mogi e Pinheiros após 9 temporadas no basquete espanhol, um jogador com passagem pela Seleção Brasileira; (2) o retorno a Fortaleza do ídolo Felipe Ribeiro, ala-pivô; e (3) fechando, o experiente ala-armador Duda Machado, que tinha no curriculum um título nacional com o Flamengo. Foram contratados ainda Audrei e Léo Waszkiewicz. A estrutura central da equipe campeã sub-22 foi aproveitada: Davi, Victor e Sualisson. E da temporada anterior também foram mantidos o ala norte-americano Rashaun McLemore e o pivô Tiagão. O projeto passava assim por uma completa reformulação.

Solar Basquete Cearense 2015-16

O time titular na temporada foi formado por Davi Rossetto, Duda Machado, Marcus Toledo, Audrei e Léo Waszkiewicz. Uma temporada na qual a equipe fez uma campanha histórica na elite do basquete nacional. Com 19 vitórias e 9 derrotas na fase regular, o Basquete Cearense terminou a fase regular na 4ª colocação, classificando-se automaticamente para as quartas de final pela primeira vez em sua história, e sem precisar disputar as oitavas de final.

Davi Rossetto em ação

A vitória mais marcante, que foi fundamental para garantir a quarta posição, já que a equipe terminou com o mesmo número de vitórias do que o quinto colocado, Mogi, e com apenas uma a mais do que o sexto, o UniCeub/Brasília, foi a obtida em pleno Rio de Janeiro sobre o tri-campeão Flamengo, vencedor das três temporadas anteriores e líder naquela temporada. Com uma virada histórica e dramática, revertendo seis pontos de desvantagem no minuto final de jogo, o Basquete Cearense venceu por 67 x 66 no ginásio do Tijuca Tênis Clube. Outra vitória marcante e simbólica foi a obtida na última rodada, quando jogou um confronto nordestino contra o Vitória, da Bahia, vencendo por 90 x 65 e garantindo-se assim na 4ª colocação.

Duelo do Nordeste na temporada 2015-16: Basquete Cearense x Vitória

Nas quartas de final, o adversário foi o Mogi da Cruzes, de Larry Taylor e Shamell Stallworth. No primeiro jogo, derrota no interior de São Paulo por 67 x 64. No segundo, em casa, no Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza, o time se impôs, venceu facilmente por 76 x 55, e igualou a série. No terceiro jogo, no entanto, também em casa, uma derrota que acabou sendo chave. Com uma cesta de três pontos de Guilherme Filipin no segundo final, o Basquete Cearense foi derrotado por 64 x 63, e teria que reverter o quadro negativo em Mogi, na quarta partida da série. O time lutou, mas não conseguiu, perdeu por 95 x 80, viu a série ser encerrada em Mogi 3 x 1 Basquete Cearense, e a oportunidade de chegar pela primeira vez numa semi-final foi dolorosamente adiada para o ano seguinte.

Audrei, Felipe Ribeiro, Duda, Léo e Marcus Toledo
 
Seu desempenho histórico até então na elite do basquete nacional: 9º lugar em 2012-13, 11º lugar em 2013-14 e 14º lugar em 2014-15. O viés indicava um desempenho a cada temporada pior, o que só aumentava a importância da campanha na temporada 2015-16, quando chegou às quartas, teve chance de ir à semi, e no final terminou em 6º lugar, dando um salto de desempenho frente às temporadas anteriores. Uma temporada inquestionavelmente especial, que terminou com Davi Rossetto eleito como melhor armador do campeonato, fazendo parte do Quinteto Ideal do NBB 2015-16, e com ele, Davi, e Marcus Toledo convocados para defender a Seleção Brasileira no Campeonato Sul-Americano.

O sucesso na temporada 2015-16 não se repetiu na temporada seguinte. A base não foi só mantida como reforçada, mas o time de Alberto Bial não conseguiu repetir a boa campanha. O seu quinteto titular jogou com Davi Rossetto, Duda Machado, Marcus Toledo, Luís Felipe Gruber e Léo Waszkiewicz. O banco de reservas tinha peças de reposição para todas as posições, o que em teoria lhe dava uma excelente rotação: Gustavinho, Audrei, Rashaun McLemore, Felipe Ribeiro e Tiagão. A campanha, no entanto, não foi condizente, com 12 vitórias e 16 derrotas, não foi além da 11ª colocação, aquém do que se era esperado, pelo potencial do grupo. Avançou às oitavas de final, mas caiu no play-off diante do time do Paulistano.

Léo Waszkiewicz (Léozão)

Na temporada 2017-18, o projeto cearense viveu momentos especiais. A temporada seguia até um pouco abaixo da expectativa até a 26ª rodada. O time do técnico Alberto Bial conseguiu duas grandes vitórias em casa, quando venceu ao Franca por 75 a 73, e na sequência obteve uma vitória histórica por 81 x 80 sobre o Bauru. Por si só, já dois grandes feitos, mas que ficaram ainda mais grandiosos pela forma como ocorreu a vitória sobre o Bauru, num lance que viralizou na internet no mundo inteiro: a mágica cesta do armador Paulinho Boracini. Restando 9 segundos para o fim, o Basquete Cearense perdia por 3 pontos. Paulinho Boracini sofreu falta e foi para a linha dos lances livres para mudar o desfecho da partida. Depois de acertar a primeira tentativa, o armador errou a segunda de propósito, pegou o próprio rebote e converteu uma milagrosa bola de 3 pontos que deu a vitória ao Carcará: 81 x 80.

