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terça-feira, 24 de julho de 2012

História dos Campeonatos Mundiais de Basquete 1970-1990 - A Tradição do Leste Europeu


1950-1967     1970-1990     1994-2014     2019-...


1970 – Mundial de Liubliana, na Iugoslávia

O primeiro Campeonato Mundial de Basquete Masculino disputado fora da América do Sul foi jogado na Europa, na cidade de Liubliana, na Iugoslávia, cidade que atualmente é a capital da Eslovênia. O Mundial havia reunido 10 seleções em 1950, 12 em 1954, e 13 nas edições de 1959, 1963 e 1967. A edição de 1970, a primeira disputada em solo europeu, repetiu a fórmula, reunindo 13 seleções, doze divididas em três grupos de quatro, com os dois primeiros de cada se classificando, e a anfitriã avançando direto ao Heptagonal Final.

No Grupo A, os favoritos venceram, com Estados Unidos e Tchecoslováquia se classificando diante de Cuba e Austrália. Porém, os cubanos venderam caro a eliminação, e quase ficaram com a segunda vaga, sendo derrotados por 80 x 82 perante os tchecos, depois de já haver caído por 53 x 74 perante os norte-americanos.

No Grupo B, Brasil e Itália não encontraram grande resistência para passar por Canadá e Coréia do Sul. Já a disputa pela liderança do grupo tendo sido acirradíssima, e só definida após duas prorrogações, com o Brasil vencendo aos italianos por 94 x 93.

No Grupo C, assim como nos outros dois grupos, os favoritos também venceram, tendo União Soviética e Uruguai se classificado e eliminado a Panamá e Emirados Árabes.

Como nos Mundiais anteriores, a fase final foi novamente eletrizante. O Brasil venceu a URSS por 66 x 64 logo na primeira rodada. Os EUA venceram a URSS por 75 a 72. Mas na 5ª rodada o Brasil perdeu da Tchecoslováquia por 72 x 71 e os EUA perderam para a Itália por 66 x 64. A Iugoslávia venceu então ao Brasil por 80 x 65 e aos EUA por 70 x 63. Na última rodada, a URSS venceu à Iugoslávia, mas não impediu o título. O Brasil ficou com o vice-campeonato, a URSS foi 3º lugar, a Itália 4º e os EUA 5º lugar. O jovem time norte-americano se mostrou muito mais fraco do que as seleções que jogaram os Jogos Olímpicos naquele período. Mas a elite do basquete masculino mundial seguia composta por EUA, URSS, Iugoslávia, Brasil, e agora também pela cada vez mais ascendente Itália.

IUGOSLÁVIA
Ratomir Tvrdic, Nikola Plekas, Damir Solman, Kresimir Cosic e Peter Skansi. Téc: Ranko Zeravica. Sexto jogador: Ivo Daneu.

Seleção do Campeonato
Sergei Belov (URSS), Modestas Paulauskas (URSS), Kenny Washington (EUA), Kresimir Cosic (Iugoslávia) e Ubiratan Maciel (Brasil)

Jogador Mais Valioso: Sergei Belov (União Soviética)



1974 – Mundial de San Juan, em Porto Rico

O Mundial de 1974 foi disputado em Porto Rico. A quantidade de participantes aumentou de 13 para 14, mas mantendo um formato muito similar ao das edições anteriores: na 1ª Fase, 12 seleções foram divididas em três grupos de quatro, nos quais os dois primeiros classificados avançavam a um Octogonal Final, para o qual já estavam classificados o anfitrião Porto Rico e o campeão da edição anterior, a Iugoslávia. Entre os europeus, além dos iugoslavos, União Soviética, Tchecoslováquia e Espanha se classificaram, com a Itália, uma das forças do continente no período, ficando de fora. Das Américas, além dos porto-riquenhos, Estados Unidos, Cuba, Canadá e México, além de Brasil e Argentina, classificaram-se, com o Uruguai ficando de fora. Os outros três participantes do Mundial foram um representante da Ásia (Filipinas), um da Oceania (Austrália) e um da África (República Centro Africana).

