Em 2014 o Flamengo foi o primeiro time brasileiro na história a ser convidado para disputar a pré-temporada da NBA. E foi convidado para disputar três jogos, enfrentando a Pheonix Suns, Orlando Magic e Memphis Grizzlies. Na Pré-temporada 2014 da NBA houve 11 jogos entre franquias NBA contra equipes filiadas à Federação Internacional de Basquete (FIBA), nove deles na América do Norte e dois na Europa, portanto o Flamengo representava um terço dos jogos daquela Pré-temporada jogados na América, uma fatia bastante representativa portanto.
O que representava aquele convite? Revisando a história de confrontos entre franquias NBA contra equipes FIBA, pode-se entender a dimensão do que aquela série de jogos amistosos representava.
Para o basquete brasileiro como um todo representou entrar num seleto grupo de mercados e ligas internacionais. Até 2013 houve 115 confrontos entre franquias NBA contra equipes FIBA, entre os adversários: 26x Israel, 20x Itália, 20x Espanha, 14x Rússia, 6x Grécia, 5x Turquia, 5x Alemanha, 4x Lituânia, 3x China, 3x França, 3x ex-Iugoslávia, 2x Sérvia, 1x Brasil, 1x Suíça, 1x Austrália e 1x Filipinas. Subindo para 4x Brasil, o basquete brasileiro passou China e França, por exemplo.
Jogar 3 vezes contra equipes da NBA não é qualquer coisa: em toda a história, nestes 115 jogos até 2013, só 8 equipes haviam enfrentado franquias NBA mais de três vezes: Maccabi Tel Aviv 18 vezes, CSKA Moscou 9 vezes, Barcelona 7 vezes, Real Madrid 6 vezes, Maccabi Haifa 6 vezes, Olimpia Milão 5 vezes, Virtus Bologna 5 vezes e Seleção da União Soviética 4 vezes. Com três participações, o Flamengo se igualava a clubes tradicionais do basquete europeu que também jogaram três vezes ou menos contra franquias da NBA, como Bennetton Treviso, Virtus Roma e Mens Sana Siena, da Itália, e Caja Laboral Baskonia e Joventut Badalona, campeãs espanholas, além de Olympiacos e Panathinaikos, da Grécia, Zalgiris Kaunas, da Lituânia, Khimki, da Rússia, e Fenerbahce, da Turquia.
Se vencesse um jogo, o Flamengo teria entrado para um seleto grupo de equipes que conseguiram tal feito. Até antes daquela excursão rubro-negra, na história, em 115 jogos, as franquias da NBA foram derrotadas só 14 vezes por equipes FIBA: 4x pelo Maccabi Tel Aviv, de Israel, 3x pelo CSKA Moscou, da Rússia, 3x pelo Barcelona, da Espanha, 1x pelo Real Madrid, da Espanha, 1x pelo Málaga, também da Espanha, 1x pelo Fenerbahce, da Turquia, e 1x pela Seleção da União Soviética. E somente três vezes na história estas vitórias tinham ocorrido em partidas disputadas na América do Norte: o Maccabi Tel Aviv venceu ao Toronto Raptors (105 x 103), em 2005 no Canadá, e o CSKA Moscou venceu duas vezes nos Estados Unidos, ao Cleveland Cavaliers em 2010 (90 x 87), e ao Minnesota Timberwolves em 2013 (108 x 106).
1º jogo da excusão
08/10/2014 - FLAMENGO 88 x 100 PHEONIX SUNS
Local: US Airways Arena, Pheonix, Arizona
Público: 8.041 torcedores
Parciais: 26 x 21 / 17 x 33 (43 x 54) / 23 x 17 (66 x 71) / 22 x 29 (88 x 100)
Flamengo: Nicolás Laprovittola (13), Marcelinho Machado (16), Marquinhos (7), Wálter Herrmann (14) e Jerome Meyinsse (15). Téc: José Alves Neto. Banco: Gegê (0), Vítor Benite (5), Alexandre Olivinha (10), Cristiano Felício (8) e Derrick Caracter (0).
