Real Madrid Basketball History - Historia del Baloncesto de Real Madrid
Embora nas últimas décadas o reinado madrilenho nas quadras de basquete espanhola já não seja absoluto, tendo se convertido numa bipolaridade Real-Barcelona, o reinado de Madrid como maior conquistador de títulos da história do basquetebol espanhol ainda sobra, pois foi acumulada uma larga vantagem entre os Anos de 1960 e 1980.
Embora nas últimas décadas o reinado madrilenho nas quadras de basquete espanhola já não seja absoluto, tendo se convertido numa bipolaridade Real-Barcelona, o reinado de Madrid como maior conquistador de títulos da história do basquetebol espanhol ainda sobra, pois foi acumulada uma larga vantagem entre os Anos de 1960 e 1980.
A saga de títulos dos Merengues nas quadras de basquete se impôs logo no princípio, desde as primeiras edições do Campeonato Espanhol de Basquete Masculino. Nas 24 primeiras edições do torneio nacional, o Real Madrid foi campeão 21 vezes, tendo o Joventut de Badalona sido campeão duas vezes e o Barcelona uma.
A história de títulos madrilenhos começa na temporada 1956-57, a de nascimento da Liga Nacional da Espanha. O time treinado por Ignácio Pinedo se impôs sobre o rival Barcelona, ainda que a disputa pelo título tenha sido acirrada. Quem fez a diferença foi Alfonso Martínez, principal jogador merengue. Também se destacava muito nesta equipe William Brindle, que era de Porto Rico. Ao lado de Martínez e Brindle estavam Luis Trujillano, Joaquín Hernández, José Luis Martínez e José Alberto Herreras.
Esta equipe faturou o Bi-campeonato na temporada 1957-58, desta vez com folga sobre seus adversários. O time foi reforçado por Johnny Báez, que atendeu com sobras a todas as expectativas postas sobre ele. Baéz, assim como Brindle, jogava na Seleção de Porto Rico. "El Indio de la vía" foi o mais renomado jogador portorriquenho em sua época, e um dos maiores da história do basquete de seu país em todos os tempos. Ele chegou a Madrid para ser absolutamente dominante no cenário basquetebolístico espanhol.
Real Madrid - Bi-campeão 56-57 e 57-58
Para a temporada seguinte, o Real Madrid perdeu Alfonso Martínez para o rival Barcelona, e com ele também foi o título para a Catalunha, pois naquela temporada o Barça se impôs e levou a copa. A perda do título acabou impulsionando uma revolução no basquete madrilenho, e com ela se iniciou uma impressionante sequência de títulos. O responsável por esta revolução foi o novo técnico, Pedro Ferrándiz, que impôs uma nova fórmula de atuação, mais dinâmica. A estrela merengue ainda era Johnny Báez, mas o resto da equipe estava todo reformulado. Este time tinha a Antonio Díaz Miguel, Josep Luis Cortés, Jorge Parra, Richard Montgomery, Carlos Sevillano e José "Pepe" Laso, os campeões da temporada 1959-60.
Na temporada seguinte, 1960-61, o Real perdeu Baéz, mas emergiram dois nomes que marcaram a Geração dos 60 madrilenha: Emiliano Rodríguez e Lolo Sáinz. Junto a eles o norte-americano Joseph Sheaff. Com apenas uma derrota, uma campanha irretocável, e mais um título. Na temporada 1961-62, mais um salto de qualidade, saiu Sheaff, mas chegaram dois norte-americanos que foram muito dominantes: Stanley Morrison e Wayne Hightower. O time com Carlos Sevillano, Emiliano Rodríguez, Lolo Sáinz, Stan Morrison e Wayne Hightower, treinado por Pedro Ferrándiz, é campeão espanhol invicto e vice-campeão da Liga Europeía, perdendo a final para Dinamo Tbilisi, da União Soviética.
