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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Dominique Wilkins, o Americano de Paris

O pivô Jacques Dominique Wilkins nasceu em 12 de janeiro de 1960 em Paris, a capital da França, a mesma cidade onde, em 11 de abril de 1996, ele viveu um dos mais memoráveis dias em sua brilhante carreira no basquetebol, quando conquistou o título de campeão da Euroliga.

Dominique Wilkins nasceu em Paris porque seu pai era membro da Força Aérea dos Estados Unidos e à época de seu nascimento estava prestando serviços na França. Mais do que o local de nascimento, este fato influenciou na escolha de seu nome feita por seus pais. O menino ganhou um nome francês e o carregou por toda sua vida.

Em 1996, Wilkins já havia se consagrado uma superestrela da NBA, onde foi eleito por nove vezes para participar do All-Star Game, o Jogo das Estrelas, além de ter sido sete vezes escolhido para o All-NBA Team da temporada (uma vez no 1º time, Quinteto Ideal, quatro vezes para o 2º time e duas vezes para o 3º time), e sido o maior pontuador (top scorer) da liga na temporada 1985-86, com 30,3 pontos por jogo.


Apesar do brilhante desempenho de Dominique Wilkins, o Atlanta Hawks, sua equipe, nunca conquistou o título da NBA, para sentir o sabor de ser campeão, ele teve que deixar a NBA e passar a defender a camiseta do Panathinaikos de Atenas, da Grécia, por quem conquistou seu primeiro troféu.


Outra coincidência em sua vida: depois de voltar para os EUA, ele cresceu em Washington. Na escola secundária, seu talento para o basquete logo despontou e ele foi escolhido para jogar na equipe da Universidade da Georgia, que ficava na cidade de Atenas, no estado norte-americano da Geórgia. Paris e Atenas pareciam já estar marcadas em seu destino. Pelo time dos Bulldogs, da Universidade da Geórgia, ele foi eleito jogador mais valioso do ano de 1981 na South Eastern Conference (Conferência Sudeste).

Seu brilhante desempenho nos três anos com a equipe universitária da Geórgia o levou a escalar um degrau a mais em sua carreira basquetebolística. No Draft de 1982 da NBA, ele foi a 3ª escolha geral, selecionado logo após James Worthy e Terry Cummings. Wilkins foi escolhido pelo Utah Jazz e na mesma noite trocado com o Atlanta Hawks, que para tê-lo cedeu John Drew, Freeman Williams e mais uma quantia em dinheiro. Sua carreira na Liga Profissional Norte-Americana foi sensacional: foram 1.074 jogos disputados, 26.668 pontos convertidos (24,8 por jogo) e 7.169 rebotes pegos (6,7 por jogo). Sua melhor temporada foi a de 1985-86, quando Dominique Wilkins foi o líder em pontos convertidos, com 30,3 pontos por jogo.


No Campeonato Mundial de 1994, em Toronto, no Canadá, Dominique Wilkins, aos 34 anos de idade, fez parte da Seleção dos Estados Unidos que ficou conhecida como Dream Team II, na segunda vez na história na qual a seleção norte-americana de basquete foi formada por jogadores da NBA. Ele ganhou a Medalha de Ouro, tornando-se Campeão Mundial, numa equipe da qual também faziam parte Shaquille O'Neal, Reggie Miller, Joe Dumars e Alonzo Mourning. Na final contra a Rússia, Wilkins fez 20 pontos na vitória dos EUA por 137 x 91.

Logo depois de fazer parte do "Dream Tream versão II", Dominique Wilkins, então aos 35 anos, decidiu trocar a NBA pelo basquete europeu. Na Europa, foi recebido com muitas dúvidas de público e crítica esportiva a respeito do que ainda era capaz de apresentar como diferencial naquela idade. O Panathinaikos, da Grécia, pagou US$ 4 milhões por um ano de contrato, desembolsados pelos donos do clube, os irmãos Gianakopoulos.


