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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

História do Basquete de Porto Rico

History of the Puerto Rico's national basketball - História del Baloncesto de Puerto Rico - História do Basquete de Porto Rico


O primeiro grande resultado do basquete de Porto Rico foi alcançado com a Medalha de Prata nos Jogos Pan-Americanos de 1959, em Chicago. O cenário do basquete masculino no continente tinha os Estados Unidos, desde sempre, como força absoluta e hegemônica, e o Brasil como força emergente do basquete durante os Anos 1950, superando o Uruguai, primeira potência do basquete da América do Sul, por fora a Argentina mostrava alguma força em alguns torneios. Neste mesmo ano, Porto Rico conseguiu pela primeira vez se classificar para disputar o Campeonato Mundial de Basquete, jogado naquele ano no Chile.

Esta primeira medalha de prata no Pan foi conquistada numa disputa cabeça a cabeça com Brasil e México (o Ouro foi dos EUA). Na 1ª rodada, Porto Rico venceu Cuba por 103 x 58 e o México venceu El Salvador (66 x 51); o Brasil folgou. Na sequência, vitória brasileira sobre Cuba por 87 x 48 e o time portorriquenho caiu para os Estados Unidos por 57 x 89; o México folgou. Na 3ª rodada, o Brasil perdeu para o México por 49 x 50, enquanto Porto Rico superou El Salvador sem dificuldade (76 x 55).  Na 4ª rodada o Brasil venceu ao Canadá por 60 x 53 e o México venceu a Cuba por 79 x 51, enquanto PR folgou. Os mexicanos tinham três vitórias até então, e Brasil e Porto Rico tinham duas vitórias e uma derrota. Na reta final, os jogos decisivos: Porto Rico venceu ao Canadá (83 x 66), o Brasil atropelou a El Salvador (89 x 66) e no jogo que foi decisivo para a conquista, uma vitória de Porto Rico sobre o México por 83 x 66, com uma vantagem no marcador que mais adiante lhe garantiria a prata. Depois, o México perdeu para os EUA (57 x 101) e venceu ao Canadá, e com uma campanha 4-2 ficava difícil alcançar a prata, e só ficaria com o bronze se os brasileiros perdessem suas duas últimas partidas. O Brasil ainda enfrentava os EUA na última rodada, mas antes enfrentava Porto Rico, e para assegurar a prata sem precisar vencer os EUA, tinha que ser uma vitória por mais de 17 pontos, vantagem "boricua" sobre o México. O Brasil venceu por 79 x 78 e ficou com uma campanha 4-1, precisando ainda enfrentar os norte-americanos. Num tríplice empate, o saldo de Porto Rico era +16, o do Brasil era zero, e o do México era -16. Se vencesse, o Brasil ganhava o ouro, se perdesse ficava com o bronze e a prata seria de Porto Rico. Os Estados Unidos venceram por 93 x 79 e, sem entrar em quadra no último dia, a prata foi para os portorriquenhos. Os grandes nomes daquele time boricua eram o armador Juan "Pachín" Vicéns e o ala-pivô Juan "Johnny" Báez (jogador do Real Madrid de 1957 a 1961, chamado de "El Indio de la Via"). Fechavam o quinteto titular os alas José Ángel Cestero e Evelio Droz, e o pivô Teófilo Cruz.

Além da prata no Pan de 1959, e da primeira participação do país no Mundial, esta geração ainda conseguiu uma medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1963, em São Paulo, e obteve um 4º lugar nos Jogos Olímpicos de 1964, em Tóquio, o melhor desempenho do país na história do basquete olímpico masculino. Nesta campanha, o time avançou às semi-finais depois de superar a Japão (65 x 55), México (73 x 55), Polônia (66 x 60), Canadá (88 x 69) e Hungria (74 x 59), e perder para Itália (64 x 74) e União Soviética (63 x 82), classificando-se graças aos tropeços da Itália diante da Polônia e do Japão. Na semi-final, uma derrota para os Estados Unidos por 42 x 62. A decisão do bronze foi contra o Brasil, com o time perdendo por 60 x 76. O time ainda era liderado por Vicéns e Baéz, e tinha ainda Alberto Zamot, Jaime Frontera, Evelio Droz e Teófilo Cruz. Este time também ganhou para o país a Medalha de Ouro nos Jogos Centro-Americanos e do Caribe em 1962 e em 1966.

