Barcelona's Basketball History - Historia del Baloncesto de Barcelona
O Barcelona tem sua maior tradição no futebol, mas sua presença no basquete espanhol é antiga e remonta ao período de surgimento do esporte da "bola ao cesto" no país (o baloncesto, como o basquete é chamado em espanhol). O basquete do clube entrou em quadra pela primeira vez em 1927, jogando o Campeonato da Catalunha de Basquetebol, o qual teve, entre os clubes que foram campeões nestes primeiros anos, agremiações como CE Europa, Laieta, Atletic Gracia e Société Patrie. Só a partir de 1940 que o Barcelona conquistou a hegemonia na Catalunha (campeão em 1942, 1943, 1945, 1946, 1947, 1948, 1950, 1951 e 1955). Mas é só na década de 1940 que o clube fatura pela primeira vez a Copa do Generalíssimo (alusão ao ditador Franco), que mais tarde se tornou Copa do Rei. O Barça faturou os troféus em 1943, tri em 1945-46-47, e bi em 1949 e 1950.
O basquete do Barcelona conquistou seu primeiro título da Liga Espanhola na temporada 1958-1959 (terceira edição do torneio). Foi conquistar o segundo somente na temporada 1980-1981, e a partir dali começou a fazer frente ao Real Madrid, que reinava absoluto no basquete espanhol no início da liga (nas 24 primeiras edições do Campeonato Espanhol de Basquete, o Real Madrid foi campeão 21 vezes, tendo o Joventut de Badalona sido campeão duas vezes e o Barcelona uma).
O time da temporada 58-59, que foi campeão tanto da Liga quanto da Copa do Rei, era formado por um tripé de jogadores que fizeram história no basquete azul-grená. O time contava com o o armador Francesc "Nino" Buscató, o veterano pivô Jordi Bonareu e outro pivô, Alfonso Martínez, três vezes o maior pontuador da Liga, que havia jogado no Barcelona entre 1953 e 1955, passou ao Real Madrid entre 1956 e 1958, e voltou ao Barça na temporada 1958-59. Buscató, Bornareu e Martínez integraram a lista de 25 maiores jogadores espanhóis de basquete de todos os tempos.
O time de 58/59 deu enorme popularidade ao basquete do Barcelona, entretanto, ainda assim, em 1961 o presidente do clube, Enric Llaudet, dissolveu a equipe, apesar de sua popularidade. Problemas típicos da convivência de esportes olímpicos num clube onde o futebol reina. Mas a ausência durou só uma temporada, em 1962 o clube reativou a modalidade após uma campanha dos fãs. Mas o clube, durante os anos 1960, chegou a cair à Segunda Divisão, da qual se sagrou campeão em 1965. Mas ainda levou muito tempo para o basquete do Barcelona voltar a ser forte. Mesmo com a inauguração, em 23 de outubro de 1971, do Palau Blaugrana (Palácio Azul-grená, em catalão), o Barcelona ainda tinha dificuldades para voltar ao lugar máximo do basquetebol espanhol.
O começo do reerguimento se deu na temporada 1977-78, quando o Barça conquistou a Copa do Rei, batendo o Real Madrid na final por 103 x 96. Foi a partir dos Anos 1980 que o Barcelona começou a mostrar toda sua força no basquete, inspirados pelo treinador Aito Garcia e pelo primeiro grande ídolo da história da bola laranja no clube, o ala San Epifanio, ou simplesmente Epi, como era chamado. O clube ganhou seis títulos da Liga Espanhola (1980-81, 1982-83, 1986-87, 1987-88, 1988-89 e 1989-90), cinco Copas do Rei (1980, 1981, 1982, 1983, 1987 e 1988) e foi vice-campeão da Taça da Europa (precursora da Euroliga) em 1984. O auge desta época foi o time do final da década, um dos maiores da história do basquete espanhol, um quinteto formado por Solozabal, Epi, Sibilio, Jimenez e Norris, treinados por Aito Garcia.