Na temporada 1962-63, Pedro Ferrándiz passa de treinador a diretor, e o novo técnico passa a ser Joaquín Hernández. Saíram os dois americanos da temporada anterior e chegaram outros dois: Bob Burguess e Clifford Luyk. Este último que chagava para marcar uma época com a camisa merengue. O time é novamente campeão espanhol, e novamente vice-campeão da Copa Européia, perdendo novamente para um soviético na final, desta vez o CSKA Moscou. O quinteto formado por Sevillano, Emiliano Rodríguez, Sáinz, Luyk e Burgess jogou junto até 1968, conquistando todos os títulos espanhóis no período e sendo Bi-Campeão Europeu nas temporadas 1963-64 e 1964-65. Perdeu o título continental em 1965-66, assim como deixou escapar o título espanhol da temporada 1966-67, que foi conquistado pelo Joventut de Badalona, mas voltou a ser Bi-Campeão Europeu nas temporadas 1966-67 e 1967-68.
Na final européia de 1963-64, que era uma melhor de dois jogos, o Real Madrid perdeu o jogo de ida para o Spartak de Brno, da Tchecoslováquia, mas se impuseram na partida de volta, com uma vitória imponente por 84 x 64 e foram campeões no saldo de cestas. Na temporada 1964-65, Pedro Ferrándiz volta da posição de diretor para a de técnico. Os merengues conquistaram a Copa da Europa pelo segundo ano consecutivo, batendo o CSKA Moscou, da União Soviética, na final. Esta equipe contava, como sexto jogador, com o futuro treinador da Seleção Brasileira, José Ramón "Moncho" Monsalve. O clube começava a mostrar sua força a nível continental, já que a nível nacional era uma potência hegemônica: bi-campeão em 56-57 e 57-58, heptacampeão de 59-60 a 65-66, e decacampeão de 67-68 a 76-77.
Na temporada 1965-66, o time passa a ser treinado pelo francês Robert Busnel, com Ferrándiz voltando ao cargo de diretor. A outra novidade é que Clifford Luyk se naturaliza espanhol, abrindo espaço para mais um estrangeiro no elenco, o norte-americano Jim Fox. Mas depois de quatro finais européias consecutivas, os madrilenhos não chegam à final, derrubando o francês Busnel do cargo de técnico, que volta a ser Pedro Ferrándiz. E na substituição de americanos, chega Wayne Brabender, que terá trajetória similar a Luyk, vestindo por mais de uma década a camisa do Real. Carlos Sevillano, Emiliano Rodríguez, Lolo Sáinz, Clifford Luyk e Wayne Brabender. Fecha-se um quinteto que voltará a ser bi-campeão europeu e marcará uma época. A nível nacional, seus rivais eram Joventut Badalona, Picadero Jockey Club e Estudiantes, mas ninguém parava o Real Madrid, que sobrava no cenário nacional. Ainda mais com seu poder econômico. Na temporada 1968-69 ainda contratou Vicente Ramos, destaque do rival Estudiantes, que chegou para repor a saída de Lolo Sáinz. O time, bi-campeão europeu, perdeu o título continental para o CSKA Moscou na segunda prorrogação (103 x 99), num duelo antológico, deixando escapar o tri.
A temporada 1972-73 foi a última do lendário Emiliano Rodríguez, que ao final dela se aposentou. Mas isto não abalou a hegemonia merengue, mantida sob a dupla Clifford Luyk e Wayne Brabender, a liderança de Pedro Ferrándiz, e nomes como Vicente Ramos e Juan Antonio Corbalán. A equipe tanto não se abalou pela aposentadoria de Emiliano Rodríguez, que se sagrou mais uma vez campeã européia na temporada 1973-74, na qual conquistou a Tríplice Coroa, campeão da Liga Espanhola, da Copa do Rei e da Copa da Europa. O título europeu foi conquistado em Nantes na França, com uma vitória apertadíssima sobre o Varese, da Itália, por 84 x 82.
O time de Ferrándiz ainda tinha a Wayne Brabender, Vicente Ramos, Clifford Luyk e Juan Antonio Corbalán, e contou com a chegada de um jogador que foi chave para o sucesso naquele ano: o alemão Walter Szczerbiak. Na temporada seguinte (74-75) toda a base do time foi mantida para aquela que foi a última temporada do lendário Pedro Ferrándiz como técnico da equipe: Corbalán, Ramos, Luyk, Brabender e Szczerbiak.