No Grupo A, os favoritos, URSS e Brasil, avançaram sem grandes dificuldades, com os soviéticos garantindo a liderança ao vencer aos brasileiros por 79 x 60, e o Brasil garantindo a segunda vaga ao vencer aos mexicanos por 100 x 78. O México e a República Centro Africana foram eliminados.

No Grupo B, os favoritos, EUA e Espanha, também avançaram, com os norte-americanos garantindo a liderança ao vencer aos espanhóis com facilidade por 114 x 71, e a Espanha garantindo a segunda vaga ao vencer aos argentinos por 96 x 89. A Argentina e as Filipinas foram eliminadas.

No Grupo C, a disputa foi mais acirrada. A surpresa e destaque da edição anterior dos Jogos Olímpicos, Cuba, garantiu a liderança após duas vitórias apertadas sobre a Tchecoslováquia (61 x 60) e o Canadá (80 x 79). Na definição da segunda vaga, os canadenses surpreenderam e venceram aos tchecos por 83 x 75. A Austrália fez jogos duros, mas perdeu todos seus duelos.


Assim como no Mundial de 70, os EUA mandaram uma equipe mais jovem, de qualidade inferior às equipes universitárias enviadas às Olimpíadas. Ainda assim, lutaram pelo título. O Octogonal Final terminou num tríplice empate entre as três seleções que dominavam o basquete mundial nos Anos 1970: Estados Unidos, União Soviética e Iugoslávia. Os iugoslavos venceram aos soviéticos por 82 x 79 (3 pontos de vantagem). Os norte-americanos venceram aos iugoslavos por 91 x 88 (também 3 pontos de vantagem). Na última rodada, os soviéticos precisavam vencer por 4 pontos de vantagem para ficar com o título, venceram aos EUA por 105 x 94, sagrando-se campeões mundiais pela segunda vez na história, após terem conquistado o título pela primeira vez em 1967, em Montevidéu.

UNIÃO SOVIÉTICA
Modestas Paulauskas, Sergei Belov, Alexander Bolshakov, Alexander Salnikov e Alexander Belov. Téc: Vladimir Kondrashin. Sexto jogador: Vladimir Zhigily.

Seleção do Campeonato
Alexander Salnikov (URSS), Vinko Jelovac (Iugoslávia), Wayne Brabender (Espanha), Alejandro Urgelles (Cuba) e Alexander Belov (URSS)

Jogador Mais Valioso: Vinko Jelovac (Iugoslávia)



1978 – Mundial de Manila, nas Filipinas

O Mundial de 1978 foi disputado pela primeira vez fora do eixo Américas-Europa, tendo sido jogado em Manila, nas Filipinas, indo pela primeira vez, portanto, ser disputado na Ásia. E pela primeira vez o Mundial foi decidido num jogo único como Final.

Os Estados Unidos mais uma vez demonstraram desinteresse e não deram prioridade à competição, mandando uma equipe amadora do movimento Atletas em Ação.

O torneio manteve o mesmo formato de 14 participantes, sendo que doze se dividiam em três grupos de quatro, só que com os dois se classificando a um Octogonal Semi-final, para o qual já estavam previamente classificados a anfitriã Filipinas e a campeã da edição anterior, a União Soviética. Neste octogonal, os confrontos eram replanejados, de forma que a última rodada garantia o confronto entre os dois que mais tivessem vencido, e os demais fossem os confrontos para decidir 3ª, 5ª e 7ª posições.