O armador Ignácio "Nacho" Solozabal atuou no Barça de 1978 a 1994, ele era um mestre na arte de conduzir uma equipe, fazê-la jogar. O ala Candido "Chicho" Sibilio, nascido na República Dominicana, naturalizado espanhol, foi o primeiro negro a defender a Seleção da Espanha, e foi jogador do Barcelona de 1976 a 1989. O ala-pivô Andrés Jiménez defendeu a camisa azul-grená de 1986 a 1998. O norte-americano Audie Norris, pivô, defendeu o time catalão de 1987 a 1993. Audie Norris marcou uma época na Espanha, um jogador que demostrou grandes qualidades, mostrando como o jogo perto da cesta podia ser eficiente.
O basquete do Barcelona tem quatro camisetas aposentadas, em homenagem a quatro ícones da história azul-grená, três deles fizeram parte desta histórica equipe. As camisetas aposentadas pelo basquete do Barcelona são as de número: 4 (homenagem a Andrés Jiménez, ala, que jogou de 1986 a 1998); 7 (homenagem a Nacho Solozábal, armador, que jogou de 1978 a 1994); 12 (homenagem a Roberto Dueñas, pivô, que jogou de 1996 a 2005); e 15 (homenagem a Juan Antonio San Epifanio, ala, que jogou de 1979 a 1995).
O basquete do Barcelona manteve sua força nos anos 1990, ainda mais depois que recebeu seu novo ginásio, o Palau Sant Jordi, inaugurado em 21 de setembro de 1990, como parte das obras para os Jogos Olímpicos de 1992. Uma nova geração de jogadores emergiu e deu ao clube mais títulos: 7 vezes Campeão da Liga Espanhola (1994-95, 1995-96, 1996-97, 1998-99, 2000-01, 2002-03 e 2003-04). Faltava o título máximo da Europa, haviam sido quatro vice-campeonatos da Copa da Europa nos Anos 90 (1990, 1991, 1996 e 1997).
A nova geração azul-grená era formada pelo ala Xavi Fernández, que jogou no clube de 1994 a 1999, o ala Rodrigo De la Fuente, que vestiu a camisa azul-grená de 1997 a 2007, e o pivô Roberto Dueñas, no Barça de 1996 a 2005. Foi em torno deste tripé que o clube catalão conquistou vários títulos nesta década, iniciando na segunda metade dos anos 1990 um gradativo aumento nos investimentos na modalidade, na qual também se destacaram pelo basquete do Barcelona o pivô norte-americano Derrick Alston (de 1998 a 2000) e o pivô holandês Francisco Elson (de 1999 a 2001). E das categorias de base emergiram dois jovens que ali começavam uma trajetória de grande sucesso, o armador Juan Carlos Navarro, que fez sua estreia em 1997, e o ala-pivô Pau Gasol, que brilhou no Barcelona de 1999 a 2001.
O sonho de todos os torcedores do basquete do Barcelona enfim se materializou na temporada 2002-03, quando a equipe sagrou-se Campeã da Euroliga. Duas peças-chave na conquista chegaram no viés de aumento nos investimento da agremiação catalã: Jasikevicius e Bodiroga. O armador Sarunas Jasikevicius, da Seleção da Lituânia, foi contratado em 2000, estava na equipe campeã europeia, e acabou saindo logo após o título. O principal responsável pelo título espanhol, no entanto, foi o ala-armador (o escolta, como se chama em espanhol) Dejan Bodiroga, da Seleção da Sérvia, que chegou ao Barça em 2002, ficou até 2005, e foi o MVP naquele histórico título.
Na 1ª fase da Euroliga 2002-03, o Barcelona terminou em segundo lugar num grupo do qual também faziam parte o Benetton Treviso, da Itália (1º lugar), o Efes Pilsen, da Turquia, o Fortitudo Bologna, da Itália, o Cibona Zagreb, da Croácia, o Pau-Orthez, da França, o Alba Berlin, da Alemanha, e o AEK Atenas, da Grécia. Na 2ª fase, em meio a quatro grupos de quatro, onde só o vencedor do grupo avançava ao Quadrangular Final, o Barcelona superou ao Olympiacos, da Grécia, ao Union Olimpija, da Eslovênia, e ao ASVEL, da França. O Final Four seria decidido entre Benetton Treviso e Montepaschi Siena, ambos da Itália, CSKA Moscou, da Rússia, e Barcelona. Na semi-final, vitória dos espanhóis por 76 x 71 sobre o CSKA Moscou. No duelo italiano da outra semi, vitória da equipe de Treviso por 65 x 62. A final seria disputada entre as duas equipes que dividiram o mesmo grupo na 1ª fase (cada um tendo vencido seu jogo em casa, o Barcelona por 86 x 85 e o Treviso por 94 x 82). O jogo da Finalíssima era no Palau Sant Jordi. Temporada histórica, o timaço azul-grená foi campeão da Liga Espanhola, da Copa do Rei e da Euroliga. Um time histórico, comandado pelo treinador sérvio Svetislav Pesic.