O novo treinador passou a ser o ex-jogador Lolo Sáinz. Como o mesmo quinteto campeão europeu em 1974, ele conquistou os títulos espanhóis de 1975-76 e 1976-77, impondo-se sobre o Barcelona. Na temporada 1977-78, o time, sustentado no tripé "Wayne Brabender, Clifford Luyk e Walter Szczerbiak", perdeu o título espanhol para o Joventut Badalona, mas, em compensação, conquistou o sexto título europeu de sua história, batendo mais uma vez ao Varese, a quem havia superado em 74, na final jogada em Munique, na Alemanha (75 x 67).
O sétimo título da Copa da Europa veio na temporada 1979-80, quando Lolo Sáinz já não contava mais com Luyk, aposentado, mas mantinha a estrutura campeã européia dois anos antes. Título novamente conquistado em solo alemão, desta vez em Berlim, com uma vitória por 89 x 85 sobre o Maccabi Tel-Aviv, de Israel. Novamente Bi-campeão espanhol em 78-79 e 79-80, terminava ali o gás da sequência de duas gerações de jogadores que conquistaram 21 dos 24 primeiros Campeonatos Espanhóis. Dali para frente o basquete da Espanha passaria a estar dividido, ora nas mãos do Barcelona, ora na do Real Madrid, e um novo título europeu levaria 15 anos para ser erguido.
Foram quatro títulos espanhóis durante os Anos 1980, três deles consecutivos, todos com Lolo Sáinz como técnico. Mesmo com o Real tendo contratado o armador iugoslavo Mirza Delibasic, foi o Barcelona quem venceu o campeonato de 80-81. O Real não queria dar margem ao crescimento do rival, e fez outra contratação de impacto para a temporada 81-82: Fernando Martín, do Estudiantes. Com ele, Brabender, Delibasic e Corbalán, o Real voltou a ser campeão. Na rodada final, vitória por 102 x 93 sobre o Barcelona e mais um título. No ano seguinte o título ficou com o rival catalão mais uma vez. Nas três temporadas seguintes, porém, ele ficaria com o Real Madrid, a primeira delas nesta sequência, a de despedida do norte-americano naturalizado espanhol Wayne Brabender. O elenco Tri-campeão (83-84/84-85/85-86) era formado por Juan Antonio Corbalán, Fernando Martín, Fernando Romay, Rafael Rullán, López Iturriaga, Paco Velasco, pelos norte-americanos Brian Jackson e Wayne Robinson, e pelo armador russo Jose "Chechu" Biriukov.
O domínio madrilenho até ali ainda imperava. Nos 30 primeiros anos da Liga Espanhola, 25 títulos do Real Madrid, três do Barcelona e dois do Juventut Badalona. Mas entre as temporadas 1986-87 e 1989-90 o Barcelona foi Tetra-campeão, dando fim ao reinado madrilenho.
Se nos primeiros 30 campeonatos foram 25 títulos de Madrid, nos 30 campeonatos seguintes quem imperou foi o Barcelona com 15 títulos, contra 6 do Real Madrid, três do Saski Baskonia, dois do Joventut Badalona, um do Unicaja Málaga e um do Manresa.
Se nos primeiros 30 campeonatos foram 25 títulos de Madrid, nos 30 campeonatos seguintes quem imperou foi o Barcelona com 15 títulos, contra 6 do Real Madrid, três do Saski Baskonia, dois do Joventut Badalona, um do Unicaja Málaga e um do Manresa.
Depois de seis temporadas sem ser campeão da Liga Espanhola, o Real Madrid conquistou o Bi-campeonato nas temporadas 1992-93 e 1993-94. O treinador era o norte-americano naturalizado espanhol Clifford Luyk. O time ainda tinha o armador russo Chechu Biriukov, tinha dois americanos (Mark Simpson e Ricky Brown), mas foi campeão mesmo pela contratação de um jogador que se mostrou absolutamente dominante no garrafão madrilenho, o lituano Arvydas Sabonis. No segundo título, os dois norte-americanos foram substituídos por seu conterrâneo Joe Arlauckas e pelo também lituano Rimas Kurtinaitis. Foi a dominância de Arvydas Sabonis que levou o Real Madrid a voltar a conquistar um título continental, o oitavo de sua história, superando ao Olympiacos, da Grécia, por 73 x 61, na final jogada em Zaragoza, na Espanha. O jogo da equipe de Madrid estava sustentado num tripé formado no basquete da ex-União Soviética: Biriukov, Kurtinaitis e Sabonis.