Juan Pachín Vicéns e Johnny Baéz 

Pachín Vicéns
Carreira: 1950–1954 Leones de Ponce; 1954–1956 Kansas State University (NCAA, EUA); e 1956-1966 Leones de Ponce

Johnny Baéz
Carreira: 1953-1957 Cardenales de Río Piedras; 1957-1961 Real Madrid (Espanha); e 1962-1969 Cardenales de Río Piedras


O basquete de Porto Rico voltou a se destacar com uma medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de 1971, em Cali, na Colômbia. Os Estados Unidos enviaram uma seleção amadora e fizeram uma campanha pífia. Na 1ª fase, Porto Rico venceu seu grupo, superando a México (81 x 80), Haiti (183 x 48) e Peru (88 x 72). No Hexagonal Final, vitória sobre Cuba (84 x 79), uma derrota para o Brasil (71 x 73) que lhe custou a medalha de ouro, e vitórias sobre Argentina (89 x 83), Panamá (117 x 84) e México (83 x 82). O quinteto portorriquenho era formado por Mariano "Tito" Ortiz, Neftalí Rivera, Rubén Rodríguez, Raymond Dalmau e o veterano Teo Cruz. A mesma equipe que dois anos depois conquistou pela primeira vez o título de Campeão do CentroBasket, em 1973.

Esta geração consolidou a elevação do basquete boricua para o primeiro escalão das Américas. Nos Jogos Pan-Americanos de 1975, no México, o país voltou a conquistar uma medalha com o basquete masculino. Logo na estreia, uma vitória em grande estilo que foi crucial para a conquista da Medalha de Prata: Porto Rico 100 x 85 Brasil. O time, o mesmo grupo dos anos anteriores, agora reforçado pela chegada do jovem Charlie Bermúdez, perdeu para os EUA (53 x 85), que ficou com o ouro, e para o Canadá (74 x 76), uma derrota que deixou a disputa por medalha ameaçada, mas os canadenses acabaram sofrendo derrotas para Argentina, México e Brasil, e ficaram totalmente fora da disputa. Solidamente, o time boricua conquistou vitórias sobre Venezuela (84 x 77), Cuba (89 x 85), Bahamas (107 x 92), Ilhas Virgens (115 x 93), Argentina (117 x 101) e México (99 x 81), terminando com a mesma campanha 7-2 que o Brasil, mas levando vantagem pela vitória no confronto direto e garantindo assim a 2ª colocação.

Em 1979, pela terceira vez consecutiva, Porto Rico ficou com a Medalha de Prata nos Jogos Pan-Americanos, desta vez jogados em sua capital, San Juan. Diante de sua torcida, uma nova estreia com uma vitória crucial para a medalha: Porto Rico 109 x 107 Brasil. Derrota só para os EUA e já na última rodada (94 x 113). As vitórias sobre Cuba (90 x 76), Canadá (89 x 75) e Argentina (109 x 75) garantiram a 2ª colocação, com o bronze sendo brasileiro. O quinteto boricua era formado por Angelo Cruz, Mario "Quijote" Morales, Georgie Torres, Raymond Dalmau e Rubén Rodríguez. Este quinteto, em 1980, também jogando em San Juan, conquistou o título de Campeão da Copa América. A campanha: 99 x 93 sobre a Argentina, 128 x 84 sobre o Uruguai, 113 x 88 sobre Cuba, 134 x 104 sobre o México, 84 x 67 sobre o Canadá e uma derrota por 93 x 99 para o Brasil que não impediu a conquista, dado que os brasileiros haviam sido derrotados pelo Canadá e pela Argentina. Com três medalhas de prata nos Pan-Americanos de 1971, 1975 e 1979, e com a medalha de ouro no Torneio das Américas de 1980, a Seleção de Porto Rico consolidava-se como segunda maior força do basquetebol masculino nas Américas naqueles tempos, atrás apenas dos Estados Unidos.


