A história de confrontos entre equipes da América do Sul e da NBA acumulava 9 embates, 5 dos quais envolvendo o Flamengo, todos vencidos pelas Franquias do Basquete Profissional Norte-Americano. O primeiro duelo foi em 1999, na Europa, entre o Vasco da Gama e o San Antonio Spurs (68 x 103). Depois, em outubro de 2014, o Flamengo foi convidado a participar da Pré-Temporada da NBA, viajando aos EUA para enfrentar a Pheonix Suns (88 x 100), Orlando Magic (88 x 106) e Memphis Grizzlies (72 x 112). Um ano depois quem viajou para a Pré-Temporada da NBA foi o Bauru, que em 2015 jogou contra New York Knicks (81 x 100) e Washington Wizards (100 x 134). Uma semana depois, também em outubro de 2015, o Flamengo recebeu ao Orlando Magic no Rio de Janeiro (73 x 90). Em outubro de 2016 foi a vez do San Lorenzo viajar e enfrentar ao Toronto Raptors, no Canadá (105 x 122). O nono duelo foi na Pré-Temporada 2018 da NBA, também em outubro, com o Flamengo enfrentando ao Orlando Magic pela terceira vez na história (82 x 119).
Em 2018 o basquete da América do Sul ainda teve a oportunidade de medir forças frente a uma das mais tradicionais escolas da NCAA, Liga Universitária Norte-mericana, num amistoso de pré-temporada nas Bahamas, na América Central, o San Lorenzo perdeu para Ketucky Wildcats por 68 x 91.
Em 2019 foi a vez da América do Sul medir forças com uma equipe da Liga de Desenvolvimento da NBA, embate contra o campeão dela. Criada em 2001, e até sob 2005 com o nome NBDL, depois passando a ser D-League, até que a partir de 2017, por razçoes comerciais, passou a se chamar G-League, com o "G" associado ao patrocinador, a marca de isotônico Gatorade. Diferente da Liga de Desenvolvimento jogada no Brasil, nos Estdos Unidos não há qualquer restrição de idade (no Brasil foi Sub-22, Sub-21 e Sub-20). A Liga de Desenvolvimento da NBA é uma espécie de campeonatos de aspirantes, disputada por atletas que as franquias da NBA tem interesse em manter por perto para monitorar e algumas vezes utilizar durante a Temporada da NBA.
O time do Austin Spurs, franquia de desenvolvimento do San Antonio Spurs, viajou ao Rio de Janeiro com apenas dois jogadores com passagem pela NBA: o ala Josh Huestis, que em 3 temporadas no Golden State Warriors (2015-16 a 2017-18) disputou 76 partidas, com médias de 14,1 minutos e 2,5 pontos por jogo; e o ala-pivô DeJuan Blair que era o mais experiente, tendo jogado 7 temporadas da NBA, de 2009-10 a 2015-16, disputando 466 partidas por San Antonio Spurs (4 temporadas), Dallas Mavericks (1 temporada) e Washington Wizards (2 temporadas), tendo médias de 16,6 minutos e 6,8 pontos por jogo; depois passou pela China e pela Argentina, onde defendeu o San Lorenzo em 2018. Do resto do elenco, 5 nomes não atuaram na NBA, mas passaram pelo basquete europeu: Travis Bader, ala-armador, jogou que jogou nas ligas de França, Lituânia, Itália e Grécia; o também ala-armador Demetri McCamey que passou pelas ligas de Turquia, Israel, Austrália e Itália; o ala Jeffrey Coby que passou pela Espanha após a NCAA, antes de chegar ao Austin Spurs; o ala Maverick Rowan que jogou uma temporada na Sérvia, onde também atuou por uma temporada o pivô ganês Amida Brimah. Os demais nomes do elenco eram jovens recém saídos da NCAA, como Cameron Rundles, Jordan Green e Devon Bookert.
Medir forças com uma equipe da Liga de Desenvolvimento da NBA certamente é totalmente diferente de enfrentar uma equipe com nível técnico de NBA ou mesmo enfrentar algumas das mais fortes equipes da NCAA. E a história deste confronto provou isto.