Um novo título espanhol só veio seis temporadas depois, na de 1999-00. O técnico era o italiano Sérgio Scariolo. O elenco tinha em Alberto Herreros sua principal estrela. Ao seu lado brilhava o armador sérvio Aleksandar "Sasha" Djordjevic, que foi rival, com a camisa do Barcelona, entre 1997 e 1999, e defendeu a camisa merengue de 1999 a 2002. Junto a eles estavam os irmãos Lucio e Alberto Angulo, o belga Eric Struelens e os norte-americanos Keith Jennings e Brent Scott. Na final, 3 x 2 na série contra o Barcelona, com 82 x 73 no jogo derradeiro.
Levaram mais cinco temporadas para outro título espanhol, que veio na temporada 2004-05. E foi um título com um destes finais de provocar um infarto. O técnico merengue era o croata Bozidar Maljkovic. As estrelas do quinteto de Madrid eram Alberto Herreros e Felipe Reyes. A final mais equilibrada da história. A série estava 2 x 2. Era o quinto e dicisivo jogo. O Tau Cerámica/Saski Baskonia vencia por 69 x 61 quando o relógio entrou no minuto final do ultimo quarto. O Real Madrid protagonizou então uma virada incrível, finalizada com uma cesta mágica de três pontos convertida por Alberto Herreros a seis segundos do fim: vitória por 70 x 69. A cesta do título marcava a aposentadoria de Herreros, uma belíssima despedida!
Duas temporadas depois (2006-07) com Joan Plaza de técnico, comandando uma equipe na qual se destacavam Sérgio Llull, Álex Mumbrú e Felipe Reyes, o Real foi novamente campeão. Superou o Barcelona por 3 x 1 na série final.
Espera de mais seis temporadas para uma nova conquista da Liga Espanhola, que aconteceu na temporada 2012-13. O técnico era Pablo Laso. O plantel tinha os experientes Sérgio Rodríguez, Sérgio Llull, Rudy Fernández e Felipe Reyes. A estrela da conquista no entanto foi um garoto que havia pouco tempo que tinha se profissionalizado, Nikola Mirotic, nascido em Montenegro, república que no passado foi parte da Iugoslávia, emigrado para a Espanha, naturalizou-se e defendeu a Seleção Espanhola nas divisões de base. Este elenco ainda tinha, com poucos minutos de quadra, o pivô brasileiro Rafael Hettsheimeir. Um banco de reservas robusto, que tinha um trio de norte-americanos - Marcus Slaughter, Dontaye Draper e Tremmell Darden - e o esloveno Mirza Begic. Vitória na final por 3 x 2 sobre o Barcelona. O quinteto Sérgio Rodríguez, Sérgio Llull, Rudy Fernández, Nikola Mirotic e Felipe Reyes escrevia-se como um dos melhores da história do basquete de Madrid.
Real Madrid 2012-13
Esta geração fora de série do basquete madrilenho perdeu a final da Euroliga 2013 por 100 x 88 para o Olympiakos, da Grécia, jogando em Londres. Na Euroliga 2014 voltou a perder a final, agora jogada em Milão, desta vez o algoz foi o Maccabi Tel Aviv, de Israel, que venceu por 98 x 86 na prorrogação. O degrau mais alto no entanto veio na temporada 2014-15. O quinteto formado por Sérgio Rodríguez, Sérgio Llull, Rudy Fernández, Andrés Nocioni e Felipe Reyes, treinado por Pablo Laso, e que tinha no banco a Jaycee Carroll, K.C. Rivers e o pivô mexicano Gustavo Ayon sagrou-se campeão da Copa do Rei e chegou, pelo terceiro ano consecutivo, à final da Euroliga, desta vez para bater o Olympiakos por 78 x 59, jogando dentro de casa, em Madrid. Após 20 anos, o Real Madrid voltava a conquistar o título europeu, o 9º de sua história, o 1º no formato de Euroliga, que substituiu a Copa da Europa.
Veja também: Os vários casos de jogadores dos dois lados da rivalidade merengue-culé
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