Já os Anos 1980 foram marcados sobretudo pela dominância no basquete da América Central e Caribe, com o selecionado nacional sagrando-se Penta-Campeão do CentroBasket (1985-1987-1989-1991-1993). Só no final da década que Porto Rico voltou a tomar um rumo crescente com a chegada de uma nova geração de grandes nomes. Em 1987 ficou com a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos em Indianápolis (ouro para o Brasil e prata para os Estados Unidos). Em 1988, a seleção ficou com a Medalha de Prata na Copa América, vencendo ao Canadá nas quartas de final por 62 x 60, caindo perante o Brasil na semi-final (92 x 101) e superando ao Uruguai na disputa de 3º lugar por 87 x 80. Foi um sinal de que o basquete do país estava pronto para viver um grande ciclo nos Anos 1990, voltando à briga no topo do cenário das Américas.

Em 1989 Porto Rico voltou a se sagrar Campeão da Copa América, torneio Pré-Mundial jogado na Cidade do México. Os EUA já tinham a vaga assegurada no Mundial de 1990, logo enviaram uma equipe universitária alternativa, a qual PR conseguiu superar logo na estreia por 116 x 108. Porto Rico garantiu o 1º lugar do grupo na 1ª fase, sem sustos, e avançou às quartas de final para enfrentar a Argentina, a quem venceu por 94 x 89. O duelo semi-final foi contra a Venezuela, terminando em vitória boricua por 94 x 91. Na final, um novo confronto contra os EUA (que haviam vencido ao Brasil na semi-final) e uma nova vitória, desta vez por 88 x 80, assegurando a conquista. No Campeonato Mundial, em 1990, a Seleção de Porto Rico obteve seu melhor desempenho na competição na história, ficando em 4º lugar. Uma campanha memorável, do maior time de basquete da história de Porto Rico. Na 1ª fase do torneio disputado na Argentina, o selecionado portorriquenho venceu seus três jogos: 78 x 75 sobre Angola, 88 x 74 sobre a Venezuela, e 82 x 75 sobre a Iugoslávia, de Drazen Petrovic, Toni Kukoc e Vlade Divac, equipe que viria a se sagrar a campeã mundial naquele torneio. Na 2ª fase, mais três atuações memoráveis: 89 x 79 sobre a Austrália, 92 x 76 sobre a dona da casa Argentina, e 81 x 79 sobre os Estados Unidos, onde brilhavam Kenny Anderson e Alonzo Mourning. As quatro melhores seleções avançaram para as semi-finais: Iugoslávia e União Soviética de um grupo, e Porto Rico e Estados Unidos do outro. Após seis grandes vitórias, aquele quinteto histórico não superou os soviéticos na semi-final: 82 x 98. Restava a Decisão de 3º lugar contra os EUA, que haviam perdido por 91 x 99 para a Iugoslávia na outra semi-final. Os norte-americanos foram melhores nos dois primeiros quartos, mas heroicamente os boricuas reagiram nos dois últimos quartos e forçaram a realização de uma prorrogação para definir a Medalha de Bronze. Decisão muito equilibrada, definida nos segundos finais quando um passe de Piculin Ortiz para James Carter foi interceptado. Apesar da derrota, uma campanha majestosa! Porto Rico estava entre os detentores de melhor basquetebol do planeta! Os grandes nomes eram os alas Jerome Mincy e Federico "Fico" López, e o pivô José "Piculin" Ortiz. O grupo ainda tinha os armadores Raymond Gausse e Georgie Torres, e o jogo de garrafão de Ramon Rivas e dos irmãos Edgar e Fracisco De León. Um elenco completado por José Agosto, James Carter, Angelo Cruz e Orlando Marrero. Foi o time de maior presença física e de maior média de estatura da história do basquete do país.