No Grupo A, Iugoslávia e Canadá se classificaram sem muita dificuldades, eliminando a Senegal e Coréia do Sul. No Grupo B, numa acirrada disputa entre Brasil, Itália, Porto Rico e China, os brasileiros e os italianos se classificaram, ficando o primeiro lugar com o Brasil, que venceu à Itália por 88 x 84. No Grupo C, os EUA ficaram com o primeiro lugar, e a segunda vaga ficou com a Austrália, que surpreendeu à Tchecoslováquia com uma vitória por 71 x 68. Em último, ficou a República Dominicana.


O Octogonal Semi-Final colocou Itália e Brasil na decisão pelo 3º lugar e União Soviética e Iugoslávia na finalíssima. Foram jogos eletrizantes. O time dos Estados Unidos perdeu para Itália (80 x 81), Iugoslávia (93 x 100), Brasil (90 x 92) e URSS (76 x 97).

Na decisão do bronze, o Brasil venceu à Itália por 86 x 85 com uma cesta de Marcel no último segundo num arremesso da própria quadra brasileira. Após não ter conseguido a classificação para as Olimpíadas de 76, o basquete brasileiro voltava a dar sinais de força, voltando a um pódio a nível internacional.

A final foi ainda mais emocionante. Os iugoslavos haviam superado aos soviéticos dois anos antes, na semi-final das Olimpíadas de 76, e queriam provar que não havia sido por acaso, e que seriam capazes de repetir ao feito. A URSS e a Iugoslávia empataram em 41 x 41 no primeiro tempo, em 73 x 73 ao final do segundo tempo, levando o jogo para a uma prorrogação, na qual os iugoslavos venceram por 82 x 81, em partida magistral de Kicanovic (17 pontos) e Dalipagic (21 pontos), frente ao fortíssimo time soviético de Sergei Belov, Myshkin e Tkachenko. Os iugoslavos, dois anos depois voltariam a vencer aos russos, só que então dentro de Moscou, para ficar com o Ouro Olímpico de 1980. O basquete da Iugoslávia dava provas definitivas de sua evolução!

IUGOSLÁVIA
Zoran Slavnic, Dragan Kicanovic, Zeljko Jerkov, Drazen Dalipagic e Kresimir Cosic.
Téc: Alexandar Nokolic. Sexto jogador: Ratko Radovanovic. 

Seleção do Campeonato
Dragan Kicanovic (Iugoslávia), Drazen Dalipagic (Iugoslávia), Oscar Schmidt (Brasil), Kresimir Cosic (Iugoslávia) e Vladimir Tkachenko (URSS)

Jogador Mais Valioso: Drazen Dalipagic (Iugoslávia)



1982 – Mundial de Cali, na Colômbia

O Mundial de 1982 foi disputado em Cali, na Colômbia. A competição voltou a ser disputada por 13 participantes, doze divididos em três grupos de quatro, com os dois primeiros de cada grupo avançando ao Heptagonal Semi-final, para o qual estava diretamente classificada a anfitriã Colômbia. O torneio reuniu 6 países das Américas (EUA, Canadá, Brasil, Uruguai, Colômbia e Panamá), 4 da Europa (URSS, Iugoslávia, Espanha e Tchecoslováquia), uma da Ásia (China), uma da Oceania (Austrália) e uma da África (Costa do Marfim). Itália, Porto Rico e Argentina não conseguiram se classificar.

No Grupo A houve a primeira grande surpresa, com a Espanha vencendo aos Estados Unidos por 109 x 99, ficando com a primeira posição. Os espanhóis que haviam tido dificuldade diante do Panamá na primeira rodada, vencendo apertado por 88 x 85. Os panamenhos acabaram eliminados, junto à China.

No Grupo B, a União Soviética confirmou seu favoritismo e ficou com a primeira posição, ficando a surpresa com a vitória da Austrália sobre o Brasil, na prorrogação, por 75 x 73. Os brasileiros acabaram eliminados, junto à Costa do Marfim.

No acirrado Grupo C, a então detentora dos títulos de campeão olímpica e campeã mundial, a Iugoslávia, confirmou seu favoritismo, vencendo a todos os jogos. A segunda vaga ficou com o Canadá, que derrotou à Tchecoslováquia por 104 x 99. O Uruguai foi derrotado em todos os seus jogos.