Pheonix Suns: Goran Dragic (6), Eric Bledsoe (15), Marcus Morris (10), Markieff Morris (13) e Miles Plumlee (4). Téc: Jeff Hornacek. Banco: Isaiah Thomas (18), Archie Goodwin (6), Tyler Ennis (2), Zoran Dragic (3), Gerald Green (13), T.J. Warren (3), P.J. Tucker (2), Shavlik Randolph (4) e Earl Barron (1).
O 1º Quarto começou com o Flamengo muito bem na partida, bem na defesa, concentrado, e tentando não desperdiçar ataques. Nem o mais otimista torcedor rubro-negro poderia sonhar com um começo tão bom. Com quatro pontos de Meyinsse e dois de Laprovittola, o Flamengo abriu 6 x 0. O técnico Jeff Hornacek pediu seu primeiro tempo quando perdia por 15 x 8. Mas o Flamengo manteve o equilíbrio e venceu o quarto por 26 x 21. No 2º Quarto, o Suns conseguiu finalmente tomar a frente do placar com pouco mais de cinco minutos de período. O Flamengo ainda conseguiu empatar no ataque seguinte, mas a equipe norte-americana encaixou três contra-ataques rápidos e fez 41 x 34. A partir de então, imperou a maior força física do Pheonix Suns. A diferença aumentou para 54 x 43 ao final do primeiro tempo.
O Flamengo voltou mais organizado no terceiro período e conseguiu diminuir a desvantagem no placar, tendo chegado a reduzir a diferença para três pontos na metade do quarto. Com 8 minutos do período, O Flamengo voltou a assumir a liderança do placar: 64 x 63, forçando Hornacek a pedir novo tempo. Após a parada, o Suns se recuperou e voltou a abrir cinco pontos nos minutos finais do quarto, terminando a frente por 71 x 66. No começo do último período o Phoenix Suns fez uma sequência de 7-0, e daí para frente o Flamengo não teve mais forças para reagir. Isaiah Thomas e Gerald Green comandarem as ações dos anfitriões, inspirada, a dupla anotou 31 pontos no segundo tempo. Pelo lado do Flamengo, o melhor em quadra foi o armador argentino Nico Laprovittola, que terminou a noite com um double-double: 13 pontos e 12 assistências. O ala argentino Wálter Herrmann também teve grande atuação, tendo sido responsável pela jogada mais bonita da partida ao fintar dois adversários no ar e converter dois pontos. O time arremessou muito de três e com baixo aproveitamento. Mas o que realmente fez a diferença foi o lado físico, os jogadores dos Suns eram mais fortes, mais atléticos e mais jovens, e impuseram um jogo rápido que o time rubro-negro não conseguiu acompanhar. Mas a derrota por 12 pontos mostrou que o time rubro-negro teve uma boa atuação, tendo vencido dois dos quatro períodos.
Laprovittola foi o nome do jogo pelo Flamengo
2º jogo da excursão
15/10/2014 - FLAMENGO 88 x 106 ORLANDO MAGIC
Local: Amway Center, Orlando, Flórida
Público: 13.734 torcedores
Parciais: 23 x 34 / 26 x 21 (49 x 55) / 23 x 29 (72 x 84) / 16 x 22 (88 x 106)
Flamengo: Nicolás Laprovittola (15), Marcelinho Machado (20), Marquinhos (9), Wálter Herrmann (5) e Jerome Meyinsse (13). Téc: José Alves Neto. Banco: Gegê (1), Danielzinho Lorio (0), Vítor Benite (6), Luís Otávio Chupeta (0), Alexandre Olivinha (11), Cristiano Felício (8) e Derrick Caracter (0).
Orlando Magic: Elfrid Payton (4), Willie Green (11), Tobias Harris (14), Andrew Nicholson (10) e Nikola Vucevic (20). Téc: Jacque Vaughn. Banco: Luke Ridnour (11), Ben Gordon (8), Roy Devyn Marble (4), Aaron Gordon (15), Kyle O'Quinn (5) e Dewayne Dedmon (4).