Jogos Históricos:

15/08/1990 - Porto Rico 81 x 79 EUA - Ginásio Luna Park, Buenos Aires, Argentina
Porto Rico: Raymond Gausse (13), Fico López (5), Jerome Mincy (17), Ramon Rivas (12) e Piculin Ortiz (22). Téc: Raymond Dalmau. Banco: Georgie Torres (10), Angelo Cruz (0), James Carter (2), José Agosto (--), Orlando Marrero (--), Fracisco De León (0) e Edgar De León (0).
EUA: Kenny Anderson (20), Chris Smith (13), Doug Smith (4), Christian Laettner (0) e Alonzo Mourning (10). Téc: Mike Krzyzewski, "Coach K". Banco: Lee Mayberry (2), Henry Williams (0), Bryant Stith (8), Billy Owens (8), Todd Day (2), Chris Gatling (6) e Mark Randall (6).

18/08/1990 - EUA 107 x 105 Porto Rico - Ginásio Luna Park, Buenos Aires, Argentina
Parciais: 24 x 26 / 24 x 27 (48 x 53) / 24 x 21 (72 x 74) / 24 x 22 (96 x 96) / 9 x 11 (105 x 107)
Porto Rico: Raymond Gausse (11), Fico López (21), Jerome Mincy (21), Ramon Rivas (12) e Piculin Ortiz (25). Téc: Raymond Dalmau. Banco: Georgie Torres (0), Angelo Cruz (0), James Carter (0), José Agosto (--), Orlando Marrero (--), Fracisco De León (0) e Edgar De León (15).
EUA: Kenny Anderson (34), Chris Smith (12), Doug Smith (10), Christian Laettner (4) e Alonzo Mourning (20). Téc: Mike Krzyzewski, "Coach K". Banco: Lee Mayberry (5), Henry Williams (0), Bryant Stith (0), Billy Owens (0), Todd Day (8), Chris Gatling (10) e Mark Randall (4).

O quinteto histórico, da esquerda para a direita: Ramon Rivas,
Raymond Gausse, José "Piculin" Ortiz, Fico López e Jerome Mincy

Para consagrar definitivamente o grande momento no basquete, em 1991 Porto Rico conseguiu pela primeira vez em sua história a Medalha de Ouro do basquete masculino nos Jogos Pan-Americanos, jogados em Havana, Cuba. Na 1ª fase, avançou em segundo lugar, vencendo a Canadá (95 x 77), México (102 x 100) e Uruguai (98 x 78), e perdendo para o Brasil (62 x 79). Nas quartas de final, venceu a Venezuela por 111 x 104. Na semi-final, passou pelo time universitário dos EUA por 73 x 68. E na final venceu ao México por 77 x 65, garantindo a Medalha de Ouro.

