A estrutura do ranking é bastante simples, é a ordenação por períodos escolhidos da quantidade de títulos de Campeonato Mundial e de Olimpíadas, seguido pela quantidade de vice-campeonatos, de presenças em semi-final e em quartas de final, como se fossem quatro conjuntos de medalhas num ranking olímpico.
O primeiro período escolhido foi a década entre 1948 e 1958, começa no primeiro torneio de basquete em Jogos Olímpicos após a Segunda Guerra Mundial (1948) e inclui as duas primeiras edições do Campeonato Mundial. Em cinco torneios, os EUA foram 4 vezes campeões: Olimpíadas de 1948, 1952 e 1956 e Mundial de 1954. Só não venceram o Mundial de 1950, cujo título foi da Argentina, que por isso aparece na segunda posição, seguida pela União Soviética. França e Brasil dividiram o posto de 4ª força mundial nesse período.
O segundo período escolhido foi a década entre 1959 e 1969: os Estados Unidos mantêm o primeiro posto no ranking do basquete mundial, pois venceu as Olimpíadas de 1960, 1964 e 1968. É seguido desta vez pelo Brasil, bi-campeão do Campeonato Mundial em 1959 e 1963 e duas vezes medalha de bronze nas Olimpíadas, em 1960 e 1964. A URSS, com o título do Mundial de 1967, está em terceiro. A Iugoslávia aparece pela primeira vez no ranking e nele se manterá nas três primeiras posições até a dissolução do país em 6 repúblicas independentes, nos anos de 1990. Porto Rico e Itália também começaram a mostrar suas forças e a construir tradição no basquetebol.
O terceiro período escolhido vai do Mundial de 1970 até as Olimpíadas de 1980. Os EUA, por terem perdido o título olímpico de 1972 para a URSS e por não terem ido às Olimpíadas de Moscou (1980), perderam a primeira colocação do ranking, que ficou com a Iugoslávia e seu fantástico time do período 1976-1980, mas também, antes, campeã do Mundial de 1970. A URSS ficou em 2º e os EUA em 3º. Itália e Brasil vieram a seguir. Estes cinco países que, claramente, foram os com mais força no basquete mundial nos anos 1970 e 1980.
O quarto período escolhido foi a década entre 1981 e 1991, o último período sem a participação dos atletas profissionais da NBA no basquete internacional. A URSS ficou com a primeira posição do ranking, seguida pelos EUA. O fator de desequilíbrio foi a semi-final das Olimpíadas de 1988, na qual os soviéticos venceram os norte-americanos. A Iugoslávia aparece em terceiro, mesmo com o histórico time de 1988 a 1990. Este tripé - EUA, URSS e Iugoslávia - foi o trio de dominadores do basquete mundial no século XX. Espanha e Brasil apareceram a seguir neste quarto período.
Aqui, a esta altura da história, será necessário abrir um parêntesis, pois houve então as dissoluções da União Soviética e da Iugoslávia em diversos países. Com força no basquete, a União Soviética se fragmentou entre Rússia, Lituânia e Letônia, e já na Iugoslávia, todas as repúblicas da fragmentação tiveram alguma força no basquete: Sérvia, Croácia, Eslovênia, Macedônia, Bósnia e Montenegro.
Assim é relevante mostrar como foi o desenho do ranking acumulado entre 1948 e 1991, dando enfoque aos 11 países que tiveram melhor desempenho no basquete masculino mundial no acúmulo destas décadas:
O quinto período escolhido foi de 1992 a 2001, do Dream Team, nos Jogos Olímpicos de Barcelona, até o ano que precedeu a primeira derrota dos EUA com jogadores da NBA. A hegemonia foi absoluta dos EUA, com os títulos nas Olimpíadas de 1992, 1996 e 2000 e no Mundial de 1994. Perderam apenas o Mundial de 1998, quando jogaram novamente com um time universitário. Este campeonato foi vencido pela Iugoslávia, que já não era mais aquela Iugoslávia, mas a seleção de Sérvia e Montenegro. A Croácia, que fazia parte da antiga Iugoslávia e se tornou independente, aparece no ranking na 4ª posição. A União Soviética se dissolveu em diversas repúblicas, as duas de mais tradição no basquete aparecem no ranking: Rússia em 3º lugar e Lituânia em 6º lugar. Depois do tripé que dominou o basquete mundial no século XX, agora dissolvido em diversos países, aparecem no ranking a França, a Austrália e a Grécia. Brasil e Itália, que dividiram a 9ª colocação do ranking, e Espanha, em 14º lugar, enfraqueceram-se um pouco.
O sexto período é a década entre 2002 e 2012. Os EUA mantiveram-se na primeira posição, apesar do título da Iugoslávia no Mundial de 2002, da Argentina nas Olimpíadas de 2004 e da Espanha no Mundial de 2006. Estes três países aparecem em 2º, 3º e 4º lugares. Em seguida aparecem Grécia, Turquia, Itália e Lituânia, mostrando uma conjuntura muito mais multipolarizada no basquete mundial. A Rússia ficou em 9º lugar neste período e Brasil e França dividiram o 12º lugar, atrás ainda de Alemanha e Nova Zelândia.
Veja também: Ranking da FIBA no período 2005-2012.
No período de 2013 a 2024, o que fica mais evidente é o aumento expressivo da quantidade de países que conseguiram entrar no Top 8 seja do Mundial ou da Olimpíada. O basquete ficou mais global e mais competitivo. Ainda assim, mais uma vez os Estados Unidos continuaram sendo absolutamente dominantes na modalidade.
Assim como foi feito acima, acumulando o período pós-Segunda Guerra de 1948 a 1991, até as dissoluções da União Soviética e da Iugoslávia, abaixo segue o acumulado a partir de 1991, quando nações como Lituânia, Letônia, Croácia, Sérvia, Eslovênia, entre outras, entraram na conjuntura do basquete internacional não mais como parte daqueles dois estados que se dissolveram:
A posição relatica do Brasil despencou no ranking. Enquanto teve o 4º melhor desempenho no período acumulado entre 1948 e 1991, passou a ter tão só o 17º melhor desempenho no período acumulado entre 1992 e 2024.
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