O basquete chegou ao México em 1902, tendo acontecido na a cidade de Puebla a primeira partida da modalidade a ser disputada em solo mexicano. Desde então foram escritas várias páginas da história do esporte no país, mas nenhuma no Século XX com destaque maior do que aquelas escritas por Manuel Raga, o maior jogador de basquete mexicano no primeiro século do esporte no país.
A Federação Internacional de Basquete (FIBA) o imortalizou no Hall da Fama, em Genebra, na Suíça, imortalizando o chamado “Mexicano Voador” acima de todos os demais basquetebolistas mexicanos.
Raga nasceu em 14 de março de 1944 em Villa Aldama, em Tamaulipas. Com 1,88 metros de altura, ele foi um ala-armador multifuncional, com seu impressionante salto vertical para segurar rebotes balones e um certeiro arremesso em suspensão, além de uma diferenciada elegância e um carisma que centralizava as atenções do público.
No México, Raga foi campeão nacional em 1962 aos 17 anos de idade com o Tamaulipas. Em 1970, ele se converteu no primeiro jogador de basquete não nascido nos Estados Unidos a ser draftado pela NBA, escolhido pelo Atlanta Hawks.
No entanto, Raga nunca jogou na NBA, decidiu tentar a sorte na Itália, para onde foi defender ao Pallacanestro Varese, sendo tri-campeão da liga em 1969, 1970 e 1971, tri-campeão da Euroliga em 1970, 1972 e 1973, e campeão de duas Copas Intercontinentais.
Do basquete italiano migrou para o Tigers de Lugano, da Suíça, equipe que antes de seu chegada só tinha um único título de liga nacional, e com o mexicano se coroou tri-campeã em 1975, 1976 e 1977. Manolo Raga jogou de 1960 a 1963 pelo Ciudad Madero, e de 1963 a 1968 pelo Villa Aldama. De 1968 a 1974 defendeu ao Ignis Varese, da Itália, de 1974 a 1979 ao Federale Lugano, da Suíça.
Com a Seleção Mexicana Raga também teve espetaculares exibições, tendo conduzido o time nacional à primeira colocação do Pré-Olímpico de 1964, tendo sido o grande nome da equipe mexicana nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 1964, do México em 1968 e de Montreal em 1976, assim como nos Mundiais de 1963, 1967 e 1974.
Manuel Raga pelo Varese, da Itália
Entretanto, muitos argumentavam que o maior jogador mexicano de basquete de todos os tempos havia sido um contemporâneo de Manuel Raga, o ala Arturo Guerrero. De certa forma, quando Raga foi introduzido no Hall da Fama da FIBA, a posição ficou marcada e o debate se encerrou.
O apelido de “Mão Santa” mostra a grandiosidade deste jogador que nasceu em 30 de agosto de 1948, quatro anos depois de Manuel Raga. Guerrero é originário de León, em Guanajuato, e se destacou por ser um mortal conversor de arremessos de meia e longa distância. Sempre foi um jogador muito decisivo nos momentos mai importantes do jogo, por isso sempre foi muito admirado.
Em 1967, ele chegou à Seleção Mexicana, tendo participado dos Jogos Olímpicos do México de 1968 e de Montreal de 1976. Ele jogou por equipes da Itália, de Porto Rico e do Brasil, onde chegou a receber oferta para naturalização, sempre sendo o principal pontuador nos times que defendeu nesses países. No Brasil, foi o maior pontuado num grande time do Sirio, que tinha a seu lado nomes como Hélio Rubens, Mosquito, Dódi, Sucar, Menon, Marquinhos Adbdalla e Ubiratan. E em meio a tantas feras, esteve longe de ser um mero coadjuvante, fazendo jus ao apelido "mão santa", e liderando o time em pontuação.
Ele foi observado por diversas equipes da NBA, como foram os casos do Los Angeles Lakers, do Cleveland Cavaliers e do San Antonio Spurs. Mas ele não quis se profissionalizar, mantendo seu status de amdor para poder defender a Seleção do México nos toeneios internacionais, tendo jogado Jogos Centro-americanos, Jogos Pan-americanos e Jogos Olímpicos. “Eu fiz esta escolha por convicção, não por conveniência”, sempre repetia. Defeneu a camisa do México em 1.359 partidas internacionais, tendo viajado por 78 países diferentes. Aposentou-se em 1982 e depois ainda foi treinador da Seleção Mexicana.
Arturo Guerrero
Depois da geração de Manuel Raga e Arturo Guerrero, o basquete mexicano teve entre seus maiores nomes a Horacio Llamas, que foi o primeiro mexicano a jogar na NBA, pelo Pheonix Suns de Phoenix (jogou os playoffs na temporada 1996-97), e também a Eduardo Nájera, que defendeu o Dallas Mavericks (2000-2004), o Golden State Warriors (2004-05), o Denver Nuggets (2004-2008) o New Jersey Nets (2008-09), de novo no Dallas Mavericks (2009-10) e no Charlotte Bobcats (2010-2012). Nájera disputou 9 play-offs. Destacou-se também Gustavo Ayón, que vestiu os uniformes de New Orleans Hornets (2011-12), Milwaukee Bucks (2012-13), Orlando Magic (2012-13) e Atlanta Hawks (2013-14), e que depois fez história no Real Madrid, entrando na pré-seleção de Maiores Jogadores da Euroliga nos Anos 2010.
Nesta galeria de maiores nomes do basquete mexicano também constam nomes como Carlos Quintanar, Óscar Asiaín, Raúl Palma, Manuel Sáenz, Rafael Heredia, Mario “Abuelo” Peña, Antonio Ayala, Rafael Palomar, Héctor Rodríguez e Ricardo Pontviane. Mas na história há um lugar especial para Manolo Raga e Arturo Guerrero, os dois primeiros pilares do basquete mexicano de alto nível.
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