Os últimos grandes resultados desta fantástica geração portorriquenha foram obtidos com a Medalha de Prata na Copa América de 1993 (venceu ao Brasil por 111 x 97 na semi-final, e depois perdeu a final para os EUA por 95 x 109) e quando voltou a se sagrar Campeão da Copa América de 1995, novamente na Argentina, local da histórica campanha no Mundial de 1990. Na 1ª fase desta campanha, vitórias sobre Cuba (105 x 95), Canadá (84 x 73), República Dominicana (82 x 75) e Barbados (90 x 83). Na 2ª fase, vitórias sobre Bahamas (139 x 95), Uruguai (89 x 83) e Brasil (89 x 83), e derrota para a seleção anfitriã, a Argentina (75 x 105). Na semi-final, uma nova vitória sobre o Canadá (98 x 81). No jogo valendo o título, uma decisão eletrizante nos segundos finais, com os portorriquenhos se vingando dos anfitriões, e vencendo a Argentina por 87 x 86. O quinteto titular nesta conquista: Pablo Alicea, Georgie Torres, Jerome Mincy, Ramón Rivas e José “Piculín” Ortíz. O herói foi Piculin ao dar um toco espetacular no último ataque argentino, que lhes poderia ter colocado a frente no marcador. A bola saiu da quadra a menos de um centésimo para o fim no cronômetro. Ainda houve tempo para uma reposição e um arremesso desesperado de Marcelo Milanesio da linha de três que não foi convertido. Eletrizante vitória boricua!


Principais jogadores desta geração:

Piculin Ortiz
Carreira: 1980-1985 Atlético San Germán; 1985-1987 Oregon St. Beavers (NCAA, EUA); 1987-1988 Zaragoza (Espanha); 1988  Atlético San Germán; 1988-1990 Utah Jazz (NBA); 1990 Real Madrid (Espanha); 1990-1992 Barcelona (Espanha); 1992-1993 Andorra (Espanha); 1993-1994 Málaga (Espanha); 1994-1995 Atlético San Germán; 1995 Larissa-Faros (Grécia); 1995-1996 Iraklio (Grécia); 1996 Atlético San Germán; 1996-1997 Aris Salonica (Grécia); 1997 Guaiqueríes de Margarita (Venezuela); 1997-1998 Aris Salonica (Grécia); 1998 Guaiqueríes de Margarita (Venezuela); 1998 Cangrejeros de Santurce; 1998-1999 PAOK Salonica (Grécia); 1999-2001 Cangrejeros de Santurce; 2001-2002 Espartanos de Margarita (Venezuela); 2002-2005 Cangrejeros de Santurce; 2006 Capitanes de Arecibo; e 2007-2008 Mineros de Cananea (México)


Ramon Rivas
Carreira: 1985-1988 Temple Owls (NCAA, EUA); 1988-1989 Boston Celtics (NBA); 1989-1996 Saski Baskonia (Espanha); 1996-1997 Barcelona (Espanha); 1997-1998 AEK Atenas (Grécia); 1998 Cáceres (Espanha); 1998-1999 Fabriano (Itália); e 1999 Conquistadores de Guaynabo


Jerome Mincy
Carreira: 1982-1986 University of Alabama at Birmingham Blazers (NCAA, EUA); 1986-1992 Vaqueros de Bayamón; 1992-1994 Peñarol Mar Del Plata (Argentina); 1994-1995 Vaqueros de Bayamón; 1995-1996 Luz y Fuerza (Argentina); 1996 Vaqueros de Bayamón; 1996-1998 Boca Juniors (Argentina); 1998 Vaqueros de Bayamón; 1998-1999 General Roca (Argentina); 1999 Vaqueros de Bayamón; 1999-2000 Libertad Sunchales (Argentina); 2000-2002 Vaqueros de Bayamón; e 2003 Leones de Ponce