Paulinho Boracini na comemoração da "Cesta Mágica"

Nas oitavas de final, o Solar Cearense tinha pela frente o Pinheiros, e um trauma a superar! Na sua 1ª temporada, 2012-13, o time terminou a 1ª Fase em 8º e caiu nos play-offs de oitavas de final por 3 x 2 para o Paulistano. Na 2ª temporada, depois de terminar a 1ª Fase em 9º, acabou facilmente batido por 3 x 0 por Bauru nas oitavas. Na terceira temporada, não se classificou para os play-offs. Na quarta temporada na elite, 2015-16, terminou a 1ª Fase em 4º alugar, avançando diretamente às quartas de final, na qual acabou derrotado por 3 x 1 na série para o Mogi das Cruzes. Na temporada 2016-17, depois de terminar a 1ª Fase em 11º lugar, caiu nas oitavas de final por 3 x 2 para o Paulistano. Em quatro confrontos em play-off em sua história, o Basquete Cearense não havia conseguido ainda vencer nenhum. A coisa começou difícil, pois no 1º jogo, em Fortaleza, o Pinheiros venceu por 82 x 73. Só que o Basquete Cearense foi a São Paulo para conseguir duas vitórias heróicas: 64 x 60 e 75 x 62. Bastava vencer o 4º jogo em Fortaleza para fechar a série e avançar às quartas de final.

Em seu melhor momento na partida, o Basquete Cearense acertou bolas com Sualisson e Felipe Ribeiro para abrir sua maior vantagem no jogo (64 x 56) a 2 minutos do fim do 4º quarto. O placar permaneceu igual até o minuto final e tudo parecia caminhar para uma tranquila vitória cearense, mas não foi o que aconteceu… No minuto final, o Pinheiros reagiu: o norte-americano Corderro Bennett converteu uma bandeja e sofreu falta, cortando a diferença para 6 pontos (64 x 58). O lance livre ele errou, mas o rebote ficou com time paulista que, rapidamente, acertou uma bola de 3 pontos com Gemerson (64 x 61). Em seguida, o Pinheiros recuperou a posse após toco de Gemerson em Leozão quando restavam 40 segundos. Com a posse na mão, Bennett sofreu falta e voltou à linha dos lances-livres. O norte-americano foi perfeito nas tentativas e reduziu a margem para um ponto (64 x 63) com 27 segundos para o fim no cronômetro. Depois de um pedido de tempo de Alberto Bial, a saída de bola do Cearense foi na quadra de ataque, mas Felipe Ribeiro e Betinho se complicaram no momento do passe e deixaram a bola sair. Posse para o Pinheiros. O técnico César Guidetti também pediu um tempo, para organizar a jogada que poderia dar a virada ao time paulista. Bennett gastou o tempo, chamou um bloqueio e acionou o também norte-americano Chris Ware, que arremessou de 3 pontos e errou a tentativa. No rebote, a disputa foi intensa, mas o cronômetro zerou e foi decretada a dramática vitória do Carcará, que pela primeira vez em sua história vencia uma série de play-off na elite do basquete brasileiro: 3 x 1. O adversário nas quartas de final foi o Paulistano, algoz cearense em dois confrontos por play-off anteriores na história do NBB. E o Paulistano voltou a atravancar ao caminho do Basquete Cearense, vencendo a série em 2018 por 3 x 1. Mas a temporada 2017-18, ainda assim, foi histórica e inesquecível para a franquia.

Basquete Cearense na temporada 2018-19

A temporada 2018-19 foi a 7ª consecutiva do Basquete Cearense na elite do basquete brasileiro. E pela segunda temporada consecutiva chegando às quartas de final. E novamente em sua história com o Paulistano cruzando o caminho da agremiação do Nordeste. Na Temporada Regular, o time não fez uma grande campanha, terminando em 12º lugar, com apenas 8 vitórias nos 26 jogos disputados. Farad Cobb, Rashaun McLemore, Alex Oliveira, Felipe Ribeira e Douglas Kurtz formavam o quinteto titular, com Paulinho Boracini, Dontrell Brite, Paulo Lourenço, Sualisson Tavares e Bruno Fiorotto como as opções para revesamento. Na série de oitavas de final, enfrentou ao Paulistano, que havia feito a quinta melhor campanha. No 1º jogo, no Centro de Formação Olímpica, em Fortaleza, o time do Basquete Cearense venceu por 75 x 68. Viajou para fazer o Jogo 2 em São Paulo e surpreendeu aos donos da casa, vencendo por 84 x 74 e avançando às quartas de final para enfrentar ao Mogi. Mas nas quartas, o Basquete Cearense não teve chance contra o Mogi, terminando varrido por 3 x 0 na série, depois de perder por 77 x 69 em casa, e depois cair por 96 x 71 e por 73 x 71, terminando a temporada em 8º lugar.

Depois de uma temporada 2019-20 muito ruim, num campeonato que não terminou por conta da pandemia do coronavírua, mas no qual o Carcará ocupava a 15ª e penúltima posição quando o torneio foi interrompido, o projeto foi totalmente reformulado para a temporada 2020-21, a 9ª do projeto na elite do basquete brasileiro. Foi feita uma parceria com o Fortaleza, que vivia um bom momento na Série A do futebol brasileiro, que melhorou a capacidade financeira da equipe, que passou a ser o Fortaleza/Basquete Cearense. O técnico voltou a ser Alberto Bial, e foram feitas duas contratações de grande impacto para a equipe, com a chegada do norte-americano Desmond Holloway, que havia sido escolhido o jogador mais valioso (MVP) da temporada 2016-17 do basquete brasileiro, e do pivô Lucas Nogueira, o "Lucas Bebê", jogador com passagem pela NBA, onde jogou quatro temporadas, defendendo ao Toronto Raptors.

Lucas Nogueira pelo Fortaleza/Basquete Cearense

O objetivo, naturalmente, era consegiur a melhor colocação numa temporada de até então na história do projeto (6º lugar na temporada 2015/16).


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