No Heptagonal Semi-final, Austrália, Canadá e Colômbia apenas assistiram a acirrada disputa entre EUA, URSS, Iugoslávia e Espanha. Os Estados Unidos cresceram, vencendo a Iugoslávia (88 x 81) e União Soviética (99 x 93), e conseguindo avançar para fazer a final diante dos soviéticos, que bateram a Iugoslávia (99 x 94) e Espanha (106 x 93).

O terceiro lugar foi decidido num jogaço, no qual a Iugoslávia venceu à Espanha por 119 x 117. E a final foi um dos maiores jogos da história do basquete: União Soviética e Estados Unidos decidiram o título. O time universitário dos EUA era muito forte, com Doc Rivers, Mitchell Wigins e Antoine Carr. Mas na final, apesar dos 24 pontos de Doc Rivers, a União Soviética venceu por 95 x 94, com 29 pontos de Anatoli Myshkin.

UNIÃO SOVIÉTICA
Valdis Valters, Sergejus Jovaisa, Andrei Lopatov, Anatoli Myshkin e Vladimir Tkachenko. Téc: Alexander Gomelsky. Sexto jogador: Aleksandr Belostenny.

Seleção do Campeonato
Doc Rivers (EUA), Dragan Kicanovic (Iugoslávia), San Epifanio (Espanha), Anatoli Myshkin (URSS) e Vladimir Tkachenko (URSS)

Jogador Mais Valioso: Doc Rivers (EUA)



1986 – Mundial de Madrid, na Espanha

O Mundial de 1986 foi disputado em Madrid, na Espanha. Querendo vingar a derrota para a União Soviética na final do Mundial de 82, os Estados Unidos fizeram o que até então nunca tinham feito num Campeonato Mundial, enviando uma forte seleção universitária com estrelas da NCAA como David Robinson, Kenny Smith, Sean Elliott e Steve Kerr. E EUA e URSS fizeram uma nova final sensacional, como havia sido quatro anos antes.

O torneio foi expandido, tendo pela primeira vez contado com a participação de 24 seleções, divididas na 1ª Fase em quatro grupos de seis, nos quais os três primeiros de cada grupo avançavam à 2ª Fase, na qual as 12 seleções remanescentes eram divididas em dois grupos de seis, com os dois primeiros de cada avançando para a semi-final. Entre os 24 participantes, eram 9 da Europa, 8 das Américas, 3 da Ásia, 2 da Oceania e 2 da África.

No Grupo A, o Brasil foi a grande surpresa, vencendo à anfitriã Espanha por 86 x 72, e garantindo a primeira posição. A terceira vaga ficou com a Grécia. França, Panamá e Coréia do Sul acabaram eliminados.

No Grupo B, a União Soviética foi a líder. A grande surpresa foi a campanha de Israel, que ficou com a segunda vaga, assim como com o fato de Cuba ter ficado com a terceira, e a Austrália ter acabado eliminada. Também ficaram de fora do resto da competição Uruguai e Angola.

No Grupo C, as duas primeiras posições ficaram com os dois favoritos, e na ordem que se esperava: Estados Unidos em primeiro, e Itália em segundo. A grande surpresa foi a terceira vaga. Embora Porto Rico tenha sido quem vendeu mais caro a derrota para os EUA (73 x 72), acabou derrotado surpreendentemente pela China por 98 x 84, terminando eliminado ao lado de Alemanha Ocidental e Costa do Marfim.

No Grupo D não houve surpresas. Iugoslávia, Canadá e Argentina se classificaram, eliminando a Holanda, Nova Zelândia e Malásia.