Jogando na Flórida, tradicional reduto latino nos EUA, a torcida do Flamengo marcou presença no ginásio, e fez barulho, com constantes gritos de "Mengo" e repetidas vezes cantando o hino do clube. Mas o jogo começou com o Orlando dominando o garrafão tanto defensiva quanto ofensivamente. O Flamengo marcava mal e trabalhava de forma precipitada no ataque. A força física do ala Tobias Harris não deixava Marquinhos e Herrmann jogarem. O Flamengo só conseguiu manter o placar equilibrado porque a mão de Marcelinho Machado estava calibrada para os arremessos de três pontos, ele acertou cinco nos dois primeiros períodos, mantendo o Flamengo na partida. Mas quem reinava era o pivô Nikola Vucevic, suíço de ascendência montenegrina. O melhor momento do time rubro-negro no jogo foi no segundo quarto, quando o pivô rubro-negro Derrick Caracter conseguiu dar algum trabalho para Vucevic.
O placar esteve apertado até estar Magic 21 x 19 Flamengo, o jogo de transição do Magic se impôs então e o time norte-americano abriu 11 pontos de frente, fechando o quarto com 34 x 23 a seu favor. A diferença chegou a 13 pontos (49 x 36), mas os arremessos de três de Marcelinho novamente a encurtaram para apenas quatro pontos (53 x 49). Mas Vucevic converteu o último arremesso do quarto e o placar do 1º tempo foi 55 x 49, mas com vitória do Flamengo no período por 26 a 21. No segundo tempo a força física e o forte jogo de transição do Orlando reinaram definitivamente. Vucevic e Harris comandavam o jogo, e o Flamengo tinha enormes dificuldades para entrar no garrafão. Marquinhos e Herrmann não conseguiam ajudar, Meyinsse era dominado, quem subiu muito de produção foi Laprovittola, mas a diferença não caía mais da casa dos dez pontos. Os anfitriões se distanciaram de novo e foram para os dez minutos finais com 12 de frente, placar de 84 x 72. A vantagem chegou a ser de 20 pontos, mas terminou em 18, placar final: 106 x 88.
Laprovittola, com 15 pontos e 9 assistências, chegou perto de repetir um double-double. Assim como Olivinha, que fez 11 pontos e pegou 8 rebotes. O pivô norte-americano Meyinsse fez 13 pontos e pegou 5 rebotes. O nome do jogo no entanto foi Vucevic, o único jogador na partida a anotar um double-double, com 20 pontos e 11 rebotes.
Nikola Vucevic não deu chances ao time do Flamengo
3º jogo da excursão
17/10/2014 - FLAMENGO 72 x 112 MEMPHIS GRIZZLIES
Local: FedEx Forum Arena, Memphis, Tennessee
Público: 10.969 torcedores
Parciais: 20 x 27 / 21 x 35 (41 x 62) / 13 x 26 (54 x 88) / 18 x 24 (72 x 112)
Flamengo: Nicolás Laprovittola (0), Marcelinho Machado (17), Marquinhos (14), Wálter Herrmann (2) e Jerome Meyinsse (13). Téc: José Alves Neto. Banco: Gegê (9), Danielzinho Lorio (0), Vítor Benite (4), Luís Otávio Chupeta (0), Alexandre Olivinha (6), Cristiano Felício (7) e Derrick Caracter (0).
Memphis Grizzlies: Courtney Conley (4), Mike Lee (12), Tony Allen (14), Zach Randolph (10) e Marc Gasol (15). Téc: David Joerger. Banco: Beno Udrih (8), Nick Calathes (2), Jordan Adams (2), Kalin Lucas (0), Quincy Pondexter (13), Vince Carter (5), Patrick Christopher (0), Earl Clark (8), Jarnell Stokes (5), Jon Leuer (6), Hassan Whiteside (2) e Konstantine "Kosta" Koufos (6).
