.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Hélio Rubens e os 5 melhores jogadores que comandou

Hélio Rubens, em matéria para o Globoesporte.com, feita em 12 de abril de 2013, elegeu os cinco melhores dentre todos os jogadores que comandou. Eis os elegidos:

Ele perdeu a conta de quantos atletas passaram por suas mãos. Entre os muitos que vestiram as camisas, além de Franca, Uberlândia, Vasco e Seleção Brasileira, únicas equipes comandadas pelo recordista de títulos nacionais - com 11 conquistas - vários se destacaram e fizeram história com a bola laranja. Mas cinco foram lembrados pelo treinador como os melhores com quem ele já trabalhou.

A escolha foi difícil, demorada, fez o técnico puxar pela memória e mudar de opinião algumas vezes. Foram tantos craques dirigidos por Hélio Rubens que a lista poderia, tranquilamente, ter outros cinco nomes diferentes.

Além dos cinco, Hélio citou outros tantos de quem se orgulha de ter trabalhado, mas coube a dois americanos, um uruguaio e dois compatriotas o privilégio de serem escolhidos por um dos treinadores mais respeitados do país. Entre todos os americanos dirigidos por Hélio, o armador Dexter Shouse, ex-Franca, levou a melhor na disputa contra Charles Byrd e Tony Harris e encabeça a lista. Dos jogadores nascidos no Brasil, o ala Oscar Schmidt, com quem o treinador teve algumas divergências de opinião, foi o preferido.

Eis a lista dos cinco melhores jogadores escolhidos por Hélio Rubens.

1 - O completo e temperamental Dexter Shouse

Nascido no dia 24 de março 1963 em Terre Haute, Indiana, Dexter Shouse se formou pela Universidade do Sul do Alabama antes de ser draftado pelo Philadelphia 76ers. Com apenas 18 minutos e nenhum ponto anotado na principal liga de basquete do mundo na temporada de 1989/1990, o ala/armador, que atuou nas Filipinas e chegou a registrar uma média de 50 pontos por partida, brilhou com a camisa de Franca nos anos 90. Apesar do temporamento difícil, o camisa 10 francano tinha talento de sobra e por isso ganhou o apelido de Dexter Show. Ao lado de Vargas, Demétrius e Rogério, conquistou o brasileiro de 1993.

- Apesar de seu talento, o armador ficou marcado pelo temperamento difícil e seu descontrole emocional. O Dexter Shouse foi o jogador mais completo com quem já trabalhei. Ele tinha uma condição atlética privilegiada, marcava demais, assistia seus companheiros e também pontuava muito.



2 - O líder uruguaio Tato López

Apontado como um dos cinco melhores uruguaios de todos os tempos, Horácio Tato López mostrou que não era um jogador comum quando vestiu a camisa do país pela primeira vez com apenas 15 anos. O ala-pivô também trabalhou com o treinador em Franca. Com a camisa do Uruguai, ganhou o Sul-Americano de 1981 e o sexto lugar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles de 1984. Tato López, que atuou por Sporting, Neptuno, Welcome e Aguada em seu país, Caserta e Mobilgirgi, na Itália, Ferro Carril Oeste, na Argentina, além de Franca e o Monte Líbano, se aposentou aos 35 anos com uma incrível média de 31 pontos por partida.

- O Tato López também trabalhou comigo em Franca. Era um jogador que atuava como lateral ou ala-pivô. Tinha personalidade muito forte, estressado dentro de quadra, mas exercia uma liderança enorme sobre seus companheiros e era decisivo nos momentos-chaves. Ele também tinha um excelente arremesso e foi o melhor jogador da sua geração durante anos.



3 - O alcoólatra Carey Scurry

Formado pela Universidade de Long Island, o ala de 2,01m foi draftado pelo Utah Jazz e parceiro de Karl Malone de 1985 a 1988, quando trocou a equipe de Salt Lake City pelo New York Knicks no fim da temporada de 1988. Depois de registrar uma média de 4.7 pontos e 2.9 rebotes por partida na liga americana, Scurry rodou o mundo e passou pelo basquete de Grécia, Espanha, Bélgica, Argentina e Chile, além do Brasil, no Franca treinado por Hélio Rubens.

- Apesar do seu vício com a bebida, o Scurry jogava demais. Era um cara versátil, que podia atuar tanto como pivô como ala, dava toco à vontade e era dominante dentro do garrafão. Acabou deixando a NBA por problemas pessoais e jogou em diversos países, entre eles o Brasil, para nossa sorte.



4 - O maior cestinha de todos os tempos: Oscar Schmidt

Maior cestinha de todos os tempos, Oscar Schmidt é considerado um dos estrangeiros mais respeitados da NBA, apesar de nunca ter jogado na principal liga de basquete do planeta. Com cinco participações em Jogos Olímpicos, o Mão Santa ficou famoso nos Estados Unidos ao marcar 46 pontos na inesquecível vitória da seleção brasileira por 120 a 115, na decisão dos Jogos Pan-Americanos de 1987, em Indianápolis, sobre os donos da casa, depois de estar perdendo por 22 pontos de diferença. Oscar começou a jogar no Palmeiras e defendeu tradicionais clubes do país como Sírio, Flamengo e Corínthians, além de ter atuado no basquete italiano e espanhol. Trabalhou com Hélio Rubens na seleção brasileira.

- O Oscar começou jogando como pivô. Era um atleta que sabia girar para os dois lados dentro do garrafão, mas pelos recursos que tinha em seu arremesso acabou se revelando um dos maiores laterais e cestinhas do basquete mundial de todos os tempos. Ele tinha uma certa deficiência na marcação e até brincava que era porque estava sempre muito ocupado fazendo cestas, mas compensava isso ofensivamente. Foi um dos maiores arremessadores de longa distância que eu dirigi e vi jogar.



5 - O faz-tudo Rogério

Dono de um arremesso certeiro, Rogério foi revelado pelo Sogipa (RS) e foi considerado por anos o substituto de Oscar. Nascido em Porto Alegre no dia 26 de março de 1971, ele conquistou cinco vezes o Campeonato Brasileiro, sempre sob o comando de Hélio Rubens. O ala/pivô de 2,01m acompanhou o treinador por quase todos os clubes. Inclusive a seleção brasileira, pela qual o jogador disputou os Jogos de Atlanta, em 1996.

- O Rogério é um jogador de grupo e que me acompanhou em quase todos os times que dirigi. Fomos campeões em Franca, no Vasco e em Uberlândia. Era um ala-pivô veloz, que puxava bem os contra-ataques, excelente marcador e um exímio arremessador de longa distância. Um jogador completo, que sempre exerceu sua liderança de forma discreta e positiva, sempre criando um ambiente de união nas equipes que jogou. Excelente marcador.


Nenhum comentário:

Postar um comentário