O basquete de Porto Rico se manteve no topo do continente nos anos seguintes. Na Copa América de 1997 ficou com o vice-campeonato (derrota para os EUA na final por 86 x 95, o bronze foi do Brasil e a Argentina ficou em quarto) e nos Jogos Pan-Americanos de 1999 ficou com a medalha de bronze (derrota na semi-final para o Brasil por 85 x 95 e vitória sobre a Argentina por 87 x 60 na decisão do bronze). Na América Central, foi Bi-campeão do CentroBasket (2001-2003). Em 2003, voltou a conquistar duas medalhas de bronze, na Copa América e nos Jogos Pan-Americanos. No Pan disputado em Santo Domingo, na República Dominicana, caiu na semi-final para seu grande rival da América Central e anfitrião daquele torneio por 65 x 79. Na decisão pelo bronze, venceu uma seleção universitária alternativa dos EUA por 76 x 70 (o ouro ficou com o Brasil e a prata com a República Dominicana). No Torneio das Américas, naquela edição válida como Pré-Olímpico, caiu na semi-final para os EUA por 71 x 81, e na decisão de 3º lugar superou ao Canadá, liderado por Steve Nash, por 79 x 66. Classificado para as Olimpíadas 2004, obteve um outro resultado histórico logo na estreia na competição, vencendo uma Seleção dos Estados Unidos formada por jogadores profissionais que atuavam na NBA. Foi a 4ª derrota na história de uma "Seleção NBA", já que no Mundial 2002 os EUA sofreram derrotas para Argentina, Iugoslávia e Espanha, e naquele mesmo torneio olímpico voltaria a sofrer derrotas para Lituânia e Argentina, assim como no Mundial 2006 veio a ser derrotado pela Grécia. Porto Rico fazia parte do seletíssimo grupo de países que havia conseguido vencer aos EUA quando estes usaram jogadores da NBA. Apesar da vitória histórica, sofreu derrotas na 1ª fase para Lituânia e Grécia. Com um 3º lugar, avançou às quartas de final, quando acabou derrotado pela Itália (70 x 86). Terminou os Jogos Olímpicos com o 6º lugar.

Jogos Históricos:

15/08/2004 - Porto Rico 92 x 73 EUA - Atenas, Grécia
Parciais: 21 x 20 / 28 x 7 (49 x 27) / 16 x 21 (65 x 48) / 27 x 25 (92 x 73)
Porto Rico: Larry Ayuso (15), Carlos Arroyo (24), Rolando Ortiz (9), Daniel Santiago (7) e José "Piculin" Ortiz (8). Téc: Julio Toro. Banco: B.J. Hatton (5), Chistian Dalmau (--), Eddie Casiano (18), Rick Apodaca (0), Sharif Fajardo (4), Jorge Rivera (--) e Peter John Ramos (2).
EUA: Allen Iverson (15), Dwyane Wade (10), LeBron James (5), Richard Jefferson (8) e Tim Duncan (15). Téc: Larry Brown. Banco: Stephon Marbury (2), Emeka Okafor (--), Shawn Marion (4), Carmelo Anthony (0), Lamar Odom (13), Carlos Boozer (1) e Amare Stoudemire (0).

A data de 15 de agosto ficou sendo histórica para o basquete boricua, pois neste dia aconteceram tanto a vitória sobre os EUA de Alonzo Mourning e Kenny Anderson no Mundial de 1990, quanto a vitória sobre os EUA de Allen Iverson, Dwyane Wade, LeBron James, Carmelo Anthony e Tim Duncan nas Olimpíadas de 2004.


Principais jogadores desta geração:

Carlos Arroyo
Carreira: 1996–1997 Cariduros de Fajardo; 1997–2001 Florida Panthers (NCAA, EUA); 2001–2002 Toronto Raptors (NBA); 2002 Denver Nuggets (NBA); 2002 Cangrejeros de Santurce; 2002 Saski Baskonia (Espanha); 2002–2005 Utah Jazz (NBA); 2005–2006 Detroit Pistons (NBA); 2006–2008 Orlando Magic (NBA); 2008–2009 Maccabi Tel Aviv (Israel); 2009–2011 Miami Heat (NBA); 2011 Boston Celtics (NBA); 2011–2013 Besiktas (Turquia); 2013–2015 Galatasaray (Turquia); 2015 Cangrejeros de Santurce; 2015–2016 Barcelona (Espanha); 2016–2017 Leones de Ponce; e 2017-2019 Cariduros de Fajardo