Surpreendendo, o técnico rubro-negro Gustavo De Conti começou com Kevin Crescenzi no quinteto inicial do Flamengo - com dupla nacionalidade, brasileiro e norte-americano - ele começou a carreira na NCAA e era mais acostumado a enfrentar o estilo de jogo do Austin Spurs. O começo do Flamengo, contudo, foi bem abaixo do esperado. Acelerando, os norte-americanos abriram 9 x 2 com três pontos de Demetri McCamey. Gustavo De Conti parou o jogo, e na volta do pedido de tempo, o Flamengo acordou com quatro pontos de Anderson Varejão e bola de três de Franco Balbi, virando para 14 x 13 nos dois minutos finais do quarto. Marcando forte, os rubro-negros fecharam na frente por 20 x 15.
Os dois times arremessaram abaixo dos 40% no começo do 2º quarto e a bola praticamente não caiu nos três primeiros minutos. Em ponte-aérea de Rundles para Brimah, o Austin Spurs voltou a pontuar e baixou a diferença para 30 x 24, mas Davi Rossetto foi para a cesta, sofreu falta e converteu os pontos, também converteu o lance-livre, e manteve o Flamengo em situação confortável faltando três minutos para o fim do quarto. Assumindo a função de pontuador, Balbi meteu mais dois bolas de três, a última com apenas uma mão, e o time rubro-negro abriu sua maior diferença na ida para o intervalo.
Inspirado, o armador argentino Franco Balbi terminou o 1º tempo com 19 pontos e 5 bolas de três pontos, deixando o Flamengo com confortáveis 41 x 29 para os dois quartos seguintes. Ele ainda deu 6 assistências. Anderson Varejão também foi bem no garrafão, ajudando na defesa e pontuando no ataque, tendo terminado a primeira metade com 9 pontos e 6 rebotes. Marquinhos, sem se sobrecarregar, fez 17 pontos e deu 4 assistências. Deryk, vindo do banco, terminou com 12 pontos. O Flamengo terminou com 16 bolas de três pontos. No lado norte-americano, Josh Huestis foi o cestinha com 10 pontos. De Juan Blair, campeão da NBA pelo San Antonio Spurs, jogou apenas 7 minutos e fez só 3 pontos.
O ritmo rubro-negro não caiu na volta do intervalo. Os norte-americanos marcaram Balbi mais de perto, mas a bola rodava e sobrava na mão de Marquinhos e Deryk. Com duas bolas de três, o Flamengo colocou 50 x 33 nos três primeiros minutos. Na metade do 3º quarto, o Austin Spurs foi forçado a parar a partida após mais duas bolas de três pontos, ambas de Marquinhos, que chegou aos 14 pontos. Mas por mais que tentassem, não conseguiam equilibrar o jogo. Com o placar em 56 x 35, o time brasileiro já tinha a vitória muito bem encaminhada. Chegando a 13 bolas de três pontos, o Flamengo terminou o penúltimo quarto com 67 x 40.
Administrando cada posse de bola e sem acelerar, a estratégia usada desde o início para diminuir o número de posses de bola e evitar a correria norte-americana, o Flamengo gastou o tempo. Na metade do quarto final, tinha 72 x 49. Ruan e Aieser, garotos da base, ganharam seus minutos em quadra. No fim, o time rubro-negro ainda ampliou a vantagem, fechando o jogo em 90 x 58.
Semi-final da Copa Intercontinental 2019
FLAMENGO 90 x 58 AUSTIN SPURS
15/02/19 - Arena Carioca 1 – Rio de Janeiro
Parciais: 20 x 15 / 24 x 14 (44 x 29) / 23 x 11 (67 x 40) / 23 x 18 (90 x 58)
FLAMENGO: Franco Balbi (19), Davi Rossetto (3), Marquinhos (17), David Nesbitt (6) e Anderson Varejão (9). Téc: Gustavo De Conti. Banco: Deryk Ramos (14), Kevin Crescenzi (3), Jhonatan Luz (8), Aieser Batista (0), Ruan Miranda (1), Alexandre Olivinha (5) e Rafael Mineiro (5).
AUSTIN SPURS: Travis Bader (8), Cameron Rundles (4), Jordan Green (2), Josh Huestis (10) e Amida Brimah (8). Téc: Daniel Blake Ahearn. Banco: Devon Bookert (3), Demetri McCamey (6), Jeffrey Coby (6), Maverick Rowan (2) e DeJuan Blair (9).
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