No Grupo 1 da 2ª Fase, a União Soviética garantiu seu favoritismo, terminando em primeiro após vencer ao Brasil por 110 x 101. Os brasileiros se beneficiaram da vitória sobre a Espanha na 1ª Fase e garantiram a outra vaga na semi-final. Espanha, Israel, Cuba e Grécia ficaram de fora. 

No Grupo 2 da 2ª Fase, os Estados Unidos também garantiram sua vaga na final, apesar de terem sofrido uma surpreendente derrota para a Argentina (70 x 74), já tendo vencido à Itália na 1ª Fase, ainda vencerem a Canadá (77 x 65) e a Iugoslávia (69 x 60), avançando junto aos iugoslavos, que passaram fácil pela Itália, por 102 x 76. Além dos italianos, Canadá, Argentina e China também ficaram de fora.

A semi-final do Mundial de 86 voltou a reunir a EUA, URSS, Iugoslávia e Brasil, as quatro forças que tinham sido o pelotão de frente do basquete mundial nos Anos 1960 e início do Anos 1970. Sem surpresas, os Estados Unidos venceram ao Brasil por 96 x 80, e a União Soviética venceu à Iugoslávia por acirradíssimos 91 x 90, na prorrogação.

Na decisão do terceiro lugar, os iugoslavos passaram pelos brasileiros por 117 x 91. Na finalíssima, houve mais uma vez um jogaço, desta vez com um duelo sensacional no garrafão entre David Robinson e Arvydas Sabonis. A vitória ficou com os Estados Unidos, por apertados 87 a 85, vingando a derrota de quatro anos antes para os soviéticos. Era apenas a 2ª vez em 10 edições do Campeonato Mundial que os EUA faturavam o título, contrastando com os Jogos Olímpicos, para o qual sempre deram prioridade, e até então tinham conquistado 9 das 11 edições realizadas até então.

Além de reviver décadas anteriores com EUA, URSS, Iugoslávia e Brasil nas quatro primeiras posições, além da presença marcantes de forças como Itália e Espanha, foi um Mundial que marcou a ascensão de outras novas forças na conjuntura internacional, como Grécia, Israel e China, que surpreenderam o cenário do basquete masculino mundial.

ESTADOS UNIDOS
Steve Kerr, Kenny Smith, Derrick McKey, Charles D. Smith e David Robinson.
Téc: Lute Olson. Sexto jogador: Sean Elliott.

Seleção do Campeonato
Drazen Petrovic (Iugoslávia), Valeri Tikhonenko (URSS), Oscar Schmidt (Brasil), Arvydas Sabonis (URSS) e David Robinson (EUA)

Jogador Mais Valioso: Drazen Petrovic (Iugoslávia)



1990 – Mundial de Buenos Aires, na Argentina

O Mundial de 1990 foi disputado em Buenos Aires, na Argentina. Depois de cair na semi-final nas Olimpíadas de 88, os EUA foram para o Mundial com um time universitário com estrelas como Alonzo Mourning e Christian Laettner. Não foi o bastante, e eles acabaram batidos novamente na semi-final. A FIBA voltou a mexer no formato, e depois de ter testado um modelo com 24 participantes em 1986, reduziu a quantidade para 16 seleções na edição de 1990. Eram quatro grupos de quatro na 1ª Fase, com os dois primeiros colocados avançando para formar dois grupos de quatro na 2ª Fase, cujos dois primeiros avançavam para fazer a semi-final.

Dos 16 participantes, eram seis das Américas - EUA, Canadá, Brasil, Argentina, Porto Rico e Venezuela - e cinco da Europa - União Soviética, Iugoslávia, Espanha, Itália e Grécia -. De resto, dois da Ásia (China e Coréia do Sul), dois da África (Egito e Angola) e um da Oceania (Austrália).

No Grupo A, Venezuela e Angola eram trabalho e fizeram partidas acirradas, mas acabaram eliminadas. A grande surpresa foi na definição da primeira colocação, tendo Porto Rico vencido à Iugoslávia por 82 x 75 na última rodada.