Elias "Larry" Ayuso
Carreira: 1996–1997 Piratas de Quebradillas; 1998–1999 USC Trojans (NCAA, EUA); 1999 Piratas de Quebradillas; 2000–2001 Atlético de San Germán; 2001–2002 Montegranaro (Itália); 2002 Atlético de San Germán; 2002–2003 Grand Rapids Hoops (Liga CBA, EUA); 2003 Ionikos Neas (Grécia); 2003 Atlético de San Germán; 2003–2004 Besiktas (Turquia); 2005 Capitanes de Arecibo; 2005–2006 Zalgiris Kaunas (Lituânia); 2006 Capitanes de Arecibo; 2006–2007 KK Split (Croácia); 2007 Cangrejeros de Santurce; 2007–2008 Cibona Zagreb (Croácia); 2008 Cangrejeros de Santurce; 2008–2009 Iowa Energy (D-League, EUA); 2009 Cangrejeros de Santurce; 2010–2012 Capitanes de Arecibo; 2012 Huracanes del Atlántico (Rep. Dominicana); 2013–2014 Mets de Guaynabo; 2014 Vaqueros de Bayamón; 2015 Mets de Guaynabo; 2015–2016 Piratas de Quebradillas; 2016–2017 Cangrejeros de Santurce; 2017 Brujos de Guayama; 2017-2018 Cariduros de Fajardo; e 2019-2020 Atlético de San Germán


Daniel Santiago
Carreira: 1995–1997 New Mexico Lobos (NCAA, EUA); 1997–1998 Saint Vincent (NCAA, EUA); 1998 Vaqueros de Bayamón; 1998–2000 Varese (Itália); 2000–2002 Phoenix Suns (NBA); 2002 Vaqueros de Bayamón; 2002–2003 Roma (Itália); 2003–2005 Milwaukee Bucks (NBA); 2005–2008 Unicaja Málaga (Espanha); 2008–2009 Barcelona (Espanha); 2009 Vaqueros de Bayamón; 2009–2010 Efes Pilsen (Turquia); 2010 Capitanes de Arecibo; 2010 Charleroi (Bélgica); 2011–2012 Capitanes de Arecibo; 2012–2013 Boca Juniors (Argentina); 2013 Mets de Guaynabo; e 2014–2015 Cangrejeros de Santurce



A Geração Anos 2000 do basquete de Porto Rico tinha um excepcional nível técnico, conseguiu resultados importantes, que mantiveram o país no topo do basquete das Américas, mas não conseguiu alçar à mesma altura das conquistas de gerações anteriores. Nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, voltou a conquistar uma Medalha de Prata, depois de superar a Argentina por 89 x 80 na semi-final e perder a final para o anfitrião Brasil por 65 x 86. Na Copa América Pré-Olímpica no mesmo ano de 2007 ficou com a medalha de bronze, caindo na semi-final para os EUA por 91 x 135, e vencendo ao Brasil na decisão do bronze por 111 x 107 (as vagas olímpicas no entanto ficaram com EUA e Argentina). Sequencialmente, estar entre os quatro melhores das Américas tornou-se uma rotina. Na América Central, a dominância era ampla, Porto Rico foi Bi-campeão do CentroBasket (2008-2010).

Na Copa América Pré-Mundial em 2009, a conquista voltou a estar próxima, tendo escapado nos segundos finais, e em plena San Juan. Jogando em casa, a seleção chegou à semi-final e superou à Argentina por 85 x 80. O time, que tinha Carlos Arroyo, Larry Ayuso e Peter John Ramos, avançou à final para enfrentar o Brasil de Marcelinho Huertas, Leandrinho Barbosa, Anderson Varejão e Tiago Splitter. Acabou derrotado dramaticamente por 60 x 61, ficando com a Medalha de Prata. Na Copa América 2011, um resultado bem pior, perdendo o bronze para a República Dominicana e ficando com o 4º lugar.

