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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Terceira edição do NBA Global Games no Rio de Janeiro

A 3ª edição do NBA Global Games Rio de Janeiro teve, pelo terceiro ano consecutivo, a presença de uma equipe da NBA no Brasil, desta vez, porém, com a novidade de ser um duelo contra uma equipe brasileira.

Na Pré-temporada de 2014 da NBA, Flamengo e Orlando Magic se enfrentaram na Flórida e a vitória da franquia norte-americana foi por meros 18 pontos de diferença. Jogando no Rio de Janeiro, esperando uma pressão de torcida de futebol nas arquibancadas, havia esperança do Flamengo obter a primeira vitória de um time brasileiro sobre uma equipe da NBA na história, no confronto que representava o 7º encontro de um time brasileiro de basquete contra um time da liga profissional dos EUA.

Mas havia uma dificuldade adicional, tri-campeão nacional nas temporadas 2012-13, 2013-14 e 2014-15, o sucesso havia despertado o interesse estrangeiro sobre jogadores-chave destas campanhas. O Flamengo havia perdido Nicolás Laprovittola, Vitor Benite, Wálter Herrmann e Cristiano Felício. Para seus lugares, quatro peças novas: Rafael Luz, Jason Robinson, Rafael Mineiro e JP Batista. Jogadores com capacidade técnica altíssima, mas que não tinham o entrosamento e o mesmo conhecimento na memória das jogadas ensaiadas do treinador. Isto tinha um preço.

Com um DJ comandando com música alta a festa no ginásio, a torcida rubro-negra teve dificuldade para impor cânticos que dessem um clima de estádio de futebol à arena. Ainda mais porque a atuação do Orlando Magic, desde que a bola subiu, não deu margem para uma empolgação rubro-negra. A torcida fez sua festa, mas não conseguiu fazer a diferença.

Apesar da festa nas arquibancadas e um público próximo a 15 mil pessoas, o time da NBA não se intimidou com o barulho e começou o duelo encestando quase todas as bolas que arriscava, abrindo uma diferença de 15 x 2 no marcador. Oladipo e Vucevic eram quase que imparáveis, enquanto do lado rubro-negro havia muita dificuldade para infiltrar o garrafão adversário, forçando tiros de longa distância. O Orlando também soube, fechando-se, recuperar bolas e explorar contra-ataques. Quando se tranquilizou, o Flamengo diminuiu a diferença, mas ficou claríssima a disparidade técnica que ainda existe entre a liga norte-americana e o resto do mundo.



O Flamengo entrou bem no segundo quarto e, com bons lances de Marcelinho e Marquinhos, chegou a reduzir a desvantagem para oito pontos, mas viu os adversários abrirem novamente, mesmo com alguns reservas em quadra. Oladipo ainda voltou à partida nos últimos minutos antes do intervalo e garantiu vitória parcial de 51 a 34 ao fim da primeira metade do duelo internacional.



O terceiro período foi quase uma repetição do primeiro. Com o quinteto titular, o Orlando voltou arrasador, fez uma sequência de 14 x 3 e abriu 28 pontos de frente, acabando com qualquer esperança do Flamengo de fazer história. E olha que mais uma vez o técnico Scott Skiles deu uma mãozinha para o Flamengo e tirou suas duas principais estrelas na metade do quarto. Mesmo sem a dupla, os visitantes não tiraram o pé do freio e foram para o último período com uma confortável vantagem de 27 pontos.



A regularidade do jogo da equipe da Flórida estava estampada nas parciais de quarto, um ataque que fez entre 24 e 27 pontos em cada um dos três primeiros quartos, e uma defesa que sofreu entre 16 e 18 pontos em cada um destes três quartos. O desempenho superior do Magic era mostrado nos números do jogo. Enquanto os americanos tinham 54,1% de aproveitamento nos arremessos de dois pontos, o Flamengo acertava apenas 31,4% dos chutes.



No último quarto, oportunidade para os jovens do Orlando estarem em quadra. O Flamengo aproveitou o fato de enfrentar um quinteto adversário mais fraco, conseguiu encaixar uma boa defesa e diminuiu a diferença no placar, mas sem ainda conseguir camuflar a enorme diferença técnica entre as duas equipes que estavam em quadra. Na primeira vez na história na qual uma equipe da NBA enfrentou um time brasileiro em solo nacional, o Flamengo não resistiu ao favoritismo adversário.



Até este jogo, a história registrava 135 confrontos entre times da NBA e times de fora dos EUA, com 119 vitórias de equipes da NBA. O Flamengo teve a honra de fazer 4 destes 135 duelos, e pouquíssimos clubes no mundo até então (só 7) tiveram honra de enfrentar franquias NBA mais vezes: Maccabi Tel Aviv e Maccabi Haifa, de Israel, CSKA Moscou, da Rússia, Real Madrid e Barcelona, da Espanha, e Olimpia Milano e Virtus Bologna, da Itália. E em quatro duelos, em três a diferença no placar foi inferior a 20 pontos.


ORLANDO MAGIC 90 x 73 FLAMENGO
17 de outubro de 2015 - Arena Olímpica da Barra da Tijuca (HSBC Arena)
Público: 14.894 torcedores
Parciais: 27 x 16 / 24 x 18 (51 x 34) / 27 x 17 (78 x 51) / 12 x 22 (90 x 73)

Flamengo: Rafael Luz (0), Jason Robinson (5), Marquinhos (13), Rafael Mineiro (4) e Jerome Meyinsse (12). Téc: José Alves Neto. Banco: Gegê (0), Danielzinho Lorio (0), Marcelinho Machado (17), Alexandre Olivinha (1), Tiagão (6), Mingau (2) e JP Batista (13).

Orlando Magic: Victor Oladipo (13), Evan Fournier (10), Shabazz Napier (14), Tobias Harris (6) e Nikola Vucevic (18). Téc: Scott Skiles. Banco: Jordan Sibert (0), Keith Appling (2), Mario Hezonja (9), Melvin Ejim (0), Devyn Marble (4), Jason Smith (5), Channing Frye (2), Andrew Nicholson (2), Greg Stiemsma (0) e Dewayne Dedmon (5).





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