Final Euroliga 2002-03
Barcelona 76 x 65 Benetton Treviso
Barcelona: Sarunas Jasikevicius (8), Dejan Bodiroga (20), Rodrigo De La Fuente (11), Gregor Fucka (17) e Roberto Dueñas (3). Téc: Svetislav Pesic. Banco: Juan Carlos Navarro (5), Ignácio Rodríguez (2), Patrick Femerling (9) e Anderson Varejão (1).
Treviso: Tyus Edney (16), Trajan Langdon (8), Riccardo Pittis (4), Jorge Garbajosa (9) e Denis Marconato (10). Téc: Ettore Messina. Banco: Massimo Bulleri (11), Manuchar Markoishvili (2) e Marcelo Nicola (5).
Depois da saída de Bodiroga, a equipe não manteve a onda de títulos, mas não demorou muito a voltar a conquistá-los, especialmente depois de Navarro ter retornado de uma temporada na NBA. O Barcelona foi campeão da Liga Espanhola nas temporadas 2008-09, 2010-11, 2011-12 e 2013-14. E neste intervalo de tempo voltou a subir ao degrau mais alto do basquete interclubes da Europa, sagrando-se Campeão da Euroliga 2009-10. Foi o auge do trabalho do técnico Xavi Pascual, quando o Barça teve um grande time, cujo quinteto titular era formado por Navarro, Ricky Rubio, Fran Vázquez, Erazem Lorbek e Pete Mickeal. Neste período também se destacaram com a camisa azul-grená o ala norte-americano Alan Anderson (temporada 2010-11) e o pivô croata Ante Tomic (contratado em 2012).
Na Euroliga 2009-10, o Barça foi o líder de seu grupo na 1ª fase, do qual também fizeram parte o Montepaschi Siena, da Itália, o Zalgiris Kaunas, da Lituânia, o Cibona Zagreb, da Croácia, o ASVEL, da França, e o Fenerbahce, da Turquia. Na 2ª fase, o Barcelona liderou o grupo que tinha ainda ao Partizan, da Sérvia, e dois gregos, o Panathinaikos e o Maroussi.
Passada a 2ª fase vieram as quartas de final e um duelo histórico contra o Real Madrid, numa melhor de cinco, que o Barcelona venceu por 3 x 1 (68 x 61 / 63 x 70 / 84 x 73 / 84 x 78). Com a vitória, avançou ao Quadrangular Final. O duelo na semi-final repetiu o confronto de 2003, quando o azul-grená foi Campeão Europeu pela primeira vez. Pela frente, o CSKA Moscou, da Rússia, e nova vitória catalã: 64 x 54. Na outra semi-final, o Olympiacos venceu ao Partizan por 83 x 80. A final, no Palais Omnisports, em Paris, na França, terminou com vitória arrasadora sobre os gregos, com Juan Carlos Navarro eleito MVP. Um time com cara globalizada, pois Pete Mickeal e Terence Morris eram norte-americanos, Erazem Lorbek era esloveno, Boniface Ndong era senegalês e Gianluca Basile era italiano.
Final Euroliga 2009-10
Barcelona 86 x 68 Olympiacos
Barcelona: Juan Carlos Navarro (21), Ricky Rubio (9), Erazem Lorbek (8), Pete Mickeal (14) e Boniface Ndong (7). Téc: Xavi Pascual. Banco: Victor Sada (7), Gianluca Basile (6), Fran Vázquez (6) e Terence Morris (8).
Olympiacos: Milos Teodosic (10), Theodoros Papaloukas (12), Josh Childress (15), Linas Kleiza (13) e Ioannis Bourousis (9). Téc: Panagiotis Giannakis. Banco: Scoonie Penn (0), Yotam Halperin (0), Patrick Beverley (0), Panagiotis Vasilopoulos (0), Loukas Mavrokefalidis (1), Nikola Vujcic (2) e Sofoklis Schortsanitis (6).
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