Em Atenas, Wilkins encontrou uma equipe sólida, com um grande armador (Panagiotis Giannakis), um bom e jovem ala (Fragiskos Alvertis) e uma torre de 2,18m no garrafão (o croata Stojko Vrankovic). Era uma equipe fortíssima, que havia perdido duas vezes seguidas no Final Four (Quadrangular Final) da Euroliga, em 1994 em Tel Aviv, e em 1995 em Zaragoza. Além de Dominique Wilkins, outra ousada contratação para a temporada 1995-1996, o técnico croata Bozidar Maljkovic, três vezes campeão europeu de clubes a frente do Jugoplastika Split, da Iugoslávia (1989 e 1990) e do Limoges, da França (1993). A aposta era ousada. Nunca uma equipe grega havia sido campeã européia de basquete, ainda que o grande rival do Panathinaikos, o Olympiakos, houvesse ficado com o vice-campeonato nas duas temporadas anteriores, nas quais, em ambas, o Panathinaikos terminara com o 3º lugar.


O começo foi truncado, a equipe demorou a engrenar, as dúvidas aumentaram. Aos poucos, a experiência de Maljkovic e a versatilidade de Wilkins prevaleceram e os resultados começaram a surgir. O Panathinaikos superou ao Real Madrid, da Espanha, e foi às quartas de final, na qual venceu ao Benetton Treviso, da Itália, avançando ao Quadrangular Final. Wilkins vinha obtendo números cada vez melhores, mas suas maiores atuações ainda estavam por vir. Antes do Final Four, o Panathinaikos venceu a Copa da Grécia, batendo a equipe do Panionios na final (85 x 74) e dando a Wilkins seu primeiro troféu (seu único título até então era a Medalha de Ouro no Mundial de 1994 com a Seleção dos EUA). A semi-final foi contra o CSKA Moscou, da Rússia. Wilkins liderou sua equipe com 35 pontos e 8 rebotes na vitória do Panathinaikos por 81 x 71. 


O jogo do título foi em 11 de abril de 1996, em Paris. Foi uma vitória dramática. No final: Panathinaikos 67 x 66 Barcelona. Dominique Wilkins fez 16 pontos e foi eleito o MVP do Final Four. Em sua primeira temporada na Europa, teve 20,1 pontos e 7,3 rebotes por jogo. Ainda faltava um título na temporada, a Liga Grega. O Panathinaikos liderava a série final por 2 x 1 quando Wilkins sofreu uma lesão que o deixou fora dos jogos 4 e 5. Na sua ausência, o Olympiacos aproveitou para vencer os dois jogos, virar a série a seu favor em 3 x 2 e faturar o título.


Após o sucesso na Europa, Wilkins decidiu voltar à NBA, assinando com o San Antonio Spurs para disputar a temporada 1996-97 (ele já estava com 37 anos de idade). Na temporada 1997-98 ele voltou ao basquete europeu, desta vez para defender o Fortitudo Bologna, da Itália. Na Liga Italiana teve médias de 17,8 pontos e 7,3 rebotes e na Euroliga teve médias de 17,9 pontos e 7,0 rebotes por jogo. Acabou, tanto em uma competição quanto na outra, tendo o rival da mesma cidade, o Virtus Bologna, impedido mais títulos para sua carreira. Ele ainda teve uma rápida passagem pela NBA com a camisa do Orlando Magic, em 1999, e se retirou das quadras de basquete. Em 2001, sua camisa, de número 21, foi aposentada pelo Atlanta Hawks. Em 2006, ele foi eleito para ingressar no Naismith Memorial Basketball Hall of Fame, em Springfield, Massachusetts. Antes de Wilkins, só um outro jogador da NBA havia conseguido tamanho sucesso no basquete europeu, Bob McAdoo, que brilhou pelo Olimpia Milano, da Itália, entre 1986 e 1990. Dominique Wilkins, um Norte-Americano de Paris.



Um comentário:

  1. torço pro Atlanta por causa desse cara... e não reclamo, os Hawks são uma paixão... agora temos o arruaceiro e provocador Trae Young, ninguém encantava tanto desde o Wilkins... true to Atlanta!

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