O Flamengo se despediu de seu tour pela Pré-temporada da NBA enfrentando o adversário mais difícil dos três que enfrentou, o Memphis Grizzlies havia chegado aos play-offs nas quatro temporadas anteriores. O time rubro-negro começou o jogo muito bem, com Marcelinho e Marquinhos calibrados nos arremessos, nos primeiros três minutos a velocidade no ataque permitiu ao Flamengo abrir 10 x 2, forçando o Memphis a pedir tempo. E funcionou, pois daí para frente o Flamengo não conseguiu mais jogar e o Grizzlies conseguiu uma impressionante sequência de 25-2, disparando no placar. Uma forte defesa e um eficiente jogo de garrafão, mas sem dúvidas a grande disparidade técnica, sobretudo de Zach Randolph e do pivô espanhol Marc Gasol, fizeram o jogo ficar fácil. Mas com 27 x 12 no placar, foi a vez dos rubro-negros se rearrumarem e conseguirem uma sequência de 5-0. O primeiro quarto terminou Memphis 27 x 20 Flamengo. No início do 2º quarto o Flamengo reagiu, engatou uma sequência de 8-0 e se reaproximou no placar, sobretudo pela grande atuação de Gegê, que substituiu Laprovittola, que teve uma noite sofrível depois de duas exuberantes partidas nos dois primeiros jogos do tour.
Com uma sequência de 13-0, o Flamengo se colocou de novo no jogo, o placar esteve 28 x 29, 30 x 31, até estar empatado em 36 x 36 a 7'41'' do fim do 1º tempo. Parecia que as coisas seriam equilibradas, ledo engano. Randolph e Gasol retornaram à quadra e o Memphis engatou uma sequência de 19-0, deixando o jogo 55 x 36. Se contra o Orlando o time rubro-negro foi totalmente dominado pelo pivô suíço-montenegrino Nikola Vuceviv, de 2,13m, desta vez o domínio foi do pivô espanhol Marc Gasol, de 2,16m. O 1º tempo terminou 62 x 41, com Gasol já somando os 15 pontos que fez no jogo. No 3º quarto, Randolph e Gasol foram poupados, mas o massacre continuou, com uma sequência de 20-2 que deixou o placar 82 x 43, uma surra. A diferença chegou a ser de 42 pontos, mas o Memphis começou a colocar reservas em quadra, permitindo que o Flamengo jogasse um pouco mais. No fim do quarto, 88 x 54. A diferença chegou a cair para 30 pontos. Faltando 7'20'' o placar indicava 100 x 66. Num final bem com cara de amistoso, o placar ficou em 112 x 72, com uma vantagem de 40 pontos. Nico Laprovittola teve uma noite pavorosa: 0 pontos, 1 assistência e 10 turn overs (erros). Gosto amargo no fim da sequência de amistosos, mas uma diferença que no fundo grande parte das pessoas esperava em todos os três jogos. O time rubro-negro voltou para casa cheio de lições e aprendizados na bagagem. Foram dias mágicos para todos, era o Flamengo jogando a NBA.
Com uma sequência de 13-0, o Flamengo se colocou de novo no jogo, o placar esteve 28 x 29, 30 x 31, até estar empatado em 36 x 36 a 7'41'' do fim do 1º tempo. Parecia que as coisas seriam equilibradas, ledo engano. Randolph e Gasol retornaram à quadra e o Memphis engatou uma sequência de 19-0, deixando o jogo 55 x 36. Se contra o Orlando o time rubro-negro foi totalmente dominado pelo pivô suíço-montenegrino Nikola Vuceviv, de 2,13m, desta vez o domínio foi do pivô espanhol Marc Gasol, de 2,16m. O 1º tempo terminou 62 x 41, com Gasol já somando os 15 pontos que fez no jogo. No 3º quarto, Randolph e Gasol foram poupados, mas o massacre continuou, com uma sequência de 20-2 que deixou o placar 82 x 43, uma surra. A diferença chegou a ser de 42 pontos, mas o Memphis começou a colocar reservas em quadra, permitindo que o Flamengo jogasse um pouco mais. No fim do quarto, 88 x 54. A diferença chegou a cair para 30 pontos. Faltando 7'20'' o placar indicava 100 x 66. Num final bem com cara de amistoso, o placar ficou em 112 x 72, com uma vantagem de 40 pontos. Nico Laprovittola teve uma noite pavorosa: 0 pontos, 1 assistência e 10 turn overs (erros). Gosto amargo no fim da sequência de amistosos, mas uma diferença que no fundo grande parte das pessoas esperava em todos os três jogos. O time rubro-negro voltou para casa cheio de lições e aprendizados na bagagem. Foram dias mágicos para todos, era o Flamengo jogando a NBA.
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