O basquete de Porto Rico, porém, voltaria ao lugar mais alto do pódio. Conseguiu nos Jogos Pan-Americanos de 2011 em Guadalajara, no qual terminou com a Medalha de Ouro, a segunda conquistada pelo país na história do Pan. O quinteto boricua era formado por José Juan "J.J." Barea, Carlos Arroyo, Edwin Ubiles, Daniel Santiago e Renaldo Balkman, o técnico era Flor Meléndez. Na 1ª fase o time venceu a México (73 x 69) e Canadá (80 x 58), e perdeu para a Argentina (78 x 79), assim avançou às semi-finais, na qual venceu à República Dominicana por 85 x 77. Na final, o adversário foi o anfitrião México. Vitória heróica e emocionante por 74 x 72, graças a uma penetração e uma cesta do armador JJ Barea no último ataque do jogo.

Vitória emocionante sobre o México


Principais jogadores desta geração:

J.J. Barea
Carreira: 2001–2002 Indios de Mayaguez; 2002–2006 Northeastern Huskies (NCAA, EUA); 2006 Cangrejeros de Santurce; 2006–2011 Dallas Mavericks (NBA); 2011–2014 Minnesota Timberwolves (NBA); 2014–2019 Dallas Mavericks (NBA)


Renaldo Balkman
Carreira: 2003–2006 South Carolina Gamecocks (NCAA, EUA); 2006–2008 New York Knicks (NBA); 2008–2011 Denver Nuggets (NBA); 2011–2012 New York Knicks (NBA); 2013 Petron Blaze Boosters (Filipinas); 2013 Guaiqueríes de Margarita (Venezuela); 2013 Brujos de Guayama; 2013–2014 Halcones Rojos (México); 2014 Capitanes de Arecibo; 2014–2015 Texas Legends (D-League, EUA); 2015 Capitanes de Arecibo; 2015 Fuerza Regia (México); 2016–2017 Reales de la Vega (REp. Dominicana); 2017-2018 San Miguel Alab Pilipinas (Filipinas); 2018 San Miguel Beermen (Filipinas); e 2018-2019 San Miguel Alab Pilipinas (Filipinas)



Na Copa América de 2013, Porto Rico voltou mais uma vez a obter uma Medalha de Prata. Na semi-final, derrotou a República Dominicana por 79 x 67, avançando para fazer a final contra o México, de Gustavo Ayón, por quem acabou sendo derrotado por 89 x 91. A geração esteve mais uma vez próxima de um grande resultado, mas mais uma vez ficou só perto. No acumulado histórico no Torneio das Américas até 2013, Porto Rico tinha 8 finais, com 3 ouros e 5 pratas. Nem os EUA tinha igual quantidade de participações em finais até então, tinha 7, com 6 ouros e 1 prata. O Brasil tinha 6 finais, com 4 ouros e 2 pratas, e a Argentina também tinha 6 finais, mas com 2 ouros e 4 pratas. O desempenho histórico colocava estas como as quatro seleções mais fortes das Américas.

O desempenho em Jogos Pan-Americanos nos resultados do basquete masculino acumulados até 2015 comprovavam isto: os EUA tinham 8 ouros, 3 pratas e 3 bronzes; o Brasil tinha 6 ouros, 2 pratas e 6 bronzes; Porto Rico tinha 2 ouros, 5 pratas e 4 bronzes; e a Argentina tinha 1 ouro e 2 pratas, seguida pelo México com 3 pratas e 1 bronze. Uma bela dimensão do tamanho da grandeza do basquete daquela pequena ilha da América Central.

No seu sub-continente centro-americano, PR mantinha uma plena hegemonia no CentroBasket, do qual voltou a se sagrar campeão em 2016. Foi o 12º título de Porto Rico na competição, uma ampla hegemonia, dado que até então haviam sido 4 títulos de Cuba e Panamá, e 3 títulos de México e República Dominicana, logo 14 troféus para os rivais, ou seja, em quase 50% das vezes o principal título da América Central foi boricua.


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