No Grupo B, a China perdeu suas três partidas. De resto, uma acirradíssima disputa e um tríplice empate entre Brasil, Austrália e Itália. Os brasileiros atropelaram aos italianos (125 x 109, 16 pontos de vantagem) mas perderam para os australianos (68 x 69). Os italianos venceram aos australianos (94 x 89, por 5 pontos de vantagem), mas acabaram eliminados por causa da derrota do Brasil para a Austrália na última rodada.

No Grupo C, os EUA precisaram da prorrogação para vencer aos gregos (103 x 95). E a Grécia mostrou o quanto vinha forte e ascendente no cenário internacional, pois além de endurecer contra os norte-americanos, venceram à Espanha por 102 x 93, ficando com a segunda vaga, deixando os espanhóis de fora, assim como a Coréia do Sul, que também acabou eliminada.

No Grupo D, a União Soviética confirmou seu favoritismo e venceu a todos os seus jogos. A segunda vaga ficou com a anfitriã Argentina, que venceu ao Canadá por 96 x 88. Os canadenses foram então eliminados, juntamente ao Egito.


Na 2ª Fase a disputa se acirrava, com a definição dos semi-finalistas. No Grupo 1, a anfitriã Argentina endureceu contra os EUA, mas perdeu (100 x 104), assim como a Austrália (78 x 79). Já Porto Rico venceu aos australianos (89 x 79) e aos argentinos (92 x 76). Na última rodada, uma grande surpresa. Os Estados Unidos, que tinham sofrido para vencer suas duas partidas anteriores, acabaram sendo derrotados por Porto Rico por 79 x 81, perdendo a primeira colocação do grupo.

No Grupo 2, outra disputa acirradíssima, mas com Iugoslávia e União Soviética confirmando seus respectivos favoritismos e ficando com as vagas na semi-final. Na hora de decidir a liderança, a Iugoslávia venceu à URSS por imponentes 100 x 77. Provando como o nível de seu basquete estava crescendo, a Grécia venceu ao Brasil por 103 x 88, ficando em terceiro lugar.

Em mais uma semi-final histórica, a Iugoslávia venceu aos Estados Unidos por 99 x 91. Assim como nas Olimpíadas de 1988, no Mundial de 1990 os EUA também caíram na semi-final, resultados que levaram os norte-americanos a passar a usar jogadores profissionais da NBA, e não mais universitários, a partir das Olimpíadas de 1992 e do Mundial de 1994.

Na outra semi-final, a URSS acabou com a efervescência da surpreendente seleção de Porto Rico, vencendo com folgas por 98 x 82. Na decisão da medalha de bronze, num jogo novamente acirradíssimo, desta vez os EUA venceram a Porto Rico por 107 x 105. Na decisão do ouro, no entanto, a Iugoslávia não deu chance de recuperação à URSS, voltando a vencer aos soviéticos, desta vez por 92 x 75, e se sagrando campeã mundial. Iugoslávia que estava politicamente imersa num Guerra Civil que levaria à dissolução do país, com as emancipações primeiro da Croácia e da Bósnia, e posteriormente também da Eslovênia e da Macedônia. A Iugoslávia ainda seguiria existindo até o início dos Anos 2000, mas fragmentada apenas aos territórios de Sérvia e Montenegro. Foi a última participação também da União Soviética. O Mundial de 90 encerra a história destes dois países que fizeram história no basquete.

IUGOSLÁVIA
Drazen Petrovic, Zarko Paspalj, Jure Zdovc, Tony Kukoc e Vlade Divac.
Téc: Dusan Ivkovic. Sexto jogador: Zoran Savic.

Seleção do Campeonato
Fico López (Porto Rico), Kenny Anderson (EUA), Oscar Schmidt (Brasil), Tony Kukoc (Iugoslávia) e Vlade Divac (Iugoslávia)

Jogador Mais Valioso: Tony Kukoc (